sábado, 28 de novembro de 2015

BRISA

Hoje percebo-me.
Percebo-me branca,
negra, amarela...
Percebendo da vida,
cores intactas,
nascidas na tela
de minha rua.
Hoje estou à deriva,
viajando no mar
de barco à vela,
coroada pelas águas da vida,
navegado vou
vestida de azul,
verde, branco e amarelo.
Despejada de mim,
olhando o quarto-mar,
catarse infinita,
de uma infinitude
igual ao rolo de papel higiênico.
A inércia da cama
observa-me,
estampa-me de olhar
a tela pendurada,
sorrateira fala:
casal num sexo gostoso,
prazer de visões,
expansão de imagens, idéias.
Hoje acordei brisa. 

Vanize Claussen
28/11/2015


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