terça-feira, 30 de junho de 2015

ASAS

O barco está na margem, 
onde a claridade se instalou em brisa leve.
O dia caminha
encantos jamais experimentados antes.
São os feixes do horizonte
que vão se abrindo em névoa
 prateada e dissolvendo 
os murmúrios inquietos da noite.
Os passos úmidos desenlaçam 
as corredeiras e solfejam 
inquietos andarilhos 
pela manhã de inverno, 
entoando aquecidos
 dentro de uma espessa bota preta. 
Caminham em direção
a grande queda da cachoeira,
onde se encontram poucos turistas 
e ninguém ao menos percebe aquele 
ser inquieto que caminha apressadamente.
O dia ainda rompe irritadiço 
pelo pulsar do horizonte que lhe atrela,
 mas levemente o sol 
vai entoando seu espetáculo para todos.
As grades que estão bloqueando,
apenas deslisam pelo vácuo interno.
as asas se abrem
e o voo acontece.

Vanize Claussen
30/06/2015

sábado, 27 de junho de 2015

APENAS FLOR

Estou à deriva,

desencadeando latas vazias,

e abrindo espaço em mim.

Sou configuração certa,

descartando colheitas erradas,

apenas estou seguindo o rumo

de preparação do amor.

Ah! O amor,

que tantos querem viver,

e tantos dissolvem ao ter!

O amor bendito,

o amor escrito pelas estrelas,

na alma dos sensíveis.

Quanta sedução, alguns!

Quanta distração, outros!

Mas a destreza de olhar,

na eternidade alma de ser,

faz-me abrir as entranhas

do caminho interior.

Sinto-me afagada,

lavada, revestida,

situada na luz 

da essência de ser,

apenas flor.




27/ 06/2015

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O CAMINHANTE