sábado, 2 de julho de 2016

FLORESCIMENTO

Amanhecimento,
discreto embalo
de carícias ventais
em insoluções.
Nuvens cálidas,
ensombreadas
de carícias de azul-céu.
Corporificando o sol,
a epiderme atenta,
passeando nas células
"calientes" de vigor.
Os poros respirantes,
enevoados de branquitude,
apaziguados de calor,
derretem, espalham,
nas delícias intermitentes,
sol.
A planificação,
carregante,
espalha roupas
e seus pendurucalhos,
estendidas,
qual calmaria...
O balanceante
dos seus leves estruturais
tecidos,
reclamando secagem.
Apenas mórbido silêncio,
estação rota de sons
de carros na avenida,
florescendo idéias.

Vanize Claussen
20/03/2016







DESEJO

Aterro,
na volúpia do prazer,
calmaria.
Espera de não esperar,
prantificando promessas.
Rebelião internamente,
controlando vontades.
Sonho além mar...
E, abundantemente,
descrevendo próspera,
sua escrita atmosférica,
na profundeza 
das solidificações
interrompidas,
fugace pasmificação,
dos saboreantes anseios,
abrindo e tanspassando
em presença,
nas centelhas discretas,
divinais realizações,
agora.
Somatização cantarolando,
pássaros.
Voo raso no mole sabor
de entranhas uterais de vida.
Passeante desejo,
extrapolando
nas incertas solidões,
o amor divino.

Vanize Claussen
20/03/2016




ELA/ELE

Percorrendo veias,
escritas na imaginação
de entrelinhas viscerais,
fomento de amor,
harmonização do prazer.
Tendo e não,
cariciantes percepções,
toques dilacerando, 
transparência aos pés.
O chinelo verde-folha,
consoando com o chá
de passageiras lembranças,
futuramente aqui.
Piso preto e branco,
carmim à boca,
delineante em versos,
úmidos.
A mulher,
andarilha louca,
presença,
entre árvores,
dentro de cristais,
sobre a água,
correndo ao vento,
anestesiada de prazer,
divinamente,
encantamento,
presença.
Útero de luz,
translúcida imagem
onde homem,
amor divinal,
saboreia-lhe,
apenas corpo-imagem.
E, 
no detalhamento enigmático,
de sua profundidade-alma,
túneis mentais,
corporais,
intelectuais, etc.
Passa-lhe,
apenas,
num raridade insana,
penas,
por fora,
casca.
No futuro,
talvez,
os versos mostrem,
exalem,
sua insanidade de procura.
Ela,
contínua,
continua descortinando,
imagens,
fotografias,
palavras,
poesia.
Ele,
paralisou no tempo.

Vanize Claussen
20/03/2016




sexta-feira, 17 de junho de 2016

PARA SEMPRE

O vinho entontece,
dissolvendo algúrias,
sinais afins,
construindo formatos,
novas elucidações,
numa arte intensa,
sem limites.
São pedaços,
pedras,
rosas, 
flores azuis,
descortinando amores,
amor e tempo.
A imagem in-medida,
de um parâmetro irreal,
escondido,
para muitos.
Evolução,
certeza de continuidade,
incerteza da verdade,
mas consciente,
ausente x presente,
onde nem ventania,
nem chuva 
pode dispersar
ou apagar.
Sem lamentações,
somente viver,
momento,
sentir e ir embora,
apesar de,
para sempre estarei.

Vanize Claussen
17/06/2016





O TOQUE DO CARINHO

A liberdade
me acariciando a alma,
vai tomando,
dentre o lindo amanhecer,
a floração instantânea
do ato de viver.
São detalhes,
memórias,
lamentos,
talvez,
de um dia,
muito atrás,
ter esquecido de viver,
talvez: o amor.
Mas tudo se renova,
sempre,
como a Fênix.
São translúcidos
movimentos,
interiores,
renovando passagem,
recriando a infância,
a pureza de alma.
O toque do carinho,
vai dentro,
vai nascendo,
dia a dia,
numa vibração real,
da irrealidade
que nos percorre.
São os rais de sol,
os cabelos jogados,
os passarinhos cantantes,
a névoa gelada,
a vegetação natural, 
o musgo na pedra...
Quantas alegrias!
Quantos olhares!
O coração vibrante
apenas sente,
recebe e chora.

Vanize Claussen
17/06/2016

quarta-feira, 15 de junho de 2016

SURTOS LOUCOS


O olhar, 
pérola dos sentidos,
entontece,
enobrece
quando chega devagar
ao coração.
Tanto tempo,
tanta espera,
e agora tua lua, nua.
Olhando não sei o quê!
Paisagem perfeita,
a minha pele na tua.
Somente o Criador,
na sua certeza,
poderia permitir
tal façanha.
Ah! Tudo vai,
tudo vem...
E além mar,
estarei esperando
suas notícias.
O cortejo,
faz tempo,
se foi.
Agora,
enevoada espera,
que outrora,
viva,
somente escuta,
nas gavetas interiores,
os sentimentos remexidos,
disfarçados,
esquecidos,
enfeitiçados,
congelados ao fundo,
atrás do mundo.
E o olhar,
quente,
estarrecido,
perdido,
discordando a vibração
cantante do coração,
se foi,
estagnou,
parou nas diversas,
reversas,
fronteiras das amantes,
infinitamente muitas.
Retalhos em cada uma:
corda frouxa,
sapato aberto,
meia que não 
esquenta os pés,
retrato perdido.
Profundidade,
talvez um tico aqui,
outro ali,
de passagem,
apenas experimentar gostos.
Assim segue ainda,
pés descalços de pudor,
envolvendo,
prometendo,
embriagado de paixão,
nesta terra que 
não lhe pertence,
apenas o espera 
na hora fatal.
São truncados dias,
nublados perfumes,
mulheres carentes,
que lhe cabem.
Assim os dias,
nas estações perdidas,
de trabalho,
de vida,
retratam seu envolvimento,
cruel estágio sangrento,
que toca alma alheia,
sem lhe querer ficar.
Assim será seu destino,
que prometendo,
sem cumprir,
enganou-se a si mesmo,
dentro de seu funil 
de existência.
Pede clemência!
Deus,
por sua misericórdia,
irá te ouvir,
ou não.
Se existe retorno,
cuidado,
mais além,
depois do véu,
a cortina se abrirá.
Verá os surtos loucos,
provocados pela sua boca,
acariciando a minha.

Vanize Claussen
15/06/2016



segunda-feira, 13 de junho de 2016

TERRA É SEMPRE TERRA




Reticências que,
atraídas,
por parênteses,
me levaram 
a interrogação.
Somente a exclamação,
me restou,
enevoada de dois pontos,
que correndo ao encontro
das aspas,
perguntou:
Não está na hora 
de um ponto final?
E lateralmente,
a vírgula,
competindo com o ponto,
acabou sintonizando
nas estação musical
onde, 
os dois,
transformaram-se
e o ponto e vírgula
se formou.
Ninguém escapou,
depois do acontecido,
parecendo que o amor,
depois da interrogação
era um ponto final.
Mas não era,
estava apenas começando
a dizer dentro da alma
que mudanças acontecem,
e nos trazem calma.
Agora...esperar?
Continuar, talvez;
voltar, jamais.
O que está escrito,
vai ficando,
e o que está partido,
só por graça divina,
pode retornar.
Até que a morte nos separe.
Terra é sempre terra.

Vanize Claussen
13/06/2016



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