terça-feira, 29 de maio de 2018

MORDIDA

O motor ronca,
a fumaça vai saindo,
caminhões em todo lado,
parados.
O povo reclama,
já vai mais um dia,
sem gasolina.
Entremeados,
esfameados,
perdidos no lixão,
a população
vai engolindo 
a lama dos poderes,
uma gestão,
usurpada,
democracia vazia.
Já não se pode,
nada se faz...
pela dignidade,
apenas humana.
Um país,
Terra Brasiles,
políticos eletistas,
fascistas,
perdidos
em seu próprio
egocentrismo.
Discurso enganador,
emissoras vendidas,
perdidas na leitura
da gravura exposta
da população sofrida
por tantos impostos.
Desgosto em cima,
desgosto embaixo, 
um rastro de um rato,
cada um num prato,
mordendo nossas 
carnes estremecidas,
ainda doídas,
de tanta derrota.
Riquezas?
Somente quem pode.
- Ora, que burrice!
Deixa morrer,
pagando promessas
de habitação,
de terra prometida!
- Deixa morrer,
varrer a civilização
e deixar a hegemonia
comandar a sobra dos ratos!
Que povo barato 
que não grita,
que do pouco que ganha,
se assanha a comprar,
mas o imposto,
esse embutido,
não para de nadar
entre as ondas populacionais
de todo mundo!
Ah! Capitalismo,
talvez cético.
O dinheiro ainda vai acabar,
e depois?
Quem vai conseguir
ser dono?
Dono que que 
e comandante de quem?
Miséria será o teu fim,
humanos sem alma,
que tiveram o poder
e acumularam,
acumularam 
e tiraram
dos mais fracos.
Um dia virá o tempo,
será sagrado,
além da visão
de um demente egoísta.
Seremos humanidade
e cresceremos humanos
pelo tempo em idade.
Saberemos dividir o pão e
nosso pedaço cada dia.
O alimento será além do físico
e cantaremos unidos
por uma nova civilização,
onde amar o outro
será amar a nós mesmos.

Vanize Claussen
29/05/2018






terça-feira, 8 de maio de 2018

CRIAÇÃO

Carrego no ventre da alma,
a poeira cósmica de ser.
No caminho dissolvo teias
e vou vagando na brisa
as quantidades de luz
que me chegam de lá.
O movimento anestesia
a pulsação de tanta arte.
As canções que outrora
chegavam de todos os lados
apenas, de longe,
reflete o tempo perdido.
Agora, no andar constante,
flutuo nas estações,
recebendo o que vem,
com paz e serenidade.
O tempo de vida
trás o reflexo de ver,
muito além das imagens,
tatuagens e semblantes.
Apenas as corredeiras
descansam em paz,
passando, leve,
as pernas de existir.
E a vida,
no útero,
tal qual experimento,
formiga dentro,
descansando na criação.
As palavras não podem,
não dizem,
a sensação inteira,
de estar,
aqui,
e ver.

Vanize Claussen
08/05/2018



segunda-feira, 9 de abril de 2018

LEMBRANÇA

Relembrando o tempo,
dissolvendo estrelas,
no pulsar das estações,
seguindo em busca do amor.
Vou semeando,
cantando maré
no vento úmido de espumas.
O corpo,
na imensidão arenosa,
transforma-se em leveza,
agradece o pulsar da luz,
ouve o som das águas,
restaura infância,
renova saudade de vida. 
E, na sequência,
dos interfones coloridos
das idéias,
as soluções inexatas
vão mareando
nos cristais invencíveis
do tempo,
a lembrança.

Vanize Claussen
19/11/2017


segunda-feira, 2 de abril de 2018

EM FRENTE

O brilho seco,
dissolve as entranhas
da alma estranha.
Agora observando,
renovando o canto,
os passarinhos.
A canção entoa.
No vento,
paz.
O pente da folhagem
toca silêncio na alma.
Sonhar faz parte
de uma luz infinita.
O grito,
dentro,
relata o sabor do medo,
que vai saindo,
devagarinho solto,
passando,
vai mudando,
fazendo parte das partes.
Coragem,
em frente...

Vanize Claussen
11/01/2018


quinta-feira, 29 de março de 2018

NAVEGAR

Vejo a brisa,
leveza, paz...
a vida restaurada
na inventiva viagem.
Além-mar,
vagando nas cores,
os amores perdidos,
dissolvidos.
Agora,
tempo,
amar apenas
o que traz paz.
Seguir em frente,
soltar-se,
ir além daqui,
onde o toque da arte
transforma a alma,
orienta o voo.
O vento,
no som das árvores,
me transforma em semente.
Agradeço ao universo.
Quero semear mais,
dissolver o passado,
viver presente
o presente da vida.
Ser feliz sem importar.
Sutileza, doar
nas saudáveis passagens
do banco de luz.
Reluzir estrelas
nas janelas cantoneiras,
flores de todas as cores,
rosas de variados tons.
A alegria de estar
feliz por amar,
amar por ser feliz.
E a cicatriz?
Jaz afundada
nas profundezas sagradas
do mar da alma.
A calma, a brisa...
leveza e paz.

Vanize Claussen
11/01/2018


sábado, 10 de março de 2018

MEUS OLHOS

Recordo,
dentro em mim,
nas montanhosas
correntezas
de sabores inesquecíveis,
os efeitos sutis
das graças infinitas.
O espiritual
sobrevoando as águas,
levemente brilhante,
levando-me
como num tobogã
de imagens da infância.
São mazelas de cheiros,
de toques,
de sagacidades,
onde revoam feito 
pássaros iluminados
as azuladas montanhas
de colorações variáveis.
Água da chuva,
vento sutil,
chegando qual criança
através do plástico bolha
cheio de luz.
Uma revoada de idéias
incendiando a imaginação
das crateras latejantes
das tintas na tela.
Ah! Tempo de visões,
onde tudo e nada
se encontram 
na plataforma da vida.
Gigante,
grande temperatura
voltando através
dos meus olhos.
Visão infinita,
correnteza de paz
e fagulhas desse amor.
Assim nasce meu coração,
novamente.

Vanize Claussen
10/03/2018





Postagem em destaque

O CAMINHANTE