segunda-feira, 13 de junho de 2016

AINDA ASSIM, PASSO

No canto esquerdo,
teu olhar sobrevoa o meu,
discorrendo em gotas,
as mais belas canções,
que outrora,
enevoando meus anseios,
descortinava a mulher
que habita-me.
As gotículas encantadas,
são jogadas à terra,
transformando-se,
cristalizando-se,
no amor que habita em nós.
A distância,
sem cobrança,
sem temor,
sem promessa..
sem pressa de chegar.
Apenas ali,
observando,
vagamente,
o olhar enevoado
de água cristalina,
a percorrer, fugaz,
minhas cochas,
meus seios,
minha saliva louca,
que te procurava (insana)...
Agora jaz,
nas cortinas das montanhas,
no avião que sobe,
na brisa quente 
de um corpo homem,
que me aquece.
A viagem leva-me
e desenlaça a fêmea felina
que habita-me.
Sou apenas brisa,
força, caos, vento,
tempestade, criação...
Purifico-me,
desfazendo os nós,
dissolvendo perspectivas
e alterando caminho.
Em frente,
criador, criatura, 
sonhos a realizar.
Plasmo e recebo a Gratidão.
Sou feita de flores,
cores e paixão,
sou apenas essa louca luz,
(as vezes devassa),
disfarçada de vermelho.
Uma linha, apenas...azul.
Construção de longas vidas,
que agora,
apenas devolve o êxtase,
na proporção da imagem.
Passo e finge não ver,
ainda assim, passo,
sem medo de perder
quem nunca tive.
Amar vai além mares,
depois das casas,
dos lares.
Amar é um passo,
distraído,
de um olhar cantante de luz.
Ainda assim, passo,
passo a passo,
por não ver em tua força,
a força que estava em mim.
A mulher que te amou,
tão profundamente,
perdendo-se e que agora,
encontra-se experiente,
intocável e seguramente seca
para amar novamente.
Espero o tempo da semente,
renascer acontece sempre,
a brotação está chegando,
já vejo flores no caminho,
se encontrando às minhas flores.
Intimamente, floresço,
já sei onde quero ir.

Vanize Claussen
13/06/2016




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