quarta-feira, 9 de setembro de 2015

INTACTA HORA

Nos escabelos do peito,
arminho,
digno e lânguido pulsar
que das entranhas
de alma
lembram teu beijo.
O tormento,
lamento que trouxe,
invade-me de gotículas
limpas, agora.
Embora a criança,
batendo em seu peito,
chore,
nenhum lamento é maior,
estado descrente
de dizer-me apaixonado.
Na procura,
o encontro
e do pranto limpo,
o sussurro
de meus olhos inquietos,
sorrisos de luz,
lábios certos
a me procurar.
Cantante destino,
invade-me,
arde e faz vibrar
a vida,
cada vez mais forte,
cada dia mais revoada
de antenas brilhantes
chegando em mim,
entrando, invadindo
e entoando música
nessa pequena,
que de tanto, 
errante,
acerta-se dentro,
realça agora.
Sem demora,
resplendor,
ação 
de enigmáticas cores
queimando,
o negro perfume
que me deixou.
Solvência,
descaso,
falta de um traço,
rompimento agora,
intacta hora,
estigma findado
por ser destroços,
amor que não vingou,
espera incoerente,
demente de acarinhamento,
sem entoar:
Fora!
Vá com o vento,
embora agora!
Não mais,
quero,
nem pensamento,
com escremento
de visão insana
profana incongruente
de persona escorregadia,
vadia de parâmetros,
vazia de amor.

Vanize Claussen
8/9/2015



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