sábado, 14 de setembro de 2013

TEMPO DE IR EMBORA

Tempo temperando imagens,
aquelas que jamais,
apesar da perda de alguém,
poderão ser esquecidas.
É como se um irmão voasse
indo ao encontro de Deus
e aqui ficássemos
a esperar o tempo de ir embora
para  nos unirmos aos que já se foram.
Acontece na alma um lamento,
neste exato momento,
um pesar e a imagem
de não sermos eternos.
A sensação apavora a alma,
desagrada a vida
que ainda nos percorre.
Chocante estado de olhar
tentando almejar o instante
que já, também nós, partiremos.
Doce ilusão achar eternidade na matéria!
Sensação de paz a hora de ir embora!

Vanize Claussen  
2/06/2013


TEMPO DE IMAGENS

 Somos entontecidos de sinais,
onde lixas, livros e vergonhas
não podem deter
o que vem do alto
e no íntimo está.
Ah! Que saudade
da flor do amor,
que desabrocha
todos os dias!
Quantas vezes nem percebemos!
Quanta vida!
A natureza nos espera...
E no vagar da lida
somos pesquisadores do tempo,
movimento de percepção,
onde o espaço é o presente,
não existindo, portanto,
passado ou futuro,
mas o que vivemos e presenciamos.
Tempo de imagens:
umas que ficam,
outras que vão...

Vanize Claussen

24/11/2012 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

GOTAS

 O vidro reflete o brilho de gotas,

estilantes,

onde,

através da janela,

os olhos d’água

incendeiam a noite

de se ver, em luzes,

nos prédios em frente.

O poste,

com seu farol

reluzente,

também acenam

gotas deslumbradas

de sol,

onde o poema

distorce pra cantar

na chuva que aquece

meu pensar.

Ah! Delícia de tempo!



Vanize Claussen 
12/07/12

ESPERANÇA

Na sofreguidão de um amor,
apavora-me pensar,
que diante de sinais,
de flocos rápidos
o termômetro deve acender,
perceber,
dissolver,
aumentar...
Ninguém sabe
o que vai acontecer e,
na sintonia de amar
o vento pode trazer
e levar...
As páginas são viradas,
apesar de sempre acontecendo,
todo dia.
Porém a brisa,
que toca,
de leve meu corpo,
incendeia minha alma
de prazer de amor.
Quero sentir
o sabor do teu beijo
e nas conjunções de música,
estar.
Onde? Quando?
No tempo preciso,
acontecerá.

Vanize Claussen


06/07/2012

EXPERIMENTAR

Experimento,
tempo de chuva,
calor das cobertas,
risos na vizinhança...
Música sertaneja
fora do quarto,
filha no computador.
Mãe enrolada
nas cobertas, absorta,
as vozes da televisão.
Água caindo forte,
carros passando na rua.
No aconchego do lar, na cama,
escrevo, dissolvo
palavras que me vêm a mente.
Chá quente ao meu lado,
na mesa de cabeceira,
anestesia minha vontade
de experimentar estrelas neste poema.

Vanize Claussen
17/03/2012

ENCONTRO

Estrelas sopram
nos meus ouvidos estalam
e completam formas.
Felicidade estar
ouvindo você,
mesmo que longe.
São pequenos toques
num tic-tac
invadindo a alma,
truque de luz
que somente o amor
transforma e emana.
O horizonte traz paz
e conforme a dança do tempo,
vamos nos encontrando
no ar, por aí,
para ser feliz.

Vanize Claussen

05/07/2013

LAÇOS SEM NÓS

Os laços,

que antes firmes,

se encontram discretos,

como se uma névoa

estivesse escondendo

as rosas vermelhas

desse amor de alma.

Mas o tempo,

remédio de todos,

implacável

irá trazer, na essência,

o nosso destino.

E na construção

dessas paredes,

ainda caiadas,

buscamos ver

o jardim de nós

ultrapassando

os limites terrenos.

A esperança.

que antes fugidia,

se instala novamente

no olhar da flor.

E agora,

o presente restaura

o seu e o meu coração.

Ilusão, que antes,

transformara-se em ansiedade,

apagada está e dissolvida.

Agora é o momento

do nós sem nós.


Vanize Claussen

13/09/2013

SOU ALMA



Sou um pouco vento,

um pouco tempestade,

um pouco flor,

um pouco verdade.

E no tempo certo

sou fruta da colheita.

A água me invade a calma,

me transforma a forma

do tempo espiritual que vejo.

sinto-me invadida,

deixo-me ser translúcida,

brilhante e extasiante

na perfeição de existir

além daqui a alma.


Vanize Claussen

TEMPO



Somos construtores

do tempo,

inquieto ser que

dissolve imagens reais

em passado de idéias...

Volume de pensamentos

que sufocam em brotação,

como jardim, onde,

variadas flores e cores,

se entornam.

As imagens construindo

um tempo inexato,

onde apenas, 

o presente momento é real.

O que vem depois,

não importa...

Mas a exata sensação

é a falta de controle,

que nós, 

seres humanos,

temos, 

em relação ao tempo, de ver.


Vanize Claussen 
13/07/12

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

VENTO

Se meu voo fosse igual
a pipa que voa,
estaria voando
ao seu encontro
na esperança,
de mais uma vez,
ser chamada
a enamorar-me de ti.
Mas a vida não espera,
corre alerta à todos os lado e,
desse jeito,
vamos trabalhando
na correria do vai e vem,
onde em pequenos momentos,
nos encontramos,
nos entorpecemos do amor.
Criador, criatura,
na faminta de arte
de amar e do amor.
Espetáculo de vida,
onde desabrocha a união
do amor mais puro!
E na rabiola balançando,
o espetáculo do encontro
entre céu e terra,
entre azul e mar,
na procura desesperada
do encontro fortuito
entre nuvens espaçadas
no vento de si mesmo.
Pregadores no varal,
balançando,
o telhado envidraçado
na busca de ver
e com clareza escolher:
fonte de iluminação,
paz, envolvente espaço
onde tudo é perfeito.

Vanize Claussen 

31/10/2010

terça-feira, 10 de setembro de 2013

SER POETA



QUERIA TANTO SER POETA
E CANTAR NUM SONHO LINDO
MINHA POESIA INFINDA,
CANTANDO AOS CINCO CANTOS
QUE AVIDA É LINDA,
QUE O AMOR EXISTE
E SEM METÁFORAS
FALAR AO MUNDO
O QUE CONSISTE,
POR QUE DEUS EXISTE
E O HOMEM
A ELE NÃO RESISTE.


Vanize Claussen

REENCONTRO


A última nota, o último verso...

Pensei não acontecer mais...

Porém, a primeira vez

do reencontro

fez-me ver você

com simplicidade,

emoção...

Esperei por este encontro,

com vontade...

Quanto menos te espero,

encontro-te...

Isso é bonito, mas não total.

Queria parar, ficar, te olhar, te sentir, te ouvir

por infinitas horas, te achar em mim...

Sinto-me bem, mas a porta

não está aberta ainda

 completamente

ou para estar totalmente.

Quero te encontrar

quando a porta abrir inteira

ou quando não existir

                       mais paredes.


Vanize Claussen 

RECANTAR


Quero que chova muito
para alagar certos corações
ensurdecidos com o tempo,
por isto canto com a chuva
este inquietante sono de liberdade,
para que todos encontrem
a virtude de ser...
e grito com a água
a esperança da vida.

Vanize Claussen


31/03/82

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