O vento,
no frenesi constante,
fricciona as folhas valentes
da grande mangueira.
As folhas verdes,
cremes, marrons...
fremulam suspensas
na ponteira do céu,
arredio hoje,
com a cor cinza buscapé,
olhando a gente,
de longe.
O flambloyant gigante
iluminado de flores
na rua aberta,
faz um tapete,
coloidal de luz.
A aranha no telhado,
começa a tecer,
descendo lentamente.
Eu a olho,
da rede laranja,
deitada
suas perninhas pretas...
parece me obsdervar,
também.
Hoje o tempo está obtuso,
sem muita alegria,
mas as cores vão voltar.
O tempo está parado
e os pássaros,
ao longe,
cantam seus piados,
cada um na sua linguagem,
até o Bem-te-vi.
A natureza exclama certezas
nas incertezas impermanentes
de tudo.
Gosto de observar,
cada situação,
um olhar perceptivo
encontrando um caminho
através do que escrevo.
Dizer apenas o que percebo
e sinto desse mundo.
Estou a deriva,
tentando me adequar
as novas circunstâncias.
Não sei até quando,
mas ainda tenho um tempo,
eu acho.
Deus é quem sabe.
Vanize Claussen
07/02/2022
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