terça-feira, 8 de maio de 2018

CRIAÇÃO

Carrego no ventre da alma,
a poeira cósmica de ser.
No caminho dissolvo teias
e vou vagando na brisa
as quantidades de luz
que me chegam de lá.
O movimento anestesia
a pulsação de tanta arte.
As canções que outrora
chegavam de todos os lados
apenas, de longe,
reflete o tempo perdido.
Agora, no andar constante,
flutuo nas estações,
recebendo o que vem,
com paz e serenidade.
O tempo de vida
trás o reflexo de ver,
muito além das imagens,
tatuagens e semblantes.
Apenas as corredeiras
descansam em paz,
passando, leve,
as pernas de existir.
E a vida,
no útero,
tal qual experimento,
formiga dentro,
descansando na criação.
As palavras não podem,
não dizem,
a sensação inteira,
de estar,
aqui,
e ver.

Vanize Claussen
08/05/2018



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