segunda-feira, 13 de junho de 2022

GRANDE ESTRELA

 A grande estrela

brilha no céu,

mas a humanidade,

ainda atônita,

enrrustecida,

adormecida,

não enxerga,

na madrugada

a beleza da vida.

O brilho interno,

longuinquo,

desperta sensação de paz.

a música calma

anestesia,

restaura e posso sentir,

nas entrelinhas da vida,

em meu corpo passageiro,

a certeza do depois.

O vento toca

na cortina das janelas

as quatro e pouco da manhã.

O quarto parado,

me observa e me encanta!

A madrugada traz certezas

do silencioso caminho

de cada alma.

O domingo adentra,

lentamente amanhecendo,

no clarão do sol,

que desperta de seu sono.

As árvores balançam

intensificando a fotografia.

A estrela grande,

ainda brilha.

O dia vai nascendo,

dentro.


Vanize Claussen

06/02/2022



VIDA, AGORA

 Amanheço,

entre nuvens coloridas,

observo.

Andorinhas acordadas

no meu pensamento.

A brisa embalando

o movimento das asas.

Permeio as líteras

expressões do tempo

e vago na luz

que irradia

entre as nuvens do céu.

Lá vem, 

majestoso,

o sol!

Contando tantas histórias!

Ah! Se antes,

eu tivesse a sabedoria que tenho!

Talvez, hoje,

pudesse recomeçar!

Quantas diferentes ações!

Mas o tempo

não tem medida

e não pode voltar.

O que importa agora

é o momento presente

e as infinitas transformações.

Essa viagem é no presente, 

nem passado,

nem futuro.

A vida é viva,

agora.


Vanize Claussen

30/11/2021





MANHÃ DE CORES

Amanhece...
no céu cremoso
de um azul plácido,
nuvens de algodão doce.
O rosado da face
recebe maritacas,
passarinhos acordando
a manhã de setembro.
A primavera se aproxima, 
e o ar resplandece
de sementes de luz.
As flores estão abrindo,
colorindo o jardim.
A vida continua
no fluxo constante
de olhares discretos.
Estamos de passagem,
numa estação de aprendizados.
O importante agora
é ser presente,
ter leveza e prosseguir.
Nesta manhã,
apenas escrevo cores.

Vanize Claussen
15/09/2022

domingo, 12 de junho de 2022

SABOR DA VIDA

 Nas contas do asfalto cinza escuro,

a solidão acalenta o encontro.

Almas afins chegam de distâncias reais

ao encontro para colheita.

Não foram feitas de abraçar,

mas de semear histórias além - céu,

além -mar.

Eles se encontram no olhar

e aquecem o pensamento

daquele momento inquietante.

A brisa para o ar.

Revoada de bem te vi ao redor,

nascendo nas escolhas de uma vida.

E nas entrelinhas desconectadas,

a transformação das ideias

na arte de ver além de espectativas,

além de rugidos ou risadas.

São as matilhas escondidas

no pensamento enrredado

de mutilações antigas,

fazendo renascer 

um equivocado humor ácido.

Não consigo definir

o que atormentou por dentro,

parecendo um escremento escuro,

vindo de um coração inquieto.

A calma dissolveu o instante

de uma espera vazia de amor,

porém dizente de amar.

Apenas, observo.

Espero o tempo de diálogo real.

Sou mulher de saber o sabor da vida em mim.

O desafio está aceito,

tenho esse direito.

Porém,

nossa rima antiga,

talvez passada a ferro e fogo,

tenha sido uma miragem

ou talvez apenas aprendizado.

Não há como definir o encontro,

não há como querer tudo

e talvez nada dar.

O que tenho é meu escudo,

minha forma de andar,

minha forma de querer sonhar

e realizar meus projetos.

Sou artista,

escritora,

faço tudo o que quero...

não espero nada além,

apenas o bem que me repassa.

Não transpasse minha alma,

por vingança ou ilusão,

sou apenas uma flor

que desabrocha o coração

a cantar com o que tenho.

Ensinar, talvez, eu possa.

Mas prefiro aprender e entender

tudo isso que passa a frente.

Os moinhos já rodaram,

não sei se eles ainda o fazem.

Um coração partido com ações

distorcidas no tempo passado,

se resguarda, se acalma,

para entender o que se foi.

Acalma  a alma,

coração inquieto,

e arruma seu templo

para que se abra uma flor.

O momento é o tempo

de estalar os dedos

e acreditar no amor.

Porém,

minha alma,

cansada de naveganças deslisadas

nas virtudes esquecidas,

já não consegue acreditar

que as corredeiras daquele riacho

ainda estão vivas.

Oh! Divino Templo em mim!

Atenta-me de luz

para que eu veja pureza,

que eu enxergue a rica verdade 

da alma e de amar!

Pois, jaz,

não tenho pressa,

mas apenas pesar.


Vanize Claussen

12/06/2022




sábado, 13 de novembro de 2021

ESTOU AQUI, DE PASSAGEM

 Eu não melhor que ninguém,

nem sei tudo,

sou apenas mais uma

dentro dessa grande civilização.

Não sou mais, nem menos que ninguém.

Apenas estou aqui,

de passagem,

buscando uma imagem

aqui e ali...

e tentando refletir,

nas insanas corredeiras,

a paisagem que percebo.

Eu Sou. Tu és. Ele é.

Nós somos,

portadores da imagem

do aprendizado individual.

Cada um de nós

tem uma mensagem a passar.

Isso é lindo e especial.

E através da nossa intuição e emoção,

vamos construindo através 

da mensagem pessoal,

a nossa voz,

nossa imagem,

nosso experimento.

Então apenas digo:

Estou aqui, de passagem.

E, discretamente,

deixo minha mensagem.

E, quem tiver ouvidos e olhar,

que seja como luz

minha palavra à você.

Estou aqui com a passagem,

porém sem data,

sem hora...

Ela apenas passeia

sobre minha vida,

o movimento da partida,

algum dia.

O endereço em que vou morar?

Ainda não posso especular.

Porém,

antevejo a imagem no coração,

mostrando que na outra dimensão,

quântica,

um dia estarei sobrevoando,

morando e experimentando.

Hoje,

aqui e agora,

apenas observo os entornos

das paisagens ao redor.

Apenas reflito:

Estou aqui, de passagem.


Vanize Claussen

13/11/2021













quinta-feira, 8 de julho de 2021

MOMENTO DE SEGUIR

 O templo da vida,

ainda que distante,

nas revoadas discretas,

vai entornando,

nas pastilhas dos sabores

a canção do amor.

O céu abre-se

para transformar

as marés da vida,

trazendo conforto.

O divino vem abrir

os caminhos difíceis,

acordando o melhor

diante de tantas fronteiras.

O rosto abre-se

na busca incessante

de um novo olhar.

Estamos a deriva,

na roda d'água

incendiadas de luz.

E na discrepância do voo

dos têmperos sem cheiro,

sem gosto,

abre-se o novo lugar,

a nova voz de calor

inovando meus projetos ancestrais.

Agora,

espero,

com a brisa

em meus cabelos soltos,

o momento de seguir em frente.


Vanize Claussen 

08/07/2021






segunda-feira, 5 de julho de 2021

QUER FICAR UM POUCO MAIS?

 A letras, 

ainda úmidas,

descartam a precisão

dos experimentos humanos.

Ainda,

 que doces,

saltitam nas salivas loucas

do teu beijo molhado.

A nuvem disfarça a orientação

das pudicas escolhas,

disfarçadas de medos.

Olho-me,

INCANDESCENTE.

Na certeza das irreverências

de tantas cores,

de tantos amores

escondidos em tua alma.

A sincronicidade

arremata o tempo

de visão atônita

nas vazantes da lua.

Arrependimento?

Nenhum.

Tropeços,

milhares.

As contas chegam,

estremecem,

emolduram o quarto

e a sala de estar.

A varanda de vidro

ressoa a paz

das flores penduradas.

O quarto aquece os sentidos

para ver além do trivial.

Vou pelas corredeiras insanas

te procurar além da praia.

A montanha não aquece,

apenas estremece

meu ventre de fogo.

Abro-me como brisa,

na cor branca da paz

e olho-te.

Quer ficar um pouco mais?


Vanize Claussen

05/07/2021



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