segunda-feira, 25 de junho de 2018

TECIDO

Numa terra sem receios,
vagante neve,
além do horizonte estéril,
o sabor implacável
das rosas vivas;
o céu perambuleante
desce a ladeira
das conexões intactas
dos saboreais divinos
escorridos pela boca
do dente de leão.
O leque atiçado acima,
rodopia cantante melodia
descreve, tenaz,
a sensação perdida
das letras insanas
penduradas ao varal.
A cabeça,
compilada de olhos sagazes,
vai, arredia,
sorvendo a água
que levanta voo
dentro das orelhas perdidas.
O tecido,
construído de massa,
pesada,
vai desenrolando as penas
dos pés descalços
e saltitante,
rodopia entrelaçando-se
na ventania das veias.
É tempo de tecido,
cortar,
costurar,
e apenas saborear
o canto.

Vanize Claussen
25/06/2018



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