Quisera,
aos bugalhos menores,
esconder minha decepção.
Porém,
por discretas erupções,
dito a língua do silêncio.
Já não quero falar por tempo
de falar por falar,
mas quero, amiude, a palavra inteira,
farfalhando em meu estômago
de dançarina inquieta.
Apenas,
vou deixar solturas
onde as amarguras entraram.
Vou caminhar
vestida de passarinho
e colorir as árvores ao redor.
Não há tempo de decepções,
apesar do seu murmúrio.
Hoje existe o caminho inteiro,
passeando a minha frente.
Não escondo minha dor,
ela está latejando.
Mas posso amenizar
os contornos que fizeram
com a verdade que é real.
Sem tempo pra dissoluções,
pois quem faz,
faz por prazer ou inveja,
não importa…
Por isso,
meu tempo ficou pequeno,
discreto, sem contorno
pra se ver.
Agora,
depois dos embaraços,
outros abraços verdadeiros,
virão naturalmente.
Por vezes,
o fator consanguíneo
não é tudo.
Então, compreendo,
que quem muito doou,
receberá seu galardão.
Porém, aquele que veio,
machucou e entornou,
seu envenenamento,
em discretas palavreadas,
também recebe, por certo,
o mundo que elucubrou.
Sigo minha rota,
o divino dissolve a teia,
e a gigante aranha,
se mata, de medo.
Vanize Claussen
15/06/2023
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