quarta-feira, 10 de agosto de 2022
PASSAGEM
segunda-feira, 25 de julho de 2022
OBSERVAÇÃO
sexta-feira, 8 de julho de 2022
O BARCO
O tempo úmido,
nas discrepâncias aquáticas,
restauram a alma
do conhecimento vão.
São as folhas entumecidas
nas brancas penugens
das ondas,
que refrescam a areia
das incoerentes linhas humanas.
O barco,
precoce,
anestesiado de mar,
apenas observa,
ao longe,
a gigantesca imensidão
do céu de abril.
A água espraia
na insanidade das marés,
o tempêro místico de maia.
Os cordões,
ao vento,
perambulam,
dizendo pela terra,
que há de chegar,
um dia,
a brisa.
A casa,
presente está,
dentro do anseio elemental
de ser presente
e mover-se
aqui e agora.
O templo é a vida que,
no horizonte,
emana a força dessas águas,
tocam calmamente
as escolhas.
Os elementos vibram,
enrriquecendo,
fortificando as ondas.
Sou terra, ar, fogo, mar,
vento, folha, brisa, teia,
pássaro...
Mergulho no tempo
de simplesmente observar.
Salto!
Recupero a sanidade
de ser quem sou.
Quero vida,
quero paz.
Apenas, observo
e sigo.
Vanize Claussen
16/04/2022
O QUE FAZER AGORA?
Meu tempo chegou.
Está na hora de seguir.
Os ponteiros já observam
a quantia perdida
e o tesouro encontrado.
Oriento-me na linha
e continuo seguindo
pelas ondas marítimas
e pelo caos familiar.
Estou a deriva,
na busca do encontro
com a essência divina.
Desejo paz,
quero estar tranquila.
O muito se transforma em pouco
ou quase nada.
A estrada ficou larga
e posso ver o infinito.
Não tenho posses,
mas tenho comigo
o verdadeiro tesouro.
Nada e ninguém pode roubá-lo
sem que eu permita.
Procuro um porto seguro
onde a viagem do viajante
não para,
sempre contínua,
realça a paisagem.
Segue até onde existe paz.
A solidão constante
e meditativa,
me aquece
fazendo esquecer tudo
que me entristece.
Medito e vejo a luz.
Onde estão os dentes
mágicos dos pedidos?
Onde foi o casamento
perdido nas palavras insanas?
O que fazer agora?
Apenas observar,
escrever
e viver.
Vanize Claussen
08/04/2022
INTERNAMENTE MAR
Hoje,
o dia amanheceu
com gosto de sal.
O mar,
no seu frenesi,
numa revoada
de sons,
saltando
entre as pedras,
encolhidas na praia,
jorrando sutis espumas
pela orla desse tempo.
O colorido insano
da areia com as pedras,
a água
em sua branca evolução,
a mata,
formam a sutil mensagem
da natureza.
a borboleta se atreve
perto das ondas
e voa pacífica
pelas gotas batidas
de suas batidas.
Não me atrevo interrompê-la
e nem aos pássaros
com seus filhotes
na mata atrás de mim.
Cantantes melodias
espraiam em meu coração,
em minha vida.
Os olhos estão abertos
nas profundas emanações
que me atrevo receber.
O som ruidoso
dos elementos naturais,
acalmam minha vida
no sentir dentro das almas.
Apenas observo
as passageiras
e momentâneas incertezas
das nuvens ao longe.
Hoje vejo o presente,
atento-me,
apenas ao que está.
Fortaleço-me de brisa,
de vento,
p'rá voar.
O nó na garganta,
pequeno está.
A estrada,
com seus atalhos,
observa a evolução.
São cancelas abertas,
discretas e saltadoras.
O movimento hoje é dentro.
Apenas observo.
Vanize Claussen
04/04/2022
domingo, 3 de julho de 2022
CAMINHADA SUTIL
O tempo esgotou-se
nas vírgulas e pontos finais.
Já não concebo,
nas distâncias escondidas
das certezas,
qualquer maldição.
Deixo-me entregue,
nas linhas do destino,
aquele atroz cavalheiro,
entontecendo as entranhas
de minh'alma.
Não posso fugir,
o tempo arrefece
as estações tardias
e a mulher,
cabendo em meu corpo,
chama sedenta,
a forma-luz-matéria,
para expandir ideias.
O tempo vai,
passando,
passeando,
correndo
entre os dedos
de minhas mãos,
num contexto singular
de não ficar
e expandir Arte-Mundo.
As insatisfações
relatadas internamente,
passam.
Momentaneamente,
absorvo,
observo...
experiências,
experimentos,
soluções.
A criação e a arte de criar,
parte suculenta dessa vida toda.
Ainda tenho sonhos,
não os deixo em paz,
pois sem eles,
suponhos,
ser mera divagação na terra.
A esfera,
na corredeira desse tempo,
ainda toca
em meu útero de flores.
Sinto a paz
com as cores esvoaçadas
dos Bem-te-vis
nas janelas da vida.
O nuance vermelho,
do céu de julho,
me apresenta novo caminho.
Desfaço-me do que perdi
e vou,
nos incertos pensamentos alheios,
busco a verdade intacta
de estar apenas
iniciando o voo da emoção
em sonhos realizados.
O tempo brilha
nas linhas do espaço
dessa caminhada sutilmente
ligada de música,
nesse movimento inquietante
de apenas ser.
Vanize Claussen
03/07/2022
O TECIDO
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