domingo, 3 de julho de 2016

SER LUZ

Os ventos sopram
sem correntezas,
discreto apita
rumo a seguir em frente.
Já não existe medo,
mas um acordar,
onde a criança,
que dormia,
alegra-se pela manhã
de setembro.
E no saltitar
do sol aquecendo
o frio,
vagueio em pensamentos
olhando as flores
da janela.
Ouço os pássaros,
que alegres,
cantam a vida.
Percebo o pulsar,
de Deus,
acordando comigo.
Observo 
as inexatidões passadas
e lavo-me
de brisa e cor.
Visto-me de presença
e deixo-me ser feliz.

Vanize Claussen
28/09/2013



sábado, 2 de julho de 2016

CRISÁLIDAS

Na memória
corroboro as dissensões
das imagens.
Atrás,
o termômetro,
tempo líquido,
mercúrio vivo
no experimento
das lembranças,
onde aprendiz
com aprendizado,
encaixotam
nas lentes de contato,
a vergonha e insanidade.
Momento enigma,
construção, cimento.
Montanhas crisálidas,
paralisadas no azul-tempo
de ver nublado
a instância obesa
da ideia manipuladora
por quilômetros...
Observo, olho, percebo,
escrevo nas metáforas,
os abrolhos escondidos,
contidos na timidez
da alma encolhida;
a vida que me passa,
perpassa e está.
Vivo e viva!

Vanize Claussen
10/03/2016


FLORESCIMENTO

Amanhecimento,
discreto embalo
de carícias ventais
em insoluções.
Nuvens cálidas,
ensombreadas
de carícias de azul-céu.
Corporificando o sol,
a epiderme atenta,
passeando nas células
"calientes" de vigor.
Os poros respirantes,
enevoados de branquitude,
apaziguados de calor,
derretem, espalham,
nas delícias intermitentes,
sol.
A planificação,
carregante,
espalha roupas
e seus pendurucalhos,
estendidas,
qual calmaria...
O balanceante
dos seus leves estruturais
tecidos,
reclamando secagem.
Apenas mórbido silêncio,
estação rota de sons
de carros na avenida,
florescendo idéias.

Vanize Claussen
20/03/2016







DESEJO

Aterro,
na volúpia do prazer,
calmaria.
Espera de não esperar,
prantificando promessas.
Rebelião internamente,
controlando vontades.
Sonho além mar...
E, abundantemente,
descrevendo próspera,
sua escrita atmosférica,
na profundeza 
das solidificações
interrompidas,
fugace pasmificação,
dos saboreantes anseios,
abrindo e tanspassando
em presença,
nas centelhas discretas,
divinais realizações,
agora.
Somatização cantarolando,
pássaros.
Voo raso no mole sabor
de entranhas uterais de vida.
Passeante desejo,
extrapolando
nas incertas solidões,
o amor divino.

Vanize Claussen
20/03/2016




ELA/ELE

Percorrendo veias,
escritas na imaginação
de entrelinhas viscerais,
fomento de amor,
harmonização do prazer.
Tendo e não,
cariciantes percepções,
toques dilacerando, 
transparência aos pés.
O chinelo verde-folha,
consoando com o chá
de passageiras lembranças,
futuramente aqui.
Piso preto e branco,
carmim à boca,
delineante em versos,
úmidos.
A mulher,
andarilha louca,
presença,
entre árvores,
dentro de cristais,
sobre a água,
correndo ao vento,
anestesiada de prazer,
divinamente,
encantamento,
presença.
Útero de luz,
translúcida imagem
onde homem,
amor divinal,
saboreia-lhe,
apenas corpo-imagem.
E, 
no detalhamento enigmático,
de sua profundidade-alma,
túneis mentais,
corporais,
intelectuais, etc.
Passa-lhe,
apenas,
num raridade insana,
penas,
por fora,
casca.
No futuro,
talvez,
os versos mostrem,
exalem,
sua insanidade de procura.
Ela,
contínua,
continua descortinando,
imagens,
fotografias,
palavras,
poesia.
Ele,
paralisou no tempo.

Vanize Claussen
20/03/2016




sexta-feira, 17 de junho de 2016

PARA SEMPRE

O vinho entontece,
dissolvendo algúrias,
sinais afins,
construindo formatos,
novas elucidações,
numa arte intensa,
sem limites.
São pedaços,
pedras,
rosas, 
flores azuis,
descortinando amores,
amor e tempo.
A imagem in-medida,
de um parâmetro irreal,
escondido,
para muitos.
Evolução,
certeza de continuidade,
incerteza da verdade,
mas consciente,
ausente x presente,
onde nem ventania,
nem chuva 
pode dispersar
ou apagar.
Sem lamentações,
somente viver,
momento,
sentir e ir embora,
apesar de,
para sempre estarei.

Vanize Claussen
17/06/2016





O TOQUE DO CARINHO

A liberdade
me acariciando a alma,
vai tomando,
dentre o lindo amanhecer,
a floração instantânea
do ato de viver.
São detalhes,
memórias,
lamentos,
talvez,
de um dia,
muito atrás,
ter esquecido de viver,
talvez: o amor.
Mas tudo se renova,
sempre,
como a Fênix.
São translúcidos
movimentos,
interiores,
renovando passagem,
recriando a infância,
a pureza de alma.
O toque do carinho,
vai dentro,
vai nascendo,
dia a dia,
numa vibração real,
da irrealidade
que nos percorre.
São os rais de sol,
os cabelos jogados,
os passarinhos cantantes,
a névoa gelada,
a vegetação natural, 
o musgo na pedra...
Quantas alegrias!
Quantos olhares!
O coração vibrante
apenas sente,
recebe e chora.

Vanize Claussen
17/06/2016

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