domingo, 25 de novembro de 2012

VIDA


 O momento é de espera
que desespera e lateja,
faz dilacerar meu útero
como pedra batida.
É muito pouco estar, conter...
É preciso muito mais
para não esconder,
deixar o coração falar.
Tempo, aprendendo,
eterna construção de idéias,
formas diversas...
até a conclusão que não é total,
pois ao eterno está ligada.
Vida é... tudo isso vida,
que desabrocha, que espelha
e vai saindo da boca do estômago
até o final das córneas.

Vanize Claussen 28/11/1987

(Quando mais precisamos estar com alguém, ele desaparece, pois o sentido é estar em si mesmo)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

GOTAS



O vidro reflete o brilho de gotas,

estilantes,

onde,

através da janela,

os olhos d’água

incendeiam a noite

de se ver, em luzes,

nos prédios em frente.

O poste,

com seu farol

reluzente,

também acenam

gotas deslumbradas

de sol,

onde o poema

distorce pra cantar

na chuva que aquece

meu pensar.

Ah! Delícia de tempo!


Vanize Claussen 

12/07/12

domingo, 28 de outubro de 2012

A TELA


Me deixo levar
nas águas da imaginação,
procurando não conter
as palavras que percebo.
Deixo fluir de mim
tudo aquilo que sou.
Sou vento, terra,
água e sol...
A cortina se abre
no espetáculo do que sou.
Percebo as linhas,
já não são mais confusas,
se dissolvem de alegria
pelo encontro de si mesma.
O céu se abre em versos
onde acontece,
na tomada do tempo,
a tempestade de idéias.
A criação vem a galope
e fazer já se torna
algo visível e palpável.
 Posso sentir
a imaginação
se transformando
em realidade,
basta apenas experimentar
o gosto do prazer
nas cores reluzentes
tombadas na tela.
O amor acontece
e somos feitos um do outro.
Elemento por elemento
se misturando em tintas
num quadro sem mistura.
A composição transforma,
num leve movimento,
toda caminhada de uma vida.
Agora é o prazer de pintar
E ser completamente feliz.

Vanize Claussen 
01/11/2010



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

PAIXÃO & AMOR


A paixão arde,

Sufoca, queima.

O amor acalma,

Esquenta, aproxima.

Quando apaixonados

Somos flecha suicida do amor,

Quando amando

Somos fogo interior de vida,

Onde nada abala.

A paixão nos desatina,

deprime, transforma...

Algo desconhecido, fora de controle.

Não enxergamos, a não ser,

Nosso alvo.

O amor sustenta,

Mesmo na distância,

Como a flor que não se importa

Com o frio do inverno.

A paixão quer mais,

Se não tiver, se irrita.

O amor fica em paz por amar,

 Não se detém em porta alguma,

Vai passando de fininho,

Devagar vai chegando.

A paixão arrasa, desaba, destrói

O que vê pela frente,

Enquanto não realiza seu fomento.

O amor nos salva, liberta as impurezas, traz felicidade.

Mesmo sem ter o que almeja.

Paixão e amor,

Sentimentos contrários,

Destinados a fins diferentes

E sobreviventes da humanidade até hoje.

12/06/2012

Vanize C. Corradini

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

TRANSBORDAR




Mulheres,
homens,
Vegetais ou não,
São simples,
Matéria viva
Que transbordam
Do outro lado
do ar...
       doar...
              do ar...
                     doar...

Vanize Claussen

CHUVA




Dentro
dos
meus
olhos existe
uma chuva,
que aguenta
com ela mesma
por que
existe.

Vanize Claussen

(Este Haicai faz parte da Agenda 2013 All Print Editora)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A OBRA


Vejo sobre a tela
A incerteza protagonista
Do amor,
Onde pedaços se rompem,
Cruzam e libertam
Profundezas da alma.
Nas curvas velozes
São injetadas cores,
Milhares delas fluem
Na superfície texturizada,
Formando poderosa proteção
De uma alma que reluz.
Ambiente gracificado, 
Resplandecido de êxtase,
Obra repleta, iluminada
De sabor com pedaços
Do lixo urbano,
Numa aventura,
Indescritível,
De música,
Como se cantasse.

Vanize Claussen Corradini

(Poesia dedicada a exposição dos trabalhos dos irmãos campana – CCBB/RJ 17/03/2012)

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