segunda-feira, 13 de junho de 2022
MANHÃ DE CORES
domingo, 12 de junho de 2022
SABOR DA VIDA
Nas contas do asfalto cinza escuro,
a solidão acalenta o encontro.
Almas afins chegam de distâncias reais
ao encontro para colheita.
Não foram feitas de abraçar,
mas de semear histórias além - céu,
além -mar.
Eles se encontram no olhar
e aquecem o pensamento
daquele momento inquietante.
A brisa para o ar.
Revoada de bem te vi ao redor,
nascendo nas escolhas de uma vida.
E nas entrelinhas desconectadas,
a transformação das ideias
na arte de ver além de espectativas,
além de rugidos ou risadas.
São as matilhas escondidas
no pensamento enrredado
de mutilações antigas,
fazendo renascer
um equivocado humor ácido.
Não consigo definir
o que atormentou por dentro,
parecendo um escremento escuro,
vindo de um coração inquieto.
A calma dissolveu o instante
de uma espera vazia de amor,
porém dizente de amar.
Apenas, observo.
Espero o tempo de diálogo real.
Sou mulher de saber o sabor da vida em mim.
O desafio está aceito,
tenho esse direito.
Porém,
nossa rima antiga,
talvez passada a ferro e fogo,
tenha sido uma miragem
ou talvez apenas aprendizado.
Não há como definir o encontro,
não há como querer tudo
e talvez nada dar.
O que tenho é meu escudo,
minha forma de andar,
minha forma de querer sonhar
e realizar meus projetos.
Sou artista,
escritora,
faço tudo o que quero...
não espero nada além,
apenas o bem que me repassa.
Não transpasse minha alma,
por vingança ou ilusão,
sou apenas uma flor
que desabrocha o coração
a cantar com o que tenho.
Ensinar, talvez, eu possa.
Mas prefiro aprender e entender
tudo isso que passa a frente.
Os moinhos já rodaram,
não sei se eles ainda o fazem.
Um coração partido com ações
distorcidas no tempo passado,
se resguarda, se acalma,
para entender o que se foi.
Acalma a alma,
coração inquieto,
e arruma seu templo
para que se abra uma flor.
O momento é o tempo
de estalar os dedos
e acreditar no amor.
Porém,
minha alma,
cansada de naveganças deslisadas
nas virtudes esquecidas,
já não consegue acreditar
que as corredeiras daquele riacho
ainda estão vivas.
Oh! Divino Templo em mim!
Atenta-me de luz
para que eu veja pureza,
que eu enxergue a rica verdade
da alma e de amar!
Pois, jaz,
não tenho pressa,
mas apenas pesar.
Vanize Claussen
12/06/2022
sábado, 13 de novembro de 2021
ESTOU AQUI, DE PASSAGEM
Eu não melhor que ninguém,
nem sei tudo,
sou apenas mais uma
dentro dessa grande civilização.
Não sou mais, nem menos que ninguém.
Apenas estou aqui,
de passagem,
buscando uma imagem
aqui e ali...
e tentando refletir,
nas insanas corredeiras,
a paisagem que percebo.
Eu Sou. Tu és. Ele é.
Nós somos,
portadores da imagem
do aprendizado individual.
Cada um de nós
tem uma mensagem a passar.
Isso é lindo e especial.
E através da nossa intuição e emoção,
vamos construindo através
da mensagem pessoal,
a nossa voz,
nossa imagem,
nosso experimento.
Então apenas digo:
Estou aqui, de passagem.
E, discretamente,
deixo minha mensagem.
E, quem tiver ouvidos e olhar,
que seja como luz
minha palavra à você.
Estou aqui com a passagem,
porém sem data,
sem hora...
Ela apenas passeia
sobre minha vida,
o movimento da partida,
algum dia.
O endereço em que vou morar?
Ainda não posso especular.
Porém,
antevejo a imagem no coração,
mostrando que na outra dimensão,
quântica,
um dia estarei sobrevoando,
morando e experimentando.
Hoje,
aqui e agora,
apenas observo os entornos
das paisagens ao redor.
Apenas reflito:
Estou aqui, de passagem.
Vanize Claussen
13/11/2021
quinta-feira, 8 de julho de 2021
MOMENTO DE SEGUIR
O templo da vida,
ainda que distante,
nas revoadas discretas,
vai entornando,
nas pastilhas dos sabores
a canção do amor.
O céu abre-se
para transformar
as marés da vida,
trazendo conforto.
O divino vem abrir
os caminhos difíceis,
acordando o melhor
diante de tantas fronteiras.
O rosto abre-se
na busca incessante
de um novo olhar.
Estamos a deriva,
na roda d'água
incendiadas de luz.
E na discrepância do voo
dos têmperos sem cheiro,
sem gosto,
abre-se o novo lugar,
a nova voz de calor
inovando meus projetos ancestrais.
Agora,
espero,
com a brisa
em meus cabelos soltos,
o momento de seguir em frente.
Vanize Claussen
08/07/2021
segunda-feira, 5 de julho de 2021
QUER FICAR UM POUCO MAIS?
A letras,
ainda úmidas,
descartam a precisão
dos experimentos humanos.
Ainda,
que doces,
saltitam nas salivas loucas
do teu beijo molhado.
A nuvem disfarça a orientação
das pudicas escolhas,
disfarçadas de medos.
Olho-me,
INCANDESCENTE.
Na certeza das irreverências
de tantas cores,
de tantos amores
escondidos em tua alma.
A sincronicidade
arremata o tempo
de visão atônita
nas vazantes da lua.
Arrependimento?
Nenhum.
Tropeços,
milhares.
As contas chegam,
estremecem,
emolduram o quarto
e a sala de estar.
A varanda de vidro
ressoa a paz
das flores penduradas.
O quarto aquece os sentidos
para ver além do trivial.
Vou pelas corredeiras insanas
te procurar além da praia.
A montanha não aquece,
apenas estremece
meu ventre de fogo.
Abro-me como brisa,
na cor branca da paz
e olho-te.
Quer ficar um pouco mais?
Vanize Claussen
05/07/2021
quinta-feira, 8 de abril de 2021
ABRE A JANELA!
Navego,
por entre as flores de maio,
esquento,
esfrio.
solto numa canção,
a visão solta da águia.
Amorno os traços,
vou enlaçando,
roendo a corda
da cordilheira.
sorrateiramente defumo,
nas líteras fornalhas:
o amor.
Amplio as limitações
mais densas
em novas sementeiras
de luz.
Vou soltando a pipa,
dando linha ao vento
da transformação.
Invento, escrevo,
reúno centelhas dispersas.
Os versos soltos
se encontram e desenham,
nas letras orvalhadas
das lágrimas brilhantes,
o toque límpido
do reflexo no espelho.
Agora,
o concerto do relógio,
no tic tac da emoção,
realça os passos
na terra molhada,
ainda que,
timidamente,
o caminhante segue.
E nas passadas líquidas
dos amores tragados,
vai selando sua frequência,
nas sólidas impermanências.
O outro lado observa,
imponente,
o grito adestrado
do rompimento.
A porta abre-se feito luz
e a sala está repleta
de silêncios mansos.
O coração bate forte,
como sino,
abrindo as fronteiras,
deixando-se ver.
Novamente o amor acordou.
Abre a Janela!
Vanize Claussen
08/12/2019
PRESENTE PRECIOSO
O tempo,
no esplendor discreto,
realiza as estações.
sorrateiramente
desliza a idade
da busca,
e entendemos:
o que passou,
passou...
Agora desligamos
as comportas,
apenas vamos
abrindo caminho
aonde a brisa levar.
Tomamos as rédeas da nau
e vamos navegando,
infinito adentro
na pesquisa infinita
de ser sementeira.
Olho para trás,
relembro-me,
não choro mais,
apenas absorvo
a mensagem.
O presente precioso
das divinas estações,
ainda que intenso,
sem intenções.
É a vida que nos percorre atenta
e nos movimenta
ao céu de luz.
Assim,
agradeço e adormeço.
Vanize Claussen
19/09/2021
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