segunda-feira, 18 de junho de 2018

TOQUE

A brisa toca
e na leveza da vela solta
vai empinando a pipa,
vai saboreando espuma,
confiscando paisagem
de ver-se,
totalmente dentro,
na vaga lembrança
uteral de alma.
São os novelos,
envelhecidos,
formados 
por fagulhas antigas,
que,
soltos,
evaporam no ar.
Sublime desejo,
partir,
ir num passeio além,
totalmente integrada
na novela da vida,
nos países de lá
e de cá,
simplesmente ir.
Ah! 
O peito aberto de luz,
vai clareando o caminho,
iluminado de cor!
Sorrateiramente,
nas enevoadas 
e estreladas matas
de tantos lugares,
de tamanhos imensos,
vou retirando a seiva,
vou escolhendo a textura
e pintando 
os espaços acordados.
O gozo se espalha
dentro e fora,
vai se entornando
na mania de arte,
vai transformando
pessoas comuns
em gente humana.
Ah! a Humanidade!
Quanta beleza,
quanta saudade!
Sentimento inquietante,
muito além de certezas,
a framboesa do abismo, 
mas tendo certeza
da verdade individual
e de toda a verdade
unificada elétricamente
nos gorjeios das saudades...
Epopeicamente, 
indiscretamente,
me refiro ao largo tempo
das colisões vagas,
daquelas que apenas
as inúmeras egregoras
lampejam lentamente
em nós.
Vamos!
Seguindo a frente,
sem deixar cair 
o pente de ouro,
onde o touro gigante,
mesmo distante,
ainda respira
para alegrar os humanos.
E no passeio matinal,
o orvalho ainda cai,
lentamente...

Vanize Claussen
18/06/2018



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