domingo, 9 de agosto de 2015

SAUDADE PAI Homenagem ao meu pai Nelson Corradini.


Lembrança de criança,

onde a flor de lótus era viva,

intensa sementeira,

numa paz infinita,

apesar das pirraças.

Quando a luz era cheiro de mato,

pincelada de cachoeira e praia,

dentro do azul das férias,

sempre enormes de alegrias.

Sua voz de autoridade

numa singela expressão

de apenas tirar o melhor

para que aprender

fosse apenas entendimento.

Pai,

apesar da minha timidez,

o encanto pela tua presença,

sempre forte,

me auxiliava na evolução de alma.

Uma força que ajudava,

dentro em meias palavras

a certeza de continuar, aqui.

Obrigada pelo amor,

pela educação recebida,

pela lágrima contida,

pelo carinho deixado.

A Luz que me vem,

também de ti vem,

que foi para mim

elemento de passagem

para o corpo físico aqui.

Carinho, respeito, amor e certeza

que futuramente,

quando eu partir,

encontrarei novamente

com tua centelha de paz.

Que as cortinas,

ainda fechadas,

se abram para a visão 

do esplendor da luz

que vem de ti à nós, seus filhos.

Só quero dizer: OBRIGADA PAI.

Vanize Claussen 

9/8/2015


sábado, 8 de agosto de 2015

RETRATO

Os ruídos expiram, 
espassam,
espessas nuvens 
ao chão. 
Os rumores esguios, 
refrescam,
restauram,
águas claras,
intactas corredeiras. 
A visão humorista 
propaga, 
perdula,
penteia inexatidão. 
A clareira afoga, 
refoga,
retrato de uma paixão,
pendente, 
descrente,
na ilusão latente 
do olho cumprido,
escorregadio de sua mão. 
Um retrato perdido, 
esquecido, 
inconstante, 
incomodado
com minha leve visão. 
Até breve homenzinho... 
fui saindo de mansinho 
dessa sua rotação.
Que horas vai acordar? 
Talvez eu tenha um palpite...
Na hora da despedida 
de sua alma gêmea aqui. 
Até breve irmãozinho, 
tenha certeza que além 
vamos entender tudo isso,
que jaz na memória discreta 
dessa mulher poeta.

Vanize Claussen 
08/08/2015



MODIFICAÇÕES TEMPORAIS

Tudo paralisou,
escorreu entre os dedos,
nas entranhas do coração.
Tudo modificou,
expandiu,
diminuiu,
entortou,
dissolveu em migalhas,
daquelas que transformam,
expalham,
extraem de dentro
as experiências das emoções,
entre espinhos e abrolhos,
vão desmistificando os encontros e encantos,
e apenas sobram escolhas ,
aquelas que revigoram a alma.
Sorrateiramente escuto
as dores interiores
que ninguém vê,
só a luz da vida
pode dissolver a espessura
dos registros de vivências.
A natureza exalando,
me chamando,
me querendo inteira.
Vou sobrevivendo,
sobrevoando
as diferenças que aumentam
essa distância de carinho.
Preciso recarregar a alma,
o tempo passa...
Nada acontece por acaso.
Estou à deriva,
discorrendo palavras
numa intuição de que
tudo que preciso
também precisa de mim
e está vindo em minha direção.
A solução é esperar.

Vanize Claussen
08/08/2015

sábado, 1 de agosto de 2015

ALMA PASSEANTE

Das surpresas,
desatados os fios,
os nós, 
seguindo o som,
do chorinho carnavalesco,
transbordando estrelas,
observando botões amarelos,
a vida segue boa
nesse feriado completo.
E, discretamente,
resolvendo andores
de passarinhadas lembranças...
Restaurando internas,
inteiramente,
na vaguitude dos traços
o compasso do retorno.
O foco retrata 
a paisagem verde
que renasce dentro,
nas entrelinhas pensamentais.
A água observadora inquieta,
continua seguindo o fluxo.
Ah! Tempo ligeiro,
que faz meu amor demorar!
Traz para mim esse beijo
que anestesia musicalmente
a minha alma passeante,
andante de vida!

Vanize  Claussen
15/02/2015

sexta-feira, 31 de julho de 2015

PASSANDO

Tudo passa nessa vida,
passadeira,
passaralho,
passarinho,
passageiro,
passa quatro...

E tudo vai passando
em revoada de luz...
Até ferro passa roupa!
Quem diria então,
que a água não vai passando?


Tudo passa,

as vezes repassa,
transpassa
em momentos instantâneos
em movimentos presentes.


Nem o tempo,

nem mesmo o espaço,
podem impedir que passe,
o enlace num instante,
os segundos da vida,
de passagem por aqui.


Vamos passar então!

Desfiando nossos sonhos,
desfilando as idéias
e desatando o amor
num fomento de alegria.


Beijos, fui...

estou só passando.


Vanize Claussen

14/02/2015

ESTRELAS

Choques...
dissolvidos numa verdade,
insana, profana
de apenas viver,
deixar ir
para que venha...
Apenas,
sentir...
ao longe,
o vento,
o canto dos passarinhos
amanhecendo,
dentro.
Os sons realizantes
no cantar estonteante
de prosseguir,
sem medo...
apenas seguir em frente,
olhando estrelas.


Vanize Claussen

06/12/2014

IMPLACÁVEL

O gosto do sol
amanheceu o dia,
trazendo fortalezas invisíveis
e pensamentos realizadores.
O discreto ventar
acalora o corpo
da brisa quente da manhã.
São os primeiros momentos
habitantes da alma que acorda.
A claridade invade,
casa a dentro adentra
soltando raios de amanhecer.
A imaginação aflora  
dissolvendo ranhuras
das paredes mentais,
entrecortando fórmulas,
antes ditadas,
numa resolução definitiva.
Não há contradições,
mas uma certeza
que as amarelas paisagens
ficaram para traz.
Agora, o som passarinhal,
junto aos latidos,
nesta manhã de domingo,
em setembro,
soltam-me, tecem-me,
amortecem as entranhas
do meu amor...
e passam percebidos
no ressurgimento,
de passos firmes vou.
E assim, cantando,
vou navegando a vida
esperando a data incrível
que serei a rainha do amor,
implacável, impecável.
O vento não machucará,
a mente não mais reverterá.
Seremos uníssonos
no amor e na arte de amar.

Vanize Claussen
14/09/2014



SENTIDO

Hoje,
a estampa do tempo,
traz a brisa
do nevoeiro chegando.
Minha alma
sobrevoando a vida,
dissolve temores,
antes contidos.
Não tenho pressa
mas não arrasto tempo.
A solução acontece,
gradativamente,
no elemento inquieto
do coração apertado.
Solvendo as flores,
que entregues foram,
recebo rosas vermelhas
de teu amor inquieto,
mas perfeito para mim...
E a poesia vai saindo,
caminhando na estrada,
inquietando outros corações,
acalmando afins,
acalentando almas,
num abraço imparcial,
virtual e humano.
Assim o tempo grita
soltando pétalas da vida
nos momentos de amor.
Assim a rosa exala
o perfume do teu cheiro flor,
em mim.
Nasce agora a esperança,
no sentido de passagem,
aqui.

Vanize Claussen
12/09/2014

terça-feira, 30 de junho de 2015

ASAS

O barco está na margem, 
onde a claridade se instalou em brisa leve.
O dia caminha
encantos jamais experimentados antes.
São os feixes do horizonte
que vão se abrindo em névoa
 prateada e dissolvendo 
os murmúrios inquietos da noite.
Os passos úmidos desenlaçam 
as corredeiras e solfejam 
inquietos andarilhos 
pela manhã de inverno, 
entoando aquecidos
 dentro de uma espessa bota preta. 
Caminham em direção
a grande queda da cachoeira,
onde se encontram poucos turistas 
e ninguém ao menos percebe aquele 
ser inquieto que caminha apressadamente.
O dia ainda rompe irritadiço 
pelo pulsar do horizonte que lhe atrela,
 mas levemente o sol 
vai entoando seu espetáculo para todos.
As grades que estão bloqueando,
apenas deslisam pelo vácuo interno.
as asas se abrem
e o voo acontece.

Vanize Claussen
30/06/2015

sábado, 27 de junho de 2015

APENAS FLOR

Estou à deriva,

desencadeando latas vazias,

e abrindo espaço em mim.

Sou configuração certa,

descartando colheitas erradas,

apenas estou seguindo o rumo

de preparação do amor.

Ah! O amor,

que tantos querem viver,

e tantos dissolvem ao ter!

O amor bendito,

o amor escrito pelas estrelas,

na alma dos sensíveis.

Quanta sedução, alguns!

Quanta distração, outros!

Mas a destreza de olhar,

na eternidade alma de ser,

faz-me abrir as entranhas

do caminho interior.

Sinto-me afagada,

lavada, revestida,

situada na luz 

da essência de ser,

apenas flor.




27/ 06/2015

domingo, 31 de maio de 2015

CLARIDADE

Entrei no vagão do limite, 
Joguei as redes ao chão, 
Deitei no ar das idéias
E  caminhei sobre o ar. 
Dissolvi das entranhas
Insoluções vagarosas
E renovei o armário
Cantando flores. 
Apenas olhei o infinito, 
Percebendo-me nua. 
A rua petrificada, 
Imaginando versos, 
Sem lamentos. 
As cores invadiram, 
As janelas respiram
E  o vento levou os espinhos.
Agora, 
Os versos boiam na luz, 
Engravidando correnteza, 
Indo além dos trilhos. 
Solturas sem medo,  
Com, apenas, relevância 
Em si mesmo,  na música. 
Ah!  Quanta claridade!


Vanize Claussen 
31/05/2015



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