domingo, 8 de junho de 2014

O TEMPO

O tempo
é passageiro insano
ao nosso corpo.
Ecoa verdades,
dissolve mentiras,
transforma e soluciona
através da maturidade.
Não aceita indecisões
e reage a covardias,
interage ao amor.
O tempo, profano,
inseto do físico
derruba horizontes,
mostram rugas da idade.
Fere a quem não quer,
envelhece a todos,
mas continua jovem.
Ajeita e tranquiliza
a alma grande de sutilezas.
Fenômeno igual não há
que o tempo não decifre.
Amores, guerra,
intrigas, queixas, ciúmes
e a tal verdade.
As horas minimiza,
a beleza externa,
trazendo sentido,
profundo, de vida.
E na morte deixa saudades
de todos que amamos.
Assim é o tempo, aqui.

Vanize Claussen
08/06/2014



domingo, 1 de junho de 2014

O CIRCO


No pulsar das andanças da vida,
muitos ventos venci,
sorrateiramente, olhei a estrada,
ao longe de perto,
observei uma tenda.
Risos, gargalhadas, aplausos,
gritaria e muita alegria.
Rapidamente fui contagiada,
lentamente adentrando
e observando o picadeiro
envolvi-me pelo lugar,
encantado.
Sentei-me na arquibancada
de madeira rústica,
no meio de pessoas felizes,
mas eu não via nada,
apenas um picadeiro vazio.
As luzes se apagaram...
Como num passe de mágica
um canhão de luz
trouxe à tona sapatos coloridos
e risos enigmáticos
nos olhos de cada criança,
os quais me surpreendiam ludicamente...
fizeram-me ver calças coloridas,
bolas de todas as cores
começaram a subir
e o palhaço, segurando o suspensório
caminhava com seus passos largos
dando cambalhotas, fazendo caretas,
transformando todos em crianças,
retirando sonho de seus bolsos.
E quando percebi
estava soltando uma bela gargalhada,
e a magia do circo invadiu-me.

Vanize Claussen

30/05/2014

terça-feira, 27 de maio de 2014

DESCENDO A LADEIRA


Cansei de esperar,
o tempo,
passagem singular,
cansei...
Porém descansei,
pois amar
é regar com alma
o vento no tempo,
estar...
Cansei de não ser regada.
Na estrada,
caminho,
quente...
E em flores e cores,
me transformo
numa passageira,
insana, profana,
discreta, MULHER.
Mas sou ventania
que emana,
lateja
e não pode parar.
Saio,
a arte sai de mim.
Chego,
alimentada de sabores,
letras, cores...
E no verso respiro,
sinto,
poetizo a vida,
atenta,
saboreando os contornos.
Sigo desleixada, 
cabelo solto,
a nova vida.
Sem aflição vou,
cantando mar adentro
num sussurro
de palavras inquietantes
a quem lê.
Vou desligando mundo,
interiorizando espaço,
soltando tempo
de cada laço estreito.
Sem jeito, saio
como jamais fiz.
Então,
descendo a ladeira
em direção ao mar,
caminho de luz,
estou, 
suspirando...apenas.

Vanize Claussen
08/05/2014

AMOR MADURANDO


Sou o tempo,
sou a chuva,
a radiestesia 
de tua boca,
que encosta a minha.

Sou teu toque,
o trovão,
derramando a certeza
na claridade infinita.

Busco-te na destreza
de um águia,
agitando-se, esguia,
a subir...

Sou teus olhos,
teus anseios,
tua face
a me olhar,
e a brisa
me percorre.

Quando te vejo
em mim,
experimento
amor madurando.

Vanize Claussen
23/03/2014

ENCANTO


Na alvorada suave,
com passarinhais cantantes,
ouço sons de carros, (raros)...
e ainda com sonho,
dentro da vestimenta ALMA,
vou refletindo vida,
vou espelhando paz.
Absorvo detalhes,
presenças de tantos,
movimentos vividos!
A água fervida
vou soltando
e o cheiro do café,
subindo,
dá sensação de manhã.
O desenho de bolhas,
na borra,
vai trazendo arte.
O céu ainda,
com sorrateiras nuvens,
traz vento.
Vou observando os detalhes,
breve espelho refletido,
por dentro,
onde o encanto
é ser sensibilidade.

Vanize Claussen

23/02/2014

AMOR


Pétalas de rosas vermelhas,
muitas...
óleos aromatizantes,
velas aromatizadas,
um vinho tinto seco e
duas taças lindas...refletindo as luzes cálidas das velas
e um tom amarelado refletindo as paredes
onde as sombras estão balançando e iluminando o quarto.
Ah! Esse amor que não chega!

Vanize Claussen

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