quarta-feira, 22 de agosto de 2018

REALINHAMENTO

Eu me realinho,
me reescrevo,
me vejo
e anuncio vida,
resgato-me.
Descrevo-me
entre linhas
nas entrelinhas
do amor.
Sou frágil,
imperfeita,
assim me sinto forte.
Mas faço,
fiz o melhor
em tudo 
que toquei.
Fui divinamente 
planejada,
encantada,
estou aqui.
Sou sucesso
desde quando
fui gerada.
Saí da redoma,
me vejo,
inteira no espelho.
Entrego o que
não me pertence,
recebo paz.
Minha responsabilidade 
está comigo.
Sinto novamente
os sinais.
Meu eu me recebe
profundamente.
levemente,
tranquilidade.
Ouço a natureza,
recebo placenta,
vejo-me mulher,
feminina,
linda.
Tenho a proteção divina,
sou pura e alegre,
o tudo que preciso
vem ao meu encontro.
Eu existo,
amo-me,
dependo 
do amor divino.
Tenho 
apenas 
o que necessito,
nada além 
do impossível.
As probabilidades
são grandes,
pois somente, 
o necessário e perfeito,
para mim,
vem ao meu encontro.
Entrego o que não me pertence
e vejo-me livre das amarras.
Assim tenho vida,
assim recebo vida,
assim fico com o que pertence
ao divino em mim.

Vanize Claussen
22/08/2018




sexta-feira, 10 de agosto de 2018

MACERAÇÃO

Me toco
de não tocá-lo,
por saber da insanidade
de cada um
ser diferente.
Está latente
a lição,
a construção
individual,
respeito lateral.
A vivência,
intensiva,
mortifica,
paralisa,
mas apruma alma.
Me toco
para não mal ver,
por saber da positividade
de cada um
ser o que é,
em construção.
Intensifico,
restauro,
ajeito as velas
para ir além mar.
Vou devagar,
mas acometo
dos erros que já tive,
a grande tarefa,
melhorar muito mais.
Olho o horizonte,
vejo as borbulhantes
águas brilhantes
que me esperam
mais além.
A luz incendeia
minha essência
macerada,
traz-me paz.
Sigo adiante.
Os olhos captam
apenas as formas,
as cores,
os movimentos.
E depois,
da passagem brusca,
dos anéis desfeitos,
da roupa rota lavada,
só restam costuras
dos pedaços soltos.
Então,
vejo-me descoberta,
desnuda,
atenta de emoções,
fortalecendo,
retirando cascas,
entoando paz.
Assim sigo,
com semblante cálido,
desviando
do que não soma.
Assim sigo o vento.
Levo-me inteira
para novas emoções,
onde a arte,
amiga íntima,
envolve-me de luz,
transita corações.
Gratidão a tudo
e ao Criador de tudo.

Vanize Claussen
10/08/2018


terça-feira, 7 de agosto de 2018

GRATIDÃO

Aceito,
recebo,
recolho,
distribuo,
gratifico-me
e vou assim
aceitando,
recebendo,
recolhendo,
distribuindo,
gratificando-me,
e tenho mais
aceitação,
recebimento,
recolhimento,
distribuição
e gratificação.
Assim sendo:
seja receptivo(a)
a aceitar,
receber,
recolher,
distribuir
e ser grato(a).
|Obrigada,
eu aceito,
eu recebo,
eu recolho,
eu distribuo,
eu sou grata(o).

Vanize Claussen
07/08/2018




HORIZONTE

Carrego no peito,
aberto em flor,
essa brisa,
essa paz...
O movimento,
 estereotipado,
reluz verdade,
saindo da boca
do coração.
Anoitecendo girasóis,
vamos buscando, 
estrelato.
Com imensidão
de centelhas 
de prata
vamos colorindo,
aumentando,
marrecacheando
o universo de versos,
poupando explosões.
Agora o olhar,
regateado de horizonte,
provê caminhos
numa construção,
inquieta,
de rosas perfumadas.
Chegou a hora.
A lua aponta.
O brilho é intenso,
gigante,
ultrapassando plantios,
revolve a terra
e abre-se ao vento
das sementes.
Amanhece,
o destino me encontra
e o amor anuncia calmaria.
Vem! 
Vamos caminhar
de mãos dadas
até o horizonte!

Vanize Claussen
07/08/02018





segunda-feira, 6 de agosto de 2018

AMAR AMOR

Não me derrame,
não me encolha,
apenas apreenda-me
de papoulas vermelhas
nas elucidações
inquietas de amar.
Aceita-me
feroz ou maracujá,
mas não deixe-me
de cócoras
a olhar entre as pernas.
Não precipite,
mas chega perto
exalando 
pelas entranhas
da alma,
a vibração quente
do sorriso voador.
Dá-me tua mão,
vamos cantar!
Vamos caminhar 
na praça,
adentrar pelo lado,
volitando 
como passarinhos
que tocam a água,
de leve,
com o bico.
Enebria-me,
dizendo que:
 chegou a hora.
Mas não perca-me
novamente,
porque minha aquarela,
já ficou rota,
amassada demais.
Agora preciso de paz.
Olha-me dentro,
diz-me fora,
pinta-me de brisa,
incendeia-me toda
desse amor lúdico,
nessa vibração direta,
onde o êxtase está
dentro do olhar natural.
Faz-me ser apenas eu,
e nas entrelinhas,
ama-me como sou.
Assim te quero,
assim me quero,
vida viva.

Vanize Claussen
06/05/2018


quarta-feira, 1 de agosto de 2018

TRANSFORMAÇÃO

Andante,
comum,
dissol-vento,
estrelas vagantes
num universo imenso.
Somos a apropriação,
a vida.
Depois...
saímos por aí,
nalgum lugar,
cantarolando estrelas.
Então,
passagem de ar,
subindo atroz,
volitando luz.
No espaço,
descendo, subindo...
as flores exalam,
perfume de sol.
As cores se abrem
e vamos nos
transformando,
e a tela renasce
no colorido da vida.

Vanize Claussen
01/08/2018




quarta-feira, 27 de junho de 2018

COMIDA APROVADA

Os montes,
reclinados nas lapelas
das codornizes alertas,
ventam discretos
sob os alimentos naturais.
A hibernação
das gotículas dos sabores,
se desfaz
nos amarelados
e plastificados
quilos de anseio
amarelo ovo.
E no lamento da fome,
pelo mundo todo,
as bocas úmidas,
quase secas,
saboreiam apenas ar,
rarefeito.
A comida insana,
de humanos robotizados,
invade a alma,
com calma,
transgênica.
Tudo modificado,
aprovado,
governamentado,
para matar?
Onde ficou
a galinha da roça,
os ovos caipiras,
os vegetais orgânicos
e o coador de pano?
Onde estão as sementes?
E a terra para plantar?

Vanize Claussen
27/06/2018







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