segunda-feira, 26 de novembro de 2012

VENTO


Se meu voo fosse igual
a pipa que voa,
estaria voando
ao seu encontro
na esperança,
de mais uma vez,
ser chamada
a enamora-me de ti.
Mas a vida não espera,
corre alerta à todos os lados e,
desse jeito,
vamos trabalhando
na correria do vai e vem,
onde em pequenos momentos,
nos encontramos,
nos entorpecemos do amor.
Criador, criatura,
na faminta de arte
de amar e do amor.
Espetáculo de vida,
onde desabrocha a união
do amor mais puro!
E na rabiola balançando,
o espetáculo do encontro
entre céu e terra,
entre azul e mar,
na procura desesperada
do encontro fortuito
entre nuvens espaçadas
no vento de si mesmo.
Pregadores no varal,
balançando,
o telhado envidraçado
na busca de ver
e com clareza escolher:
fonte de iluminação,
paz, envolvente espaço
onde tudo é perfeito.

Vanize Claussen 

31/10/2010

domingo, 25 de novembro de 2012

CAMINHO DO MEIO



Saboreando a vida,
vou seguindo,
prestando atenção
a cada riso, cada som,
cada espetáculo
de pedaço de chão,
espaço de pessoas vivendo,
onde números, vozes,
andares, jogos, bonés,
damas e movimentos
de botão de mesa,
vão absorvendo
meu tempo de ver
os ensinamentos da vida,
que brotam na experiência
de busca constante,
expressão de vida,
onde tudo e nada
são a mesma coisa,
onde criança e adulto
se encontram
e o caminho do meio,
acontece.
Vanize Claussen 13/07/12

AZEDUME



Hoje o dia está com gosto
de fruta azeda,
e o amargo
soa como um estrondo
no coração...
Mas a consistência
é de aprendizado,
daqueles que metem medo,
mas fazem acontecer
a grande virada da vida.
E, nesse azedume,
estabeleço o fio do amor,
apesar do tombo,
sinto-me fortalecida,
espiritualmente em paz.
Rompeu-se a mentira
e instalou-se a verdade,
num turbilhão de imagens,
tão grandes, que tudo
vai passando devagar e, 
a força interior aumenta
profusamente, pacificamente,
restaurando todo meu ser vivo.
Vanize Claussen 18/06/12

VIDA


 O momento é de espera
que desespera e lateja,
faz dilacerar meu útero
como pedra batida.
É muito pouco estar, conter...
É preciso muito mais
para não esconder,
deixar o coração falar.
Tempo, aprendendo,
eterna construção de idéias,
formas diversas...
até a conclusão que não é total,
pois ao eterno está ligada.
Vida é... tudo isso vida,
que desabrocha, que espelha
e vai saindo da boca do estômago
até o final das córneas.

Vanize Claussen 28/11/1987

(Quando mais precisamos estar com alguém, ele desaparece, pois o sentido é estar em si mesmo)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

GOTAS



O vidro reflete o brilho de gotas,

estilantes,

onde,

através da janela,

os olhos d’água

incendeiam a noite

de se ver, em luzes,

nos prédios em frente.

O poste,

com seu farol

reluzente,

também acenam

gotas deslumbradas

de sol,

onde o poema

distorce pra cantar

na chuva que aquece

meu pensar.

Ah! Delícia de tempo!


Vanize Claussen 

12/07/12

domingo, 28 de outubro de 2012

A TELA


Me deixo levar
nas águas da imaginação,
procurando não conter
as palavras que percebo.
Deixo fluir de mim
tudo aquilo que sou.
Sou vento, terra,
água e sol...
A cortina se abre
no espetáculo do que sou.
Percebo as linhas,
já não são mais confusas,
se dissolvem de alegria
pelo encontro de si mesma.
O céu se abre em versos
onde acontece,
na tomada do tempo,
a tempestade de idéias.
A criação vem a galope
e fazer já se torna
algo visível e palpável.
 Posso sentir
a imaginação
se transformando
em realidade,
basta apenas experimentar
o gosto do prazer
nas cores reluzentes
tombadas na tela.
O amor acontece
e somos feitos um do outro.
Elemento por elemento
se misturando em tintas
num quadro sem mistura.
A composição transforma,
num leve movimento,
toda caminhada de uma vida.
Agora é o prazer de pintar
E ser completamente feliz.

Vanize Claussen 
01/11/2010



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

PAIXÃO & AMOR


A paixão arde,

Sufoca, queima.

O amor acalma,

Esquenta, aproxima.

Quando apaixonados

Somos flecha suicida do amor,

Quando amando

Somos fogo interior de vida,

Onde nada abala.

A paixão nos desatina,

deprime, transforma...

Algo desconhecido, fora de controle.

Não enxergamos, a não ser,

Nosso alvo.

O amor sustenta,

Mesmo na distância,

Como a flor que não se importa

Com o frio do inverno.

A paixão quer mais,

Se não tiver, se irrita.

O amor fica em paz por amar,

 Não se detém em porta alguma,

Vai passando de fininho,

Devagar vai chegando.

A paixão arrasa, desaba, destrói

O que vê pela frente,

Enquanto não realiza seu fomento.

O amor nos salva, liberta as impurezas, traz felicidade.

Mesmo sem ter o que almeja.

Paixão e amor,

Sentimentos contrários,

Destinados a fins diferentes

E sobreviventes da humanidade até hoje.

12/06/2012

Vanize C. Corradini

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