sexta-feira, 10 de agosto de 2018

MACERAÇÃO

Me toco
de não tocá-lo,
por saber da insanidade
de cada um
ser diferente.
Está latente
a lição,
a construção
individual,
respeito lateral.
A vivência,
intensiva,
mortifica,
paralisa,
mas apruma alma.
Me toco
para não mal ver,
por saber da positividade
de cada um
ser o que é,
em construção.
Intensifico,
restauro,
ajeito as velas
para ir além mar.
Vou devagar,
mas acometo
dos erros que já tive,
a grande tarefa,
melhorar muito mais.
Olho o horizonte,
vejo as borbulhantes
águas brilhantes
que me esperam
mais além.
A luz incendeia
minha essência
macerada,
traz-me paz.
Sigo adiante.
Os olhos captam
apenas as formas,
as cores,
os movimentos.
E depois,
da passagem brusca,
dos anéis desfeitos,
da roupa rota lavada,
só restam costuras
dos pedaços soltos.
Então,
vejo-me descoberta,
desnuda,
atenta de emoções,
fortalecendo,
retirando cascas,
entoando paz.
Assim sigo,
com semblante cálido,
desviando
do que não soma.
Assim sigo o vento.
Levo-me inteira
para novas emoções,
onde a arte,
amiga íntima,
envolve-me de luz,
transita corações.
Gratidão a tudo
e ao Criador de tudo.

Vanize Claussen
10/08/2018


terça-feira, 7 de agosto de 2018

GRATIDÃO

Aceito,
recebo,
recolho,
distribuo,
gratifico-me
e vou assim
aceitando,
recebendo,
recolhendo,
distribuindo,
gratificando-me,
e tenho mais
aceitação,
recebimento,
recolhimento,
distribuição
e gratificação.
Assim sendo:
seja receptivo(a)
a aceitar,
receber,
recolher,
distribuir
e ser grato(a).
|Obrigada,
eu aceito,
eu recebo,
eu recolho,
eu distribuo,
eu sou grata(o).

Vanize Claussen
07/08/2018




HORIZONTE

Carrego no peito,
aberto em flor,
essa brisa,
essa paz...
O movimento,
 estereotipado,
reluz verdade,
saindo da boca
do coração.
Anoitecendo girasóis,
vamos buscando, 
estrelato.
Com imensidão
de centelhas 
de prata
vamos colorindo,
aumentando,
marrecacheando
o universo de versos,
poupando explosões.
Agora o olhar,
regateado de horizonte,
provê caminhos
numa construção,
inquieta,
de rosas perfumadas.
Chegou a hora.
A lua aponta.
O brilho é intenso,
gigante,
ultrapassando plantios,
revolve a terra
e abre-se ao vento
das sementes.
Amanhece,
o destino me encontra
e o amor anuncia calmaria.
Vem! 
Vamos caminhar
de mãos dadas
até o horizonte!

Vanize Claussen
07/08/02018





segunda-feira, 6 de agosto de 2018

AMAR AMOR

Não me derrame,
não me encolha,
apenas apreenda-me
de papoulas vermelhas
nas elucidações
inquietas de amar.
Aceita-me
feroz ou maracujá,
mas não deixe-me
de cócoras
a olhar entre as pernas.
Não precipite,
mas chega perto
exalando 
pelas entranhas
da alma,
a vibração quente
do sorriso voador.
Dá-me tua mão,
vamos cantar!
Vamos caminhar 
na praça,
adentrar pelo lado,
volitando 
como passarinhos
que tocam a água,
de leve,
com o bico.
Enebria-me,
dizendo que:
 chegou a hora.
Mas não perca-me
novamente,
porque minha aquarela,
já ficou rota,
amassada demais.
Agora preciso de paz.
Olha-me dentro,
diz-me fora,
pinta-me de brisa,
incendeia-me toda
desse amor lúdico,
nessa vibração direta,
onde o êxtase está
dentro do olhar natural.
Faz-me ser apenas eu,
e nas entrelinhas,
ama-me como sou.
Assim te quero,
assim me quero,
vida viva.

Vanize Claussen
06/05/2018


quarta-feira, 1 de agosto de 2018

TRANSFORMAÇÃO

Andante,
comum,
dissol-vento,
estrelas vagantes
num universo imenso.
Somos a apropriação,
a vida.
Depois...
saímos por aí,
nalgum lugar,
cantarolando estrelas.
Então,
passagem de ar,
subindo atroz,
volitando luz.
No espaço,
descendo, subindo...
as flores exalam,
perfume de sol.
As cores se abrem
e vamos nos
transformando,
e a tela renasce
no colorido da vida.

Vanize Claussen
01/08/2018




quarta-feira, 27 de junho de 2018

COMIDA APROVADA

Os montes,
reclinados nas lapelas
das codornizes alertas,
ventam discretos
sob os alimentos naturais.
A hibernação
das gotículas dos sabores,
se desfaz
nos amarelados
e plastificados
quilos de anseio
amarelo ovo.
E no lamento da fome,
pelo mundo todo,
as bocas úmidas,
quase secas,
saboreiam apenas ar,
rarefeito.
A comida insana,
de humanos robotizados,
invade a alma,
com calma,
transgênica.
Tudo modificado,
aprovado,
governamentado,
para matar?
Onde ficou
a galinha da roça,
os ovos caipiras,
os vegetais orgânicos
e o coador de pano?
Onde estão as sementes?
E a terra para plantar?

Vanize Claussen
27/06/2018







terça-feira, 26 de junho de 2018

PADRÃO

Na solidão intacta,
divinal,
o relógio vai marcando.
Os segundos cantam
como fonte de sementeira.
O corpo delira no campo úmido,
veste-se de eletrecidade
e vai naufragando 
no capim dourado.
Os intelectuais andando
e sobre o cimento roto
das estações,
dos vidros espelhados,
nos grandes arsenais humanos
que cintilam o horizonte,
apenas construções,
arranha-céus fulminam
a paisagem,
outrora natural.
Tempos de lucro,
onde a encurvatura
se acha na moeda corrente.
Demência humana,
escravizada na sua teia
tecida de globalização.
Seus dedos não tocam mais
e as sementes estão morrendo.

Vanize Claussen
26/06/2018



MOVIMENTO INVERSO

As notas musicais,
agora cheias de brisa,
vão entorpecendo
as asas esguias
que soltam faíscas
de fogo sublime.
O tempo distante
não existe na estação,
apenas cores inventadas
das serpentinas e confetes
que estouram 
dentro do estomago,
numa felicidade instantânea.
São as corredeiras,
perspicazes gotículas,
sobrevoando as cabeças
que passeiam intactas
por todo globo.
As florestas reclamam
das sementeiras,
que jaz,
invadiram plásticos.
Os olhares espantados,
através da luneta mágica,
observam,
languidos,
os alimentos produzidos.
Já não há alimento,
apenas objetos transformados
para saboreio das nações.
Perdeu-se o tempo
das andorinhas soltas,
dos animais correndo,
da estimação humana.
Agora a corrida insana,
fluidifica, apenas,
um conceito de um tempo
que já se foi.
O movimento extermínio,
começou com os poderio
dos poderosos,
O dinheiro
já não tem valor.
Governantes,
como imaculados,
morrendo de fome
por conta de sua ganância.
O planeta,
na sua rotatividade, 
lenta e muda,
descarta
mais uma vez
a vida.

Vanize Claussen
26/06/2018



segunda-feira, 25 de junho de 2018

TECIDO

Numa terra sem receios,
vagante neve,
além do horizonte estéril,
o sabor implacável
das rosas vivas;
o céu perambuleante
desce a ladeira
das conexões intactas
dos saboreais divinos
escorridos pela boca
do dente de leão.
O leque atiçado acima,
rodopia cantante melodia
descreve, tenaz,
a sensação perdida
das letras insanas
penduradas ao varal.
A cabeça,
compilada de olhos sagazes,
vai, arredia,
sorvendo a água
que levanta voo
dentro das orelhas perdidas.
O tecido,
construído de massa,
pesada,
vai desenrolando as penas
dos pés descalços
e saltitante,
rodopia entrelaçando-se
na ventania das veias.
É tempo de tecido,
cortar,
costurar,
e apenas saborear
o canto.

Vanize Claussen
25/06/2018



sábado, 23 de junho de 2018

INCANDESCENTE

O vento toca,
latejante espalha
na plantação de idéias
a doçura do beijo,
inquieto desejo
de afogar nas longas 
e formosas nuvens,
 a palidez do abraço.
São pequenas orquídeas 
soltas,
pela tábua corrida.
E a luz 
invadindo,
vai derramando perfume,
trocando uniforme,
tocando,
de leve,
o tecido que flameja,
voa sem sentido
pelo tempo mágico,
aguardando,
apenas,
os pés no gramado.
Uma sinfonia discreta,
vai cortando,
semeando,
dissonante,
a pragmática novela
incandescente.
Manuseando a pele,
já rota de vida,
nota-se a estrela,
mocidade enérgica,
que vai soltando
os balões coloridos,
numa paisagem natural.
A experimentação
dos sabores
é apenas ínicio
da grande jornada.
Agora é tempo
do caminho azul,
onde sobrevoam fendas
para o canto final,
o anoitecer.

Vanize Claussen
23/06/2018


quinta-feira, 21 de junho de 2018

TERRA

As variantes esteiras,
nas tranquilas 
descendentes imagens,
vão transformando abrolhos
numa rajada de retóricas
incandescentes.
As teclas ativadas
de semeadura vigente,
vão derrubando as fronteiras,
intermediando 
sensações interiores.
O mar não pode tangir
as intangíveis palavras
que sobrevoam
e saem expandindo o globo.
O inquieto estado da criação,
vai tomando forma gigantesca,
vai sutilmente invadindo
e transformando vidas,
vai encaminhando,
nas truculentas 
corredeiras do tempo
a reação mundial.
Assim,
viajando nesse tempo,
dentro do interior
das fugazes fagulhas
temporárias,
vamos intuindo,
na certeza indescritível de viver,
a escolha definida 
em cada segundo,
vamos olhando, sentindo
e descrevendo imagens
através de inebriantes vertentes
dissolvidas, um dia, 
ao pó.
Terra de ninguém.
Todos vamos embora.

Vanize Claussen
21/06/2018



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