sábado, 17 de junho de 2023

TODOS E NENHUM


Tornei,
meu suposto tempo,
numa divagação instantânea
de sabores inexatos.
Daqueles, tais quais,
eu quis um dia entender.
Pois do cordão,
ao sabor da gilete umbilical
desse meu destino,
florescem muitas luzes
ao meu redor.
No momento,
ainda turvam,
as imagens
da traíra expressão,
da fugaz razão que passa
a escassez de apenas ouvir.
Descaso do serviçal
em uma vida,
descolando-se a placenta,
na tardia formação
de uma nova etapa.
Agora é seguimento,
nas profundas teias
da cobra cinzenta,
de tantos venenos expostos
navegando junto aos traços,
em vagas desilusões tecidas
desde a infância.
Todos somos responsáveis,
e cada um,
remete em sua fala,
seu pior pecado.
Entrelaçados,
consanguíneos
em vários dissabores,
escritos pela vida,
dos que vieram antes,
dos que não souberam
familiarizar com clareza
nessa correnteza
de expressões
que se chocam
pelo fio perdido, lá atrás.
Onde aconteceu?
Onde a vida parou?
Quem não viu?
O que expandiu?
Nenhum de nós
se deu conta, ainda.
Cada um,
na mercê do destino,
foi buscar sua solução.
E, aqui estou,
tentando emergir
de alguma falha no tempo.
Ainda não sei onde,
nem como aconteceu,
nem consigo visualisar
o que não posso,
por estar dentro
do outro espaço,
onde não tenho acesso.
Apenas expresso,
na espreguiçadeira do destino,
as fagulhas desse tempo,
onde todos e nehum de nós
sabe onde vai dar.

Vanize Claussen
17/06/2023




sexta-feira, 7 de abril de 2023

A VIDA É AGORA

 O tempo passa

não escolhendo a hora,

apenas passa...

Quando percebemos,

já é outro janeiro,

e esquecidas ficam

as vibrações anteriores.

A vida é agora!

 O tempo passa!

A natureza apenas

exala a vida

e nós somos 

os buscadores da essência,

do perfume divino em nós.

Quando tudo isso começou?

Quando termina?

A vida é passageira,

discreta,

vai passando

sem que percebamos,

até mesmo,

o momento de partir,

não percebemos.

O plano físico é passagem,

experiência para depois.

Somos seres espirituais,

divinos,

nascidos do amor.

Somos feitos para amar.

O tempo passa,

e vamos somando 

riquezas materiais.

Por que,

se tudo fica no planeta,

é do planeta?

Somos seres passageiros

de uma locomotiva individual.

Somos moradores de aluguel

nesta terra da humanidade.

Os próprios humanos

matam os humanos

de variadas formas.

Alguns querem o comando

de uma população inteira,

outros degradam a natureza.

Alguns matam por dinheiro,

outros por irresponsabilidade 

no trânsito, 

assim se foi uma amiga:

 Margareth Peres Fonseca.

Assim se foi um amigo:

Waldir José do Couto...

Existem escritas as leis de trânsito.

Onde está a ação humana 

para fazer valer essa lei?

Onde estamos chegando 

com toda essa desumanidade 

de correria contra um tempo?

Um tempo que passa para todos...

Choro as lágrimas dos que ficaram,

choro por todos aqueles que não tiveram tempo

e choro por tudo que há de vir nesta terra.

Choro por mim, por você, por eles...

não há mais tempo.

A vida é agora.


Vanize Claussen

07/04/2023





segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

OLHAR

 O templo retilíneo, 

esquecido pelas interlocuções

manejadas pelo vento,

onde as curvas insanas detectam

a coloração do olhar

na vontade de chegar,

informam, 

de passagem,

a junção pré-existente

nessas almas andarilhas.

O coração lampeja,

discretamente,

as imperfeições,

antes faladas,

agora atreladas a sua alma vagante.

Não distante,

nem tão perto,

o movimento exala encontro

de passageiros ajustados

a nova fórmula de vida.

As feridas cicatrizadas

se romperam para sempre.

Agora é a hora

de entrar no barco

e navegar distâncias.

Agora é hora de assumir

o risco de ser quem

se quer ser.

A mudança contínua

alimentam os sonhos

das verdades internas.

Agora é só olhar

e viver presente.


Vanize Claussen

06/02/2023





quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

HERMÉTICA VIDA

 O lenços umedecidos,

descartavam as certezas,

antes passeavam, 

num quadrante

de pura luz e paz.

Agora atiçavam,

nas corredeiras do céu,

o véu oculto da passagem.

Intacto precipício,

quando não se cuida,

quando afoita-se

num despenhadeiro marítimo

sem atenção.

Mas,

do outro lado,

num quântico espaço,

movimentam-se

seres celestiais a nos ver,

a nos proteger,

a nos guiar 

pelos caminhos invisíveis.

A sabedoria,

observa trigueira,

a vontade de viver.

Mas as entrelinhas

falam do ato de morrer.

O cuidado,

na tremenda euforia de viver,

transformou-se.

Agora jaz

o espetáculo

da passagem maia,

ilusória vida,

que atrelada a instantes,

nos levam,

à todos,

ao mesmo destino.

Somos o furacão,

que permeia

pela terra,

que arremessa,

para longe,

a quântica fórmula

de viver para morrer.

Assim é para todos,

tudo passa

nessa passagem 

de vida fisica.

A maior dimensão

está por vir,

ainda.


Vanize Claussen

08/11/2022



quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

AMIZADE

A escavadeira batida, 

na cumprida estrada,

relatava a certeza

 do tempo qualificado.

Mesmo que por tantas

e tantas remexidas certezas,

as águas de chuva,

no movimento de encontrar,

clarificado,

entornava a emoção,

a amizade inteira.

As fornalhas do templo

da alma,

ainda intactas, 

na medida certa.

As conjunções dos astros,

por mais medonhas que fossem,

não poderiam nos tocar.

Foi divinamente planejado.

Os sorrisos faceiros

dos mirins brejeiros,

fascinando em toda parte

a família encantada,

que, por certo,

estariam notadas,

noutras quantitativas vidas.

Um tempo sem igual,

restaurando a alegria

da emoção perdida.

O movimento do abraço,

do aconchego das palavras,

da satisfação da vida.

Amizade eternizada

em sorrisos.


Vanize Claussen

01/11/2022




domingo, 13 de novembro de 2022

ESTAÇÕES

O tempo frio 

exala perfume...

traz na sua aura inquieta,

o clima das estações tardias.

o discreto sabor das entrelinhas,

reacendem a vontade.

Continuar...

Os sonhos,

ainda que passados,

ainda escorregam no estômago,

querendo aplainar.

Os desafios tornaram-se,

pelo tempo de vida,

intensos e reais.

A jovem esperança,

na idade adulta,

quer esmaeçer.

Porém,

com fome de sonhar,

o caminho expande

e a luz adentra.

Já não existem

fagulhas espaciais,

mas a vontade 

de continuar a sonhar,

mesmo que seja tarde,

os sonhos vivem 

na essência divina

de cada um.

As estações da vida,

nos ciclos da idade,

vão contornando

a saliência corporal,

trazendo imagens

dos traços amornados 

com a passagem do tempo.

Mesmo assim,

diante de mudanças físicas,

o corpo exprime versos,

nos sonhos,

ainda que tardios,

iluminando por dentro,

nossa centelha divina.

Não existe a divisão,

mas a cantante fórmula

de continuar com esperança.

Somos passageiros desse tempo,

e caminhamos para ebulição no final.

Que tenhamos sonhos,

independente da idade,

independente das estações físicas.

Que tenhamos sonhos!


Vanize Claussen

13/11/2022





sexta-feira, 4 de novembro de 2022

O AMOR

 Troco as palavras mortas

por anseios vivos,

e concebo as estrelas 

no meu pensamento infinito.

Tocar sua alma,

impossível.

Dizer-lhe amor,

como uma chama,

intangível.

Petrificar,

seu corpo ao meu,

imperecível.

Talvez do verbo amar

eu diga:

Quero voar contigo

  iluminada de azul!

Quero vagar seu sonho 

no ventre luz

das cores do arco-íris!

Quero sonhar meus sonhos

na tua presença espiritual

cor de framboesa!

Talvez eu remova as montanhas,

as minhas entranhas de luz

para estar contigo nua.

Mas seu sinal desapareceu,

meu celular não vibra mais.

Seu caminho,

caminhante,

das notas musicais vívidas,

perderam-se nas chamas esquecidas

do nosso amor farto de iluminação.

Agora,

apenas continuo seguindo

meus sonhos,

e você, os seus.

A hora da partida

para o reencontro,

ninguém sabe ou viu.

Estaremos lado a lado,

na próxima subida dimensional.

Caminharemos com o olhar

do amor perdido fisicamente,

porém espiritualmente

estaremos lado a lado.

O templo de Deus é infinito

e sabemos que nos reencontraremos,

numa quântica dimensão.

Procuro apenas,

enquanto aqui,

uma saída natural

em viagens e visões terrenas.

Fotografo as paisagens

e continuo a te ver 

navegando por aí.

O amor do toque,

se tornou partida.

Espero agora o toque real

das suas emoções com as minhas.

Busco-te em mim,

vejo-me em ti

e apenas navego nas ondas.


Vanize Claussen

04/11/2022



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O CAMINHANTE