sábado, 27 de julho de 2013

OS FILHOS

No aconchego do quarto,
olhares maternos
em vidas prontas.
A música entoada
de corpo e alma
dos que de mim saíram.
A luz em penumbra,
as fotos paradas
dos filhos e eles,
sob o fundo da parede
num abstrato informal,
sobre a cama-mãe
de madeira maciça,
dissolvem notas musicais
abraçando, sem saberem,
a mãe emocionada.
Tempo de ir,
tempo de amar...
e na construção
e formação deles,
a música de pedaços
serpenteada de indescritíveis
tendências de minha alma
e acometidas dos gens
pela evolução humana.
Ali, naquele pedaço-tempo em mim,
os que levam parte do que sou.
Saúdo neles a minha própria vida.
Passagens de gargalhadas,
fotos de álbuns,
solturas de viver
e as cócegas e risos
que durante o crescimento
das partes de mim,
relembram estágios,
passagens, momentos,
movimentos do tempo
passante, estonteante
e infinitamente grande
quando vemos com o coração.
E no bailar vamos indo,
Cada um no seu aprender,
crescendo e formando
sua própria história de vida.
O som do violão
pelas mãos do filho
e a voz cantada pela filha
relembrando tempo
de canturas e de cantares
na evolução humana.
E no espelho, me vejo,
sortida de cores que aprendi
a ler e alçando o vôo
de uma idade diferente.
Experiência inédita a vida,
Todos os dias.

Vanize Claussen 

27/07/2013

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