domingo, 30 de agosto de 2015

SAUDADE

O assovio interior,
no ouvido,
desata os nós,
desfaz os impedimentos,
realiza a certeza.
O tempo brilhante do sol,
adentra dia,
vagueando notório
de muitas alegrias.
Apesar da cabeça,
ainda pesada,
vai saindo sorrateira,
a semente,
latente em seu útero.
São pensamentos,
movimentos de cores,
além da imaginação,
que aquecem alma,
esquecem lamento,
soltam-se no momento,
aqui.
Nessas linhas escritas
de arroxeado amarelado,
vai saindo tempestade,
vai idade,
vai tudo,
fica apenas criança,
lembrança da infância,
 na memória presente.
Saudade.

Vanize Claussen
30/08/2015




VIAGEM

A interna sedução,
despenteia a vida, 
revigora a alma,
desalenta tempo,
entontece de formas,
essência.
E o caminhante vai,
descarrilhando a certeza,
estar em um qualquer lugar:
no vagão de algum trem,
ou na imensidão do barco,
ao mar.
Sua rima se perdeu,
pelas pegadas sobre o tempo,
se esvaiu em velocidade,
com a idade.
O viajante caminha,
corre sobre nevoeiros,
passarei-a sob o capim,
dissolve o fundo do mar,
mergulha.
Na penumbra,
olhos mágicos,
visão de fogo,
luz incandescente,
mente abre.
A fuga instantânea,
ilimitada certeza,
corrida infinita,
nas águas da vida.
Espera!
Lá vem o trem!
Salta o andarilho
de dentro das águas,
olha ao redor,
percebe a luz.
ILUMINAÇÃO.

Vanize Claussen
30/08/2015


SOLFEJO

Troco-me,
desato os nós,
os cabelos.
Absorvo brisa,
despenteio-me,
 inteira,
alegria.
Elevo-me,
descrevo-me, 
observo as águas
lavando minha alma.
Já não aqueço,
esfrio,
acalorando,
apenas dentro.
Os folguedos,
embora discretos,
acontecem,
nesta alma andarilha
de visões.
Solfejo,
abro a comporta,
grito e cartase-o,
aquele sentimento
chamado amor.
Amo e declino-me,
infinitas elucubrações,
quase à comporta,
existir...
Soterro a lua,
divagações sutis,
abro a claridade,
já é dia,
ACORDA! 

Vanize Claussen
30/08/2015

sábado, 29 de agosto de 2015

PAZ

Soluções inteiras,
solteiras,
discretas,
ao léu..
O papel amassado,
cartas queimadas,
jogadas ao chão.
Na cama,
apenas espaço,
largada do braço,
alheio,
cantante de música,
o corpo espalhado,
relaxamento.
Chega de bagagens!
Absurdas imagens,
de corpos ingratos
em suas almas infelizes.
CHEGA!
Agora o tempo chegou,
PAZ.
O horizonte chama,
o sentido,
ir além de pequenezas.
Virando a mesa,
soltando as cores,
revoando as letras,
numa canção intensa.
O coração,
flor do amor,
agradecido á tudo,
à todos e momentos,
seguindo em frente,
indo além do último declínio.
A montanha obscura,
para trás.
O sentido é presença,
ser presente,
estar aqui, 
viva.
Soltando amarras,
caminhando além,
navegando o auge,
comunicando esperança,
criança.
A alegria intacta,
certeza de continuar,
os sonhos, 
servidos
na bandeja,
seguindo,
acontecendo.
As maletas de integrações
inquietantes,
noutra alma, amar,
dissolvidas em átomos,
ao céu das cores,
para além dessa existência.
O amor humanitário,
chegando,
fluindo,
dentro navegando,
tranquilidade.

Vanize Claussen
29/08/2015



BRISA DE AMOR

A simplicidade acontece,
entontece,
disfarça a pele
que jaz cravada em si mesma.
A atenção desaparece,
e dissolvida vai,
cantante ao nada,
além da observação alheia.
Os passos inquietos,
cessaram,
sumiram,
caminharam pra algum lugar,
à deriva,
não mais.
A floresta assobia o sopro,
vida,
pertinente exala dentro,
alma andarilha vem,
olha e vai.
As centelhas infinitas,
célula-DEUS,
entopem o caminho,
desentopem a alma.
O coração arredio,
recebe o vento-luz,
transformação,
mudança,
satisfação de criança.
São passageiras
todas as formas,
mas exalam o perfume das rosas.
Então,
no elemento cortante,
língua,
desfaz-se o corte,
refaz-se, brisa e paz.
E na memória da imagem,
mais densa,
renova-se o brilho,
retrata-se a vida,
cura-se, alma,
desfaz-se o medo.
Os trilhos se vão,
ficam atrás,
em algum lugar.
Agora a jornada é quente
brisa de amor,
iluminação.

Vanize Claussen
29/08/2015

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

HUMANIDADE

O toque,
discreto,
irradia luz...
a centelha divina,
ainda latente,
corpo,
paz.
O dia,
nublado,
sorri faceiro,
apesar de esquinas,
pecados,
corriqueiros.
A natureza,
humana,
declamando versos,
trabalho.
O ímpeto,
ainda vivo,
dizendo formas,
na corrida,
vida.
Alento,
lento,
vindo,
tranquilidade.
Distanciamento,
realidade,
sonhos internos, 
inteiros,
fervilhando,
aquecendo,
relaxamento.
As flores,
abrindo,
fugindo,
vindo.
Abelhas,
pólen,
voando ali,
aqui.
HUMANIDADE.


Vanize Claussen
28/08/2015





QUANDO O SINO TOCA

Quando o sino toca,
despertando,
ouvidos internos,
vai soltando,
desfazendo,
dissolvendo e renovando.
Quando o sino toca,
decresce,
aquece a porta,
dentro,
elemento luz,
seduz,
reluz a flor,
coração.
Quando o sino toca,
solta vento,
descontrai,
eleva e leva embora,
afora aflora,
embarcação de asas.
Quando o sino toca,
intensidade,
verdade expandida,
compressão ação,
solução
quando o sino toca.
Ah! Quando o sino toca!
Taca, toca, tico, taco,
bola dentro agora,
rebola, embola
extrapola e vai.
Vai seguindo,
a bola rola,
e novamente o sino cai.

Vanize Claussen
28/08/2015

ASCENÇÃO

Navegando,
entre os abrolhos 
e ventos,
sorrateiramente observo,
tempo...
Na distância do abraço,
apenas mudo,
calado,
acalento nostalgia.
E no vagar
das escadas sublimes
de céu,
sobrevoo alpendres
de flores quentes,
onde dia e noite,
são apenas tramelas
de eternidade.
Nem surpresas,
nem verdades,
nem mentiras, 
nem idade,
dissolvem o dentro.
Na caminhada
ao largo das águas,
experimento de leveza,
realização, a paz...
E alço o voo novamente
olhando  o infinito.
Alimento-me de luz,
versos encantados
vão conduzindo,
espaço.
Os cadeados abertos,
os infortúnios,
para trás.
Apenas observação,
fugidia,
da ascensão
do amor.

Vanize Claussen
28/08/2015



DESCOMPLICANDO


O calor do fogo
ainda crepita,
dentro.

A alma,
inquieta sementeira,
esquenta.

Fora,
os insurgentes delírios,
que ninguém vê.

Ao longe,
volatinando,
apenas desejo.

Perto,
discreto,
um som estonteante.

Acima,
onde o mar despeja o céu,
avelãs.

E no instante
 marcado,
acensão.

No amor,
extensão,
extração.

No ato,
vagando,
distração.

No universo inteiro,
desacorrentando,
ilusão.

Vanize Claussen
28/08/2015




domingo, 9 de agosto de 2015

SAUDADE PAI Homenagem ao meu pai Nelson Corradini.


Lembrança de criança,

onde a flor de lótus era viva,

intensa sementeira,

numa paz infinita,

apesar das pirraças.

Quando a luz era cheiro de mato,

pincelada de cachoeira e praia,

dentro do azul das férias,

sempre enormes de alegrias.

Sua voz de autoridade

numa singela expressão

de apenas tirar o melhor

para que aprender

fosse apenas entendimento.

Pai,

apesar da minha timidez,

o encanto pela tua presença,

sempre forte,

me auxiliava na evolução de alma.

Uma força que ajudava,

dentro em meias palavras

a certeza de continuar, aqui.

Obrigada pelo amor,

pela educação recebida,

pela lágrima contida,

pelo carinho deixado.

A Luz que me vem,

também de ti vem,

que foi para mim

elemento de passagem

para o corpo físico aqui.

Carinho, respeito, amor e certeza

que futuramente,

quando eu partir,

encontrarei novamente

com tua centelha de paz.

Que as cortinas,

ainda fechadas,

se abram para a visão 

do esplendor da luz

que vem de ti à nós, seus filhos.

Só quero dizer: OBRIGADA PAI.

Vanize Claussen 

9/8/2015


sábado, 8 de agosto de 2015

RETRATO

Os ruídos expiram, 
espassam,
espessas nuvens 
ao chão. 
Os rumores esguios, 
refrescam,
restauram,
águas claras,
intactas corredeiras. 
A visão humorista 
propaga, 
perdula,
penteia inexatidão. 
A clareira afoga, 
refoga,
retrato de uma paixão,
pendente, 
descrente,
na ilusão latente 
do olho cumprido,
escorregadio de sua mão. 
Um retrato perdido, 
esquecido, 
inconstante, 
incomodado
com minha leve visão. 
Até breve homenzinho... 
fui saindo de mansinho 
dessa sua rotação.
Que horas vai acordar? 
Talvez eu tenha um palpite...
Na hora da despedida 
de sua alma gêmea aqui. 
Até breve irmãozinho, 
tenha certeza que além 
vamos entender tudo isso,
que jaz na memória discreta 
dessa mulher poeta.

Vanize Claussen 
08/08/2015



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