domingo, 13 de novembro de 2022

ESTAÇÕES

O tempo frio 

exala perfume...

traz na sua aura inquieta,

o clima das estações tardias.

o discreto sabor das entrelinhas,

reacendem a vontade.

Continuar...

Os sonhos,

ainda que passados,

ainda escorregam no estômago,

querendo aplainar.

Os desafios tornaram-se,

pelo tempo de vida,

intensos e reais.

A jovem esperança,

na idade adulta,

quer esmaeçer.

Porém,

com fome de sonhar,

o caminho expande

e a luz adentra.

Já não existem

fagulhas espaciais,

mas a vontade 

de continuar a sonhar,

mesmo que seja tarde,

os sonhos vivem 

na essência divina

de cada um.

As estações da vida,

nos ciclos da idade,

vão contornando

a saliência corporal,

trazendo imagens

dos traços amornados 

com a passagem do tempo.

Mesmo assim,

diante de mudanças físicas,

o corpo exprime versos,

nos sonhos,

ainda que tardios,

iluminando por dentro,

nossa centelha divina.

Não existe a divisão,

mas a cantante fórmula

de continuar com esperança.

Somos passageiros desse tempo,

e caminhamos para ebulição no final.

Que tenhamos sonhos,

independente da idade,

independente das estações físicas.

Que tenhamos sonhos!


Vanize Claussen

13/11/2022





sexta-feira, 4 de novembro de 2022

O AMOR

 Troco as palavras mortas

por anseios vivos,

e concebo as estrelas 

no meu pensamento infinito.

Tocar sua alma,

impossível.

Dizer-lhe amor,

como uma chama,

intangível.

Petrificar,

seu corpo ao meu,

imperecível.

Talvez do verbo amar

eu diga:

Quero voar contigo

  iluminada de azul!

Quero vagar seu sonho 

no ventre luz

das cores do arco-íris!

Quero sonhar meus sonhos

na tua presença espiritual

cor de framboesa!

Talvez eu remova as montanhas,

as minhas entranhas de luz

para estar contigo nua.

Mas seu sinal desapareceu,

meu celular não vibra mais.

Seu caminho,

caminhante,

das notas musicais vívidas,

perderam-se nas chamas esquecidas

do nosso amor farto de iluminação.

Agora,

apenas continuo seguindo

meus sonhos,

e você, os seus.

A hora da partida

para o reencontro,

ninguém sabe ou viu.

Estaremos lado a lado,

na próxima subida dimensional.

Caminharemos com o olhar

do amor perdido fisicamente,

porém espiritualmente

estaremos lado a lado.

O templo de Deus é infinito

e sabemos que nos reencontraremos,

numa quântica dimensão.

Procuro apenas,

enquanto aqui,

uma saída natural

em viagens e visões terrenas.

Fotografo as paisagens

e continuo a te ver 

navegando por aí.

O amor do toque,

se tornou partida.

Espero agora o toque real

das suas emoções com as minhas.

Busco-te em mim,

vejo-me em ti

e apenas navego nas ondas.


Vanize Claussen

04/11/2022



O CORPO

 Os conselhos,

arrematados de tempo,

são dissolvidos da mente.

Os brotos,

que outrora cintilavam,

são movimentos invasivos

pelo corpo.

A imaginação não é a mesma,

mas ainda arde como fosse jovem.

As pétalas das papoulas,

caem lentamente,

sobrevoando as cidades,

num vôo gigante

de ir além mar.

A experiência,

antes nenhuma,

hoje absorve os receios 

das novidades

como sendo aperfeiçoamento.

O olhar agora é diferente.

Olha à frente sem demora,

mas apresenta o brilho louco

de passar a tinta na tela

ou de escrever milhões de versos.

São nas pequenas vírgulas,

nas pequenas pinceladas,

que a vida vai esvaindo,

chegando e indo

através dos sonhos realizados.

O momento é agora,

sem demora,

para jamais esquecer-se

e realizar sempre,

mesmo que gradativamente,

as emoções que acontecem.

Abre-se a porta do destino.

O corredor está intacto,

cheio de ar rarefeito.

Os passos seguem adiante,

semelhantes as corredeiras do rio.

Por mais que não quisesse,

ainda estaria se vestindo 

para o caminho.

As bolhas de sabão da imaginação,

sobrevoando suas ideias,

arremessam distante

o corpo crescido,

dentro e fora.

Agora,

continuando na estrada,

observa o por do sol mais adiante.

Assim é a vida,

nascemos e um dia partiremos

há outra dimensão.


Vanize Claussen

04/11/2022



quinta-feira, 3 de novembro de 2022

O PESCADOR

 O tempo úmido,

dilacera,

espantando as certezas.

É como um caminhante

que se move sem destino.

As águas crepitando, 

dentro da alma passante,

nessa terra de vagas lembranças.

Os anseios ficaram vestidos

da gêmea alma andarilha,

que se pôs, 

ao pôr do sol,

no seu anzol de estrelas,

pendurado na sua música.

O tempo molhado,

na terra gelada,

umedecida de luxúrias passadas,

ainda observa,

 os passos navegando,

 discretos,

nas esvoaçantes folhas 

de nevoeiro perdido.

O coração desata o nó.

A vara de pescar,

na centelha divina,

dilacera o amor em nuances,

longuínquas.

Agora,

 a brisa encharcada,

observa as gotículas

espumando na praia distante.

Já não existe a volta,

não existe a ida,

somente estar é necessário à vida.

Então,

o pescador,

longe de sua amada,

envolve-se no sol das estatísticas,

desejando encontrá-la,

um dia,

talvez. 


Vanize Claussen

03/11/2022






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