domingo, 15 de setembro de 2013

ALTURAS DO PENSAMENTO

Sorrateiramente liberto-me...
Das entranhas profundas
retiro a força raiz,
que de tantas gerações forjada,
alimenta-me de luz.
Olho-me dentro,
percebo-me inteira
e renascendo cada dia
neste corpo passageiro,
vou derretendo gelos,
plantando cerejas,
arrancando ervas,
dissolvendo pesadelos...
vou saboreando as maçãs
e entornando sementes
pelo caminho,
Assim,
cantando sempre
uma nova melodia,
vou de alegria em alegria
soltando frutas, flores,
pomares, cantares,
saudades, verdades...
e na livre expressão
de minha alma eterna
deixo-me vagar de cores
nas alturas do pensamento,
elemento vida em mim.

Vanize Claussen

15/09/2013

sábado, 14 de setembro de 2013

TEMPO DE ESPERAR

Quero a certeza do seu abraço
me apertando a alma
no carinho espantoso de ficar,
onde só luzes e cores
se entornarão ao nosso redor,
cantando vida e paz.
Mas a única certeza
que me resta
é a gota do esperar...
e no relógio do tempo,
numa fração de segundos
seu insight pode acontecer.
Quando realmente se abrir
e vier cantar nosso amor,
viveremos a paz da alma
unidos num som uníssono.
Ah! Tempo de espera lancinante,
Descortinando minha alma de amor!
quero estar contigo agora,
saboreando seu calor,
dissolvendo-me em sua pele,
massageando nossas almas
da verdade de estar.
- Vem Meu Bem, me buscar!

Vanize Claussen
06/01/2013


TEMPO FLUÍDICO

O tempo físico
reflete movimento intenso,
desde a era primitiva
não se viu coisa igual,
e a profunda história humana
relata evolução tecnológica intensa.
Onde isso vai parar,
se vai parar?
Minha percepção fica aguçada
tentando dissolver imagens,
quero restaurar
do meio da natureza
minha essência,
que jaz em um por cento.
Quero o toque colorido
de noventa e nove por cento
do mundo invisível ao físico.
Assim posso sentir,
apesar de na matéria,
o sentido de estar aqui.
Ah, esse tempo fluídico!
Contato sem igual
da verdadeira forma
que vai além
do que vemos aqui.


Vanize Claussen

20/10/2012

TEMPO DE VER


Sons de guitarra,
Invadindo,
discordando,
entre mesas, pessoas...
Lugar de um piso frio, cinza,
que retrata,
o brilho da luz,
fugidia
e entontece meu ser
que busca o superconsciente
e sonhar com o amor.
Mas a brevidade
e campo,
do baile que não se vê,
é silêncio,
ortodoxia de madeira envernizada
e empoeirada,
onde pelo vidro,
tocamos o movimento
das mesas e vozes...
A água na mesa
e a bebida destilada,
risos soltos no ar...
Instrumentos vibram
notas da alma,
luzes cantam
a harmonia da voz.
Fogo fátuo de estar
paralisada
entre vozes de loucos,
sendo quase nada louca
neste momento.
Isqueiro aceso,
como vela
numa dança de notas musicais
invadindo o ambiente,
inebriado de força jovem,
fulgáz delícia de um tempo
que não volta.

Vanize Claussen
(06/07/2012)

TEMPO DE IR EMBORA

Tempo temperando imagens,
aquelas que jamais,
apesar da perda de alguém,
poderão ser esquecidas.
É como se um irmão voasse
indo ao encontro de Deus
e aqui ficássemos
a esperar o tempo de ir embora
para  nos unirmos aos que já se foram.
Acontece na alma um lamento,
neste exato momento,
um pesar e a imagem
de não sermos eternos.
A sensação apavora a alma,
desagrada a vida
que ainda nos percorre.
Chocante estado de olhar
tentando almejar o instante
que já, também nós, partiremos.
Doce ilusão achar eternidade na matéria!
Sensação de paz a hora de ir embora!

Vanize Claussen  
2/06/2013


TEMPO DE IMAGENS

 Somos entontecidos de sinais,
onde lixas, livros e vergonhas
não podem deter
o que vem do alto
e no íntimo está.
Ah! Que saudade
da flor do amor,
que desabrocha
todos os dias!
Quantas vezes nem percebemos!
Quanta vida!
A natureza nos espera...
E no vagar da lida
somos pesquisadores do tempo,
movimento de percepção,
onde o espaço é o presente,
não existindo, portanto,
passado ou futuro,
mas o que vivemos e presenciamos.
Tempo de imagens:
umas que ficam,
outras que vão...

Vanize Claussen

24/11/2012 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

GOTAS

 O vidro reflete o brilho de gotas,

estilantes,

onde,

através da janela,

os olhos d’água

incendeiam a noite

de se ver, em luzes,

nos prédios em frente.

O poste,

com seu farol

reluzente,

também acenam

gotas deslumbradas

de sol,

onde o poema

distorce pra cantar

na chuva que aquece

meu pensar.

Ah! Delícia de tempo!



Vanize Claussen 
12/07/12

ESPERANÇA

Na sofreguidão de um amor,
apavora-me pensar,
que diante de sinais,
de flocos rápidos
o termômetro deve acender,
perceber,
dissolver,
aumentar...
Ninguém sabe
o que vai acontecer e,
na sintonia de amar
o vento pode trazer
e levar...
As páginas são viradas,
apesar de sempre acontecendo,
todo dia.
Porém a brisa,
que toca,
de leve meu corpo,
incendeia minha alma
de prazer de amor.
Quero sentir
o sabor do teu beijo
e nas conjunções de música,
estar.
Onde? Quando?
No tempo preciso,
acontecerá.

Vanize Claussen


06/07/2012

EXPERIMENTAR

Experimento,
tempo de chuva,
calor das cobertas,
risos na vizinhança...
Música sertaneja
fora do quarto,
filha no computador.
Mãe enrolada
nas cobertas, absorta,
as vozes da televisão.
Água caindo forte,
carros passando na rua.
No aconchego do lar, na cama,
escrevo, dissolvo
palavras que me vêm a mente.
Chá quente ao meu lado,
na mesa de cabeceira,
anestesia minha vontade
de experimentar estrelas neste poema.

Vanize Claussen
17/03/2012

ENCONTRO

Estrelas sopram
nos meus ouvidos estalam
e completam formas.
Felicidade estar
ouvindo você,
mesmo que longe.
São pequenos toques
num tic-tac
invadindo a alma,
truque de luz
que somente o amor
transforma e emana.
O horizonte traz paz
e conforme a dança do tempo,
vamos nos encontrando
no ar, por aí,
para ser feliz.

Vanize Claussen

05/07/2013

LAÇOS SEM NÓS

Os laços,

que antes firmes,

se encontram discretos,

como se uma névoa

estivesse escondendo

as rosas vermelhas

desse amor de alma.

Mas o tempo,

remédio de todos,

implacável

irá trazer, na essência,

o nosso destino.

E na construção

dessas paredes,

ainda caiadas,

buscamos ver

o jardim de nós

ultrapassando

os limites terrenos.

A esperança.

que antes fugidia,

se instala novamente

no olhar da flor.

E agora,

o presente restaura

o seu e o meu coração.

Ilusão, que antes,

transformara-se em ansiedade,

apagada está e dissolvida.

Agora é o momento

do nós sem nós.


Vanize Claussen

13/09/2013

SOU ALMA



Sou um pouco vento,

um pouco tempestade,

um pouco flor,

um pouco verdade.

E no tempo certo

sou fruta da colheita.

A água me invade a calma,

me transforma a forma

do tempo espiritual que vejo.

sinto-me invadida,

deixo-me ser translúcida,

brilhante e extasiante

na perfeição de existir

além daqui a alma.


Vanize Claussen

TEMPO



Somos construtores

do tempo,

inquieto ser que

dissolve imagens reais

em passado de idéias...

Volume de pensamentos

que sufocam em brotação,

como jardim, onde,

variadas flores e cores,

se entornam.

As imagens construindo

um tempo inexato,

onde apenas, 

o presente momento é real.

O que vem depois,

não importa...

Mas a exata sensação

é a falta de controle,

que nós, 

seres humanos,

temos, 

em relação ao tempo, de ver.


Vanize Claussen 
13/07/12

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