Os anseios
que tenho,
da índia que
fui,
num templo
distante,
é uma
sensação vagante,
da trisavó
pega no laço.
Onde uma
vaga lembrança
sairia a
correr,
por dentre
as saias,
de tantas
gerações,
num rompante
masculino
de abocanhar
a flor da mulher,
ou
despedaçar sua maçã virgem
para seu
gozo profundo de prazer.
Onde
estariam os modos dos masculinizados,
se tiveram
uma mãe-mulher?
Minha
lembrança
indíginamente
perturbada,
pela breve
fagulha passada,
de geração a
geração.
Muitos laços
foram rompidos.
Muitos
índios perdidos
e índias
defloradas
ao prazer do
homem branco.
Onde estaria
esse prazer
de ser
desumano?
Por dentre
as pernas corredeiras
das índias
ligeiras,
porém
laçadas e lançadas
ao troco de
dar prazer
ao olhar do
homem
que branco
escondia
sua perversa
estupidez
escurecida
na alma.
A índia que
fui,
na figura da
trisavó,
pega no
laço,
desfeita
está
pela refeita
sensação
de uma
humanidade
ainda
desumana.
Depois de
uma pandemia,
dos bocejos
todos os dias,
de um
alçapão de ideias
pelas redes
sociais,
ainda
encontramos,
nessa
desumanidade latente,
a desesperança dos aglutinadores.
Aqueles que
entram
em nossas
vidas,
para dividir,
entrecortar,
através de
pensamentos,
quem jamais
poderíamos imaginar.
Ainda,
temos os
humanos,
dizentes,
torturando,
através da
mente,
invadindo o
coração como serpente,
pessoas que se querem bem.
O mal
disfarçado de bem querer,
Invadindo
nossa raiz indígena validada
pela trisavó
pega no laço.
Assim
continua a humanidade,
desacreditada,
fazendo
guerras por nada.
Assim vejo a
vergonha,
dos
descréditos proferidos,
de
pensamento equivocado,
a profanar o
seio familiar indígena.
Apenas pelo
prazer de deflagrar
a corrente
da saudável trisavó,
cuidada com
ervas.
Assim
continua a humanidade perdida.
Vanize
Claussen
27/07/2023