quinta-feira, 8 de abril de 2021

ABRE A JANELA!

 Navego,

por entre as flores de maio,

esquento,

esfrio.

solto numa canção,

a visão solta da águia.

Amorno os traços,

vou enlaçando,

roendo a corda

da cordilheira.

sorrateiramente defumo,

nas líteras fornalhas:

o amor.

Amplio as limitações

mais densas

em novas sementeiras

de luz.

Vou soltando a pipa,

dando linha ao vento

da transformação.

Invento, escrevo,

reúno centelhas dispersas.

Os versos soltos

se encontram e desenham,

nas letras orvalhadas

das lágrimas brilhantes,

o toque límpido

do reflexo no espelho.

Agora,

o concerto do relógio,

no tic tac da emoção,

realça os passos 

na terra molhada,

ainda que,

timidamente,

o caminhante segue.

E nas passadas líquidas

dos amores tragados,

vai selando sua frequência,

nas sólidas impermanências.

O outro lado observa,

imponente,

o grito adestrado

do rompimento.

A porta abre-se feito luz

e a sala está repleta

de silêncios mansos.

O coração bate forte,

como sino,

abrindo as fronteiras,

deixando-se ver.

Novamente o amor acordou.

Abre a Janela!


Vanize Claussen

08/12/2019




PRESENTE PRECIOSO

 O tempo,

no esplendor discreto,

realiza as estações.

sorrateiramente 

desliza a idade

da busca,

e entendemos:

o que passou, 

passou...

Agora desligamos

as comportas,

apenas vamos

abrindo caminho

aonde a brisa levar.

Tomamos as rédeas da nau

e vamos navegando,

infinito adentro

na pesquisa infinita

de ser sementeira.

Olho para trás,

relembro-me,

não choro mais,

apenas absorvo

a mensagem.

O presente precioso

das divinas estações,

ainda que intenso,

sem intenções.

É a vida que nos percorre atenta

e nos movimenta

ao céu de luz.

Assim, 

agradeço e adormeço.


Vanize Claussen

19/09/2021




quarta-feira, 7 de abril de 2021

ASAS

Lança a flecha da gaivota,
mais adentro,
 na procura do vento
navegante no mar de amor!
E nas profundezas 
das águas mergulhadas,
a flor desabrocha,
como alma de passarinho.
No voo leve,
carrega em si,
o experimento das drusas,
onde constela essência
de brilho límpido,
plainando sobre a água, 
restaurando os sons 
das tartarugas mágicas.
E, nas colossais 
pedras algatizadas,
nesse imenso mar,
que expande dentro,
observando essência,
realizando a paz,
somos brisa,
somos água,
somos terra e sol!
Tudo está em nós,
faz parte de nós.
O todo se manifesta!
E mesmo findando nesse tempo,
existe mais, 
muito mais,
além daqui.
A saudável 
impermanência
de tudo,
revela-se nos segundos
e estamos a mercê
de nenhuma conclusão,
apesar de existir
a morte no plano físico.
Ainda assim existem
outros movimentos,
outros planos, 
dimensões quânticas,
outras vivências,
numa outra linguagem.
a dor apenas faz evoluir
a centelha divina do amor
e em cada nau se eterniza.
Portanto,
não há morte na essência.
Existem apenas
inúmeras transformações
na centelha individual
de volta ao todo.
Amor e gratidão
é o sentimento dessa era.

Vanize Claussen
22/03/2021







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