quarta-feira, 10 de agosto de 2022

PASSAGEM

O templo desemboca
nas corredeiras fotograficas
de certezas imperiais.
Discretamente antevejo,
flores do verão tardio.
São elucubrações inquietas
de uma primavera antiga
que dissolveu-se,
há tempos,
num pantanal vazio.
Lagos e rios,
perdidos no tempo
da visão insana
em ainda querer ser igual.
Nada é permanente,
os óculos de grau
o dizem que não.
O corpo já comporta
traços de vida,
mas abre-se 
com peles mortas
e renovadas com a imagem
das vivências passadas.
Vamo intuindo estrelas,
das quais,
 são cobres talhados,
na imensidão do universo.
O amor dissolveu-se
em cantos mágicos da natureza,
na preciosidade incontável
das folhas caídas 
sobre o lago imaginário,
onde há vida real,
sem ser maia.
A terra esquecida,
além do físico,
mostra-se totalmente aprazível.
Somos exatamente
essa luz que não se vê
quando estamos 
na terra dos viventes.
Ah! Quanta certeza
de estar apenas passando
um tempo aqui!
Apenas agradeço.

Vanize Claussen
10/08/2022




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