quarta-feira, 3 de agosto de 2016

VIBRAÇÃO

Hoje,
desatino as corredeiras do tempo,
invoco entoações distantes
de brisa, céu e mar,
cantando discretos ensejos
de permanência indescritível,
na descomunal
impermanência de tudo.
Os raios azuis cintilantes,
regressam em versos
ao plasmático mundo
das minhocas cerebrais inquietas.
Dissolvo as crisálidas
das espessas nuvens
que descobertam a vida,
onde à deriva se foi
estonteante, cantante,
num factual solfejo
de palavrinhas soltas.
Ah! Tempero insano!
Onde o espaço profundo
segue segundos, desejos
de correr e parar,
olhar e divagar,
expandir na complacência
dessa ausência inquietante
as solturas onduladas
da alma vibracional
encantando o prazer,
rubra de contemplação.
E, nos meios,
nos anseios de estar,
descortinando a água,
o corpo quente,
nos fractais desenhados,
revivo a placenta,
intensamente renovo
o olhar da eternidade,
o sabor das uvas,
que dos vinhedos,
perfume trazem,
catarse-ando o amor.
Olho e vejo.

Vanize Claussen
19/03/2016


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