quinta-feira, 20 de setembro de 2018

A PRATELEIRA

Momentaneamente 
observo...
percebo nas inscrições,
sadias fontes de essência.
Cada olhar,
uma alma.
Cada vagão,
uma multidão apertada.
As estreitas passadas,
rotas,
rumo a labuta,
vão enrubescendo,
entortando os sabores
da alma livre.
Mas,
na razão do amor,
uma conexão
de labores interiores.
Os pedaços,
as mãos,
a cabeça,
o aconchego do filho,
que no encharque
da vida,
incendeia o coração de paz.
O esfuminho,
ainda que esticando a cor,
vai trazendo novidades,
vai mostrando tonalidades,
onde o encontro,
navegante inquieto,
emociona os corações.
A criação arremetendo,
na luz dos estilhaços,
o afeto encontrado.
Na divagação,
ainda inconstante,
o nevoeiro vai saindo
e a centelha divina,
antes perdida,
se torna plena
como um cristal.
Na prateleira,
apenas sorrisos
e gratidão.

Vanize Claussen
20/09/2018



sexta-feira, 14 de setembro de 2018

PASSAGEIROS

As cores,
inebriadas solturas,
de luz incandescente,
realinham,
no mar de idéias,
 o caminho veloz.
Vermelhando
na estação 
do tempo,
imagino estrelas
num brilhante cristal,
dissolvendo e clareando.
Os passageiros azuis,
iluminados de etéreas
verdades,
vão soltando 
os tijolos imaginários.
No movimento,
as canções amareladas,
deslizam 
notas musicais,
na altura 
dos ouvidos infantis.
E dentro do túnel,
branco de neve,
vou levantando vento.
E as folhas alaranjadas,
remoídas num redomoinho,
vão espalhando paz.
O outono,
esverdeando saliências,
transmite seu jeito
primaveril incandescente.
A água,
entorna tudo,
e a areia da praia,
recolhe os despejos
floreados pela humana idade,
na existência dos corais
mais antigos.
Somos os passageiros
de todas as cores,
que navegamos no voo
da vida colorida.

Vanize Claussen
14/09/2018





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