segunda-feira, 5 de julho de 2021

QUER FICAR UM POUCO MAIS?

 A letras, 

ainda úmidas,

descartam a precisão

dos experimentos humanos.

Ainda,

 que doces,

saltitam nas salivas loucas

do teu beijo molhado.

A nuvem disfarça a orientação

das pudicas escolhas,

disfarçadas de medos.

Olho-me,

INCANDESCENTE.

Na certeza das irreverências

de tantas cores,

de tantos amores

escondidos em tua alma.

A sincronicidade

arremata o tempo

de visão atônita

nas vazantes da lua.

Arrependimento?

Nenhum.

Tropeços,

milhares.

As contas chegam,

estremecem,

emolduram o quarto

e a sala de estar.

A varanda de vidro

ressoa a paz

das flores penduradas.

O quarto aquece os sentidos

para ver além do trivial.

Vou pelas corredeiras insanas

te procurar além da praia.

A montanha não aquece,

apenas estremece

meu ventre de fogo.

Abro-me como brisa,

na cor branca da paz

e olho-te.

Quer ficar um pouco mais?


Vanize Claussen

05/07/2021



quinta-feira, 8 de abril de 2021

ABRE A JANELA!

 Navego,

por entre as flores de maio,

esquento,

esfrio.

solto numa canção,

a visão solta da águia.

Amorno os traços,

vou enlaçando,

roendo a corda

da cordilheira.

sorrateiramente defumo,

nas líteras fornalhas:

o amor.

Amplio as limitações

mais densas

em novas sementeiras

de luz.

Vou soltando a pipa,

dando linha ao vento

da transformação.

Invento, escrevo,

reúno centelhas dispersas.

Os versos soltos

se encontram e desenham,

nas letras orvalhadas

das lágrimas brilhantes,

o toque límpido

do reflexo no espelho.

Agora,

o concerto do relógio,

no tic tac da emoção,

realça os passos 

na terra molhada,

ainda que,

timidamente,

o caminhante segue.

E nas passadas líquidas

dos amores tragados,

vai selando sua frequência,

nas sólidas impermanências.

O outro lado observa,

imponente,

o grito adestrado

do rompimento.

A porta abre-se feito luz

e a sala está repleta

de silêncios mansos.

O coração bate forte,

como sino,

abrindo as fronteiras,

deixando-se ver.

Novamente o amor acordou.

Abre a Janela!


Vanize Claussen

08/12/2019




PRESENTE PRECIOSO

 O tempo,

no esplendor discreto,

realiza as estações.

sorrateiramente 

desliza a idade

da busca,

e entendemos:

o que passou, 

passou...

Agora desligamos

as comportas,

apenas vamos

abrindo caminho

aonde a brisa levar.

Tomamos as rédeas da nau

e vamos navegando,

infinito adentro

na pesquisa infinita

de ser sementeira.

Olho para trás,

relembro-me,

não choro mais,

apenas absorvo

a mensagem.

O presente precioso

das divinas estações,

ainda que intenso,

sem intenções.

É a vida que nos percorre atenta

e nos movimenta

ao céu de luz.

Assim, 

agradeço e adormeço.


Vanize Claussen

19/09/2021




quarta-feira, 7 de abril de 2021

ASAS

Lança a flecha da gaivota,
mais adentro,
 na procura do vento
navegante no mar de amor!
E nas profundezas 
das águas mergulhadas,
a flor desabrocha,
como alma de passarinho.
No voo leve,
carrega em si,
o experimento das drusas,
onde constela essência
de brilho límpido,
plainando sobre a água, 
restaurando os sons 
das tartarugas mágicas.
E, nas colossais 
pedras algatizadas,
nesse imenso mar,
que expande dentro,
observando essência,
realizando a paz,
somos brisa,
somos água,
somos terra e sol!
Tudo está em nós,
faz parte de nós.
O todo se manifesta!
E mesmo findando nesse tempo,
existe mais, 
muito mais,
além daqui.
A saudável 
impermanência
de tudo,
revela-se nos segundos
e estamos a mercê
de nenhuma conclusão,
apesar de existir
a morte no plano físico.
Ainda assim existem
outros movimentos,
outros planos, 
dimensões quânticas,
outras vivências,
numa outra linguagem.
a dor apenas faz evoluir
a centelha divina do amor
e em cada nau se eterniza.
Portanto,
não há morte na essência.
Existem apenas
inúmeras transformações
na centelha individual
de volta ao todo.
Amor e gratidão
é o sentimento dessa era.

Vanize Claussen
22/03/2021







terça-feira, 15 de setembro de 2020

CONECTADOS

 Os versos elétricos,

movimentados ao espaço do todo,

caminham nas fagulhas de luzes coloridas.

São experimentais idéias

saboreando o novo.

A translúcida termostática fórmula

de emoção divinizada,

faz o coração pulsar nos ventos interiores.

O temporizador desarma,

transmutando a água

na essencial forma de luz.

O teor humanizado umidifica,

transcendendo as estações físicas.

O experimento humano

divagando nas corredeiras dos rios

caudalosos de amor,

patenteando na reverberação

do infinito.

Audazes e velozes,

estamos em movimento

de divagação.

E, nos trocadilhos 

corriqueiros,

ainda somos os mesmos

por fora.

Portanto,

 a mudança aconteceu,

mas na elétrica centelha, 

 dentro.

Almificada mudança.

Tempo  para pensamentos,

tempo para experimentos,

tempo de navegação...

e no caminho,

havia um celular.

Vanize Claussen

15/09/2020

520 741 8



quarta-feira, 27 de maio de 2020

AQUECIMENTO

Que as cores
e os portões se abram!
E, intrigantemente,
possamos abrir as comportas
para desabrochar a vida!
Cada experiência nos modifica,
nos aquece, nos entorna.
Cada movimento é um estágio
para nossa evolução.
Estou aqui,
sentada na varanda.
O tempo entorna-se,
discreto,
nas soluções das marés.
Disponho-me de brisa,
de luz e certezas.
Quero encontrar o tempo
que se perdeu
no agora para depois
e navegar as estrelas
dos pensamentos inquietos
para dar-lhes vida,
e assim,
sonhar realizando.
Quero cantar
as emoções incessantes
e solucionar 
as galáxias interiores.
As flores do amanhecer
me distraem nas palavras
de meu coração.
A alma brilha
e me aquece agora.

Vanize Claussen
06/02/2020





Postagem em destaque

O CAMINHANTE