terça-feira, 30 de julho de 2019

ALEGRIA

As nuvens 
exalam perfume,
inquietante frio,
que está fora.
Percorre-me,
no vento saliente,
as rupturas, 
outrora vencidas.
Agora,
percebo os luminosos
elementos de paz.
Carregando no ventre
da alma,
o fogo do amor,
que aquece meu viver.
Agradeço o tempo,
os bloqueios,
toda pedra no caminho,
pois assim
aprendi.
Minha subida é festiva,
semeadora de valores.
Já não volto,
sigo em busca do mar,
horizonte...
Em minha frente
vejo girassóis coloridos,
terra de querer ficar.
Tonalidades e cores
no caminho percorrido.
São permissões e negações,
que agora,
clarificadas ficam,
no olhar infantil.
Jogo as redes,
vou pescar.
Chegou a hora de exalar
o perfume da criação
da minha essência.
Sou a pipoca,
o milho, 
a panela.
Sou a espera
festiva do amor.
Agora,
chegou,
dentro.

Vanize Claussen
30/07/2019




sexta-feira, 26 de julho de 2019

SENSAÇÕES

Café,
leite,
açúcar,
pão,
mexilhão.
Leite,
chocolate,
café,
pão, 
açúcar,
melão.
Fruta,
amor,
paz.
Ônibus,
harmonia,
alegria,
integração.
Música,
saudade,
verdade,
interior,
felicidade.
Construção,
tijolos,
cimento,
lamento,
experimento.

Vanize Claussen
26/07/2019

terça-feira, 2 de julho de 2019

RETIRADA

O tempo perdido,
isolado,
entre o espaço e pedaços.
Percalço ao meio,
caminho enlutado,
discreto,
sozinho.
Centelhas de névoas
sobrevoando as cores.
Perdizes inquietas,
ao redor,
dissecando a luz.
Sorrateiramente,
afasto o mau nebuloso,
refaço as cordas
e dou asas a criação.
Saio do espaço,
olho ao redor,
a escada me olha.
O riso infantil,
se foi...
As flores já não ouvem
o sussurro de minhas palavras.
Deserto de imagens,
revoada.
Percebo o tecido,
apesar de transparente,
tapando idéias.
Retiro,
perdoo e entrego.
Saiu o peso,
volto a sorrir.

Vanize Claussen
24/06/2019


domingo, 2 de junho de 2019

TRANSCENDÊNCIA

Toca-me,
dentre os leves sussurros,
ativa-me de luz.
E, onde a sementeira estiver,
colore-me de paz.
Realça-me de brisa
nas entrelinhas da vida,
disfarça-me de insegurança,
para que o amor reviva.
Trás no tempo 
da semeadura
a colheita certa,
a fruta saborosa que me faz.
E, nas deliciosas tramelas
do tempo esquecido,
possa reviver a emoção,
latejante fórmula,
etérea certeza
da discrepância humana.
Assim,
dando início novamente,
reabro-me a visão
e sinto-me viva,
qual folha que cai sobre
as águas do rio 
e desce a correnteza.
As gotículas espraiam
sobre o verde espaço,
afundando minh'alma
no universo interior.
Descubro-me,
revelo-me,
aceito-me,
assim sou:
límpida e lavada
na transparência
do amor divino.
As cachoeiras,
alheias ao interior,
não podem sentir,
pois o que vejo,
está aqui,
dentro, 
em mim.
Saudações de respeito,
tenho a todos!
Amo o que sou,
atenta estou ao que é.
Lágrimas,
centelhas de prata,
derramadas há muito,
por sobre as flores.
Agora
o jardim amanhece,
sem lamento.
Experimento-me,
apenas,
ar,
nas borbulhas
temporais.

Vanize Claussen
02/06/2019




terça-feira, 28 de maio de 2019

SINERGIA


Encanto,
de sutil leveza,
onde só reina a paz.
Tramela destravada,
aberta está a porta.
Sem sentido, talvez,
mas de uma forma mágica,
sempre há os sinais.
Encontros casuais,
música solta,
voz e garoa.
Sentados,
quase ao chão,
Com aquela multidão.
Conversa solta,
Deus entrega a paz.
Então se vêem,
no coração aberto.
Eletricamente,
SINERGIA.
E depois, 
Magicamente,
SINAIS.
Assim são os encontros,
de almas afins.
Sutis, certeiros,
Sinergéticos.
Felizes os que tiverem,
na vida,
um encontro assim,
Abençoados são,
sem saber,
com um amor sem fim.


Vanize Claussen
26/05/2019


domingo, 26 de maio de 2019

MEU AMOR

O meu amor
tem estilo cigano,
não anda, não para,
está sempre a voar.
Ele encanta pessoas,
faz viagem no ar,
e na sonoridade de luz
começa a encantar.
O meu amor
não tem preço,
nem entrada,
nem saída.
Ele tem a alma só,
do grande amor perdido,
não importando a dor,
nem a cicatrização,
continua a vagar
ao encontro de sua alma,
e em sua gêmea presença,
poder descansar.
O meu amor
não está em prateleiras
de um comércio comum,
mas tem a luz deslumbrante, extasiante,
de um coração imenso,
que se abre como flor,
para sua outra parte entrar.
A luz que dele exala,
é perfeita revoada de pássaros,
e não sabemos onde olhar.
Ele é um fugitivo,
sobrevivente,
das canções da alma,
onde não há estações,
somente a paz.
Saudações de luz
ao meu amor!
Quase, quase,
me encontrou e ficou!


Vanize Claussen
26/05/2019


NO JARDIM

O jardim tem muitas escolhas,
Nele eu resolvi entrar,
Vi muitas e muitas flores,
Mas não pude pegar.
As flores possuem perfume,
Fraco ou forte,
Não importa.
Se as pegasse,
Como poderiam exalar?
São frascos de videira no ar,
Ainda tem o que contar.
Então me vesti de brisa,
De lua, de sol,
Para poder delas,
As flores,
O orvalho apanhar.
E no teatro da vida,
Me vesti de paz
Ao encontro do mar.
Só assim pude entender
Que cada jardim
Tem um anjo
Nos ajudando a aprender.
E que eles tocam flauta
Para quem quiser ouvir,
Só é preciso estar atento,
Ao movimento do ar
E não desperdiçar
As notas a farfalhar
Em direção aos ouvidos.
Ainda tenho muito o que aprender,
Cada passo que caminho
Me ensina com ou sem espinhos.
É só ficarmos atentos
E olhar o amanhecer,
Que dentro de cada um
É de um jeito,
E continua a acontecer,
Pois no jardim da vida
Todos podem aprender.


Vanize Claussen
26/05/2019


quinta-feira, 25 de abril de 2019

CANÇÃO DA ALMA

A canção navega
nas entrelinhas da alma.
Já não afoga tempo
e o espaço expandido
sobrepõe a tempestade.
A idade, 
enamorada de luz,
traduz a beleza,
encantamento vivo.
Sorvo,
das figuras corriqueiras,
a intenção.
O caminho faz-se
de um borboletal,
extravasamento de luz.
O agradecimento chega,
entontece as vanguardas
da contemporaneidade.
Sou rio de águas claras.
O êxtase cristalino,
expandido está.
Represento 
o constante aprendizado.
Entoo meu canto,
navegando das orelhas
até entranhas escondidas
da alma inquieta,
a fórmula de aprender.
Deixo-me claramente,
na distância do centro,
o coração aberto.
Vou retamente ao destino,
e, sem rodeios, descrevo,
a importância do sentir,
em si mesmo,
a formosa imagem divinal.
Agradeço. Gratidão.


Vanize Claussen
25/04/2019

ABRAÇO

Nuances do tempo,
dissolvendo frustrações
na pureza do abraço,  palavra doce.
Rio escorrendo,
a boca úmida sorvendo,
o beijo da vida.
Momentos íntimos,
de beleza inimaginável.
Aparentemente,
nada acontece.
Internamente,
transparência.
A decência dos costumes,
um movimento insano.
Farelos de poeira,
revelando segredos.
Modelo vivo da vida inteira,
chegando agora,
acendendo a fogueira,
na figura matreira,
das flores do Jardim.
Sobrevoa a vontade,
ainda que discreta,
de permanência.
A essência enamora,
as cartas lançadas,
não fazem mais diferença.
Agora é a vida
trocando favores.
Cheguei,
Chegou, agora.


Vanize Claussen
25/04/2019

VIDA

A vida
Ávida,
A videira,
A vara.
Derramada,
Distraída,
Desolada,
Descontraída.
A vida, corredeira
Da insana vontade,
Alivia,
Avalia,
Arredia...
Instrumentos,
Apenas,
Sem lamentos,
Somos corpo.
Seguimento,
Sentimento,
Sacramento,
Na sequência,
Servos uns dos outros.
E, mais a frente,
Apenas outra dimensão.
Solidão?
Não sabemos...
Só depois.


Vanize Claussen
24/04/2019

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

CONJUNÇÕES

As conjunções de vida,
correm soltas,
investidas no deslamento
das coisas pequenas,
apenas gratidão deve ficar.
Então,
visto-me de luz,
transbordo-me de brisa,
contento-me em sabores naturais...
e continuo,
sabendo,
que ainda humana,
terei revezes,
dissabores,
mas,
não paralisada,
apenas olhando.
Caminharei em frente,
para que adiante
possa emergir
a nova mulher,
a nova inspiração,
a constelação infinita
que mora em mim.
Meu trabalho agora
é de flores,
procuro os temperos sutis,
para libertar.
Oriento-me da fé,
ela guia-me além.
Aqueço as turbinas 
e vou,
onde os ouvidos
já não reparam deslizes,
apenas paz.

Vanize
07/01/2019


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O CAMINHANTE