quinta-feira, 29 de junho de 2023
sábado, 17 de junho de 2023
CONTORCER
Quisera,
aos bugalhos menores,
esconder minha decepção.
Porém,
por discretas erupções,
dito a língua do silêncio.
Já não quero falar por tempo
de falar por falar,
mas quero, amiude, a palavra inteira,
farfalhando em meu estômago
de dançarina inquieta.
Apenas,
vou deixar solturas
onde as amarguras entraram.
Vou caminhar
vestida de passarinho
e colorir as árvores ao redor.
Não há tempo de decepções,
apesar do seu murmúrio.
Hoje existe o caminho inteiro,
passeando a minha frente.
Não escondo minha dor,
ela está latejando.
Mas posso amenizar
os contornos que fizeram
com a verdade que é real.
Sem tempo pra dissoluções,
pois quem faz,
faz por prazer ou inveja,
não importa…
Por isso,
meu tempo ficou pequeno,
discreto, sem contorno
pra se ver.
Agora,
depois dos embaraços,
outros abraços verdadeiros,
virão naturalmente.
Por vezes,
o fator consanguíneo
não é tudo.
Então, compreendo,
que quem muito doou,
receberá seu galardão.
Porém, aquele que veio,
machucou e entornou,
seu envenenamento,
em discretas palavreadas,
também recebe, por certo,
o mundo que elucubrou.
Sigo minha rota,
o divino dissolve a teia,
e a gigante aranha,
se mata, de medo.
Vanize Claussen
15/06/2023
TODOS E NENHUM
sexta-feira, 7 de abril de 2023
A VIDA É AGORA
O tempo passa
não escolhendo a hora,
apenas passa...
Quando percebemos,
já é outro janeiro,
e esquecidas ficam
as vibrações anteriores.
A vida é agora!
O tempo passa!
A natureza apenas
exala a vida
e nós somos
os buscadores da essência,
do perfume divino em nós.
Quando tudo isso começou?
Quando termina?
A vida é passageira,
discreta,
vai passando
sem que percebamos,
até mesmo,
o momento de partir,
não percebemos.
O plano físico é passagem,
experiência para depois.
Somos seres espirituais,
divinos,
nascidos do amor.
Somos feitos para amar.
O tempo passa,
e vamos somando
riquezas materiais.
Por que,
se tudo fica no planeta,
é do planeta?
Somos seres passageiros
de uma locomotiva individual.
Somos moradores de aluguel
nesta terra da humanidade.
Os próprios humanos
matam os humanos
de variadas formas.
Alguns querem o comando
de uma população inteira,
outros degradam a natureza.
Alguns matam por dinheiro,
outros por irresponsabilidade
no trânsito,
assim se foi uma amiga:
Margareth Peres Fonseca.
Assim se foi um amigo:
Waldir José do Couto...
Existem escritas as leis de trânsito.
Onde está a ação humana
para fazer valer essa lei?
Onde estamos chegando
com toda essa desumanidade
de correria contra um tempo?
Um tempo que passa para todos...
Choro as lágrimas dos que ficaram,
choro por todos aqueles que não tiveram tempo
e choro por tudo que há de vir nesta terra.
Choro por mim, por você, por eles...
não há mais tempo.
A vida é agora.
Vanize Claussen
07/04/2023
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023
OLHAR
O templo retilíneo,
esquecido pelas interlocuções
manejadas pelo vento,
onde as curvas insanas detectam
a coloração do olhar
na vontade de chegar,
informam,
de passagem,
a junção pré-existente
nessas almas andarilhas.
O coração lampeja,
discretamente,
as imperfeições,
antes faladas,
agora atreladas a sua alma vagante.
Não distante,
nem tão perto,
o movimento exala encontro
de passageiros ajustados
a nova fórmula de vida.
As feridas cicatrizadas
se romperam para sempre.
Agora é a hora
de entrar no barco
e navegar distâncias.
Agora é hora de assumir
o risco de ser quem
se quer ser.
A mudança contínua
alimentam os sonhos
das verdades internas.
Agora é só olhar
e viver presente.
Vanize Claussen
06/02/2023
quinta-feira, 8 de dezembro de 2022
HERMÉTICA VIDA
O lenços umedecidos,
descartavam as certezas,
antes passeavam,
num quadrante
de pura luz e paz.
Agora atiçavam,
nas corredeiras do céu,
o véu oculto da passagem.
Intacto precipício,
quando não se cuida,
quando afoita-se
num despenhadeiro marítimo
sem atenção.
Mas,
do outro lado,
num quântico espaço,
movimentam-se
seres celestiais a nos ver,
a nos proteger,
a nos guiar
pelos caminhos invisíveis.
A sabedoria,
observa trigueira,
a vontade de viver.
Mas as entrelinhas
falam do ato de morrer.
O cuidado,
na tremenda euforia de viver,
transformou-se.
Agora jaz
o espetáculo
da passagem maia,
ilusória vida,
que atrelada a instantes,
nos levam,
à todos,
ao mesmo destino.
Somos o furacão,
que permeia
pela terra,
que arremessa,
para longe,
a quântica fórmula
de viver para morrer.
Assim é para todos,
tudo passa
nessa passagem
de vida fisica.
A maior dimensão
está por vir,
ainda.
Vanize Claussen
08/11/2022
quinta-feira, 1 de dezembro de 2022
AMIZADE
A escavadeira batida,
na cumprida estrada,
relatava a certeza
do tempo qualificado.
Mesmo que por tantas
e tantas remexidas certezas,
as águas de chuva,
no movimento de encontrar,
clarificado,
entornava a emoção,
a amizade inteira.
As fornalhas do templo
da alma,
ainda intactas,
na medida certa.
As conjunções dos astros,
por mais medonhas que fossem,
não poderiam nos tocar.
Foi divinamente planejado.
Os sorrisos faceiros
dos mirins brejeiros,
fascinando em toda parte
a família encantada,
que, por certo,
estariam notadas,
noutras quantitativas vidas.
Um tempo sem igual,
restaurando a alegria
da emoção perdida.
O movimento do abraço,
do aconchego das palavras,
da satisfação da vida.
Amizade eternizada
em sorrisos.
Vanize Claussen
01/11/2022
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