sábado, 25 de junho de 2022
INFINIDADES
Na infinita imensidão,
transformo folhas em flores,
nesta manhã de abril.
Não descarto a finitude,
mas amanheço no experimento
das infinidades de cores
ao nascer do sol.
Observo o céu,
sinto o silêncio natural,
encontro-me nessas linhas.
Vou amaciando
o travesseiro de nuvens,
extremamente vivas e brilhantes.
O café espera,
plácido,
a vez do gole.
Meu cordão japamala
aguardando as rotineiras canções,
de mantras variados.
vou subindo a montanha,
estou amanhecendo,
dentro.
O incenso jorra,
seu cheiro doce,
dentro da casa.
As infinitudes de cada fim
transpassam meu pensamento.
Abro a janela das ideias
e vago nas variadas
dimensões quânticas.
Cada célula,
cada átomo
em constante transformação.
A memória singular
ou intensa,
existe em todo lugar,
a toda hora vagando.
Absorvo esse entrelaçamento
e desperto novamente
do sono da alma.
A humanidade se esgotou,
o colapso chegou.
Tudo está sendo proposto
pelo universo divino.
É hora de repensar
os detalhes,
as soluções,
a própria natureza
que a divina chama mostra
a cada um.
Não há como fugir
desse laço estreito,
onde,
interligados estamos
com tudo que acontece,
pois a energia perpassa
por todo universo.
Não temos como escapar
do destino intensificado
da pandemia mental,
para sermos pessoas melhores,
mais humanas.
As músicas,
os livros,
a arte falará desses tempos.
Estaremos prontos
para o que vira?
Novamente observo o céu
e vejo a claridade,
intensificada e radiante.
Vanize Claussen
17/04/2021
A CURA
DIVINA CHAMA
O sono me enxagua,
me eleva como brisa
nas profundas linguagens
de pássaros lúdicos.
Semeia as águas corrediças,
nas volúpias sagradas do amor,
invocado nas montanhas.
Acorda-me, oh, vento!
Transborda-me de paz
e aquecece-me
no experimento
das centelhas alegres
da chama divina!
Vanize Claussen
23/02/2020
segunda-feira, 13 de junho de 2022
GRANDE ESTRELA
A grande estrela
brilha no céu,
mas a humanidade,
ainda atônita,
enrrustecida,
adormecida,
não enxerga,
na madrugada
a beleza da vida.
O brilho interno,
longuinquo,
desperta sensação de paz.
a música calma
anestesia,
restaura e posso sentir,
nas entrelinhas da vida,
em meu corpo passageiro,
a certeza do depois.
O vento toca
na cortina das janelas
as quatro e pouco da manhã.
O quarto parado,
me observa e me encanta!
A madrugada traz certezas
do silencioso caminho
de cada alma.
O domingo adentra,
lentamente amanhecendo,
no clarão do sol,
que desperta de seu sono.
As árvores balançam
intensificando a fotografia.
A estrela grande,
ainda brilha.
O dia vai nascendo,
dentro.
Vanize Claussen
06/02/2022
VIDA, AGORA
Amanheço,
entre nuvens coloridas,
observo.
Andorinhas acordadas
no meu pensamento.
A brisa embalando
o movimento das asas.
Permeio as líteras
expressões do tempo
e vago na luz
que irradia
entre as nuvens do céu.
Lá vem,
majestoso,
o sol!
Contando tantas histórias!
Ah! Se antes,
eu tivesse a sabedoria que tenho!
Talvez, hoje,
pudesse recomeçar!
Quantas diferentes ações!
Mas o tempo
não tem medida
e não pode voltar.
O que importa agora
é o momento presente
e as infinitas transformações.
Essa viagem é no presente,
nem passado,
nem futuro.
A vida é viva,
agora.
Vanize Claussen
30/11/2021
MANHÃ DE CORES
domingo, 12 de junho de 2022
SABOR DA VIDA
Nas contas do asfalto cinza escuro,
a solidão acalenta o encontro.
Almas afins chegam de distâncias reais
ao encontro para colheita.
Não foram feitas de abraçar,
mas de semear histórias além - céu,
além -mar.
Eles se encontram no olhar
e aquecem o pensamento
daquele momento inquietante.
A brisa para o ar.
Revoada de bem te vi ao redor,
nascendo nas escolhas de uma vida.
E nas entrelinhas desconectadas,
a transformação das ideias
na arte de ver além de espectativas,
além de rugidos ou risadas.
São as matilhas escondidas
no pensamento enrredado
de mutilações antigas,
fazendo renascer
um equivocado humor ácido.
Não consigo definir
o que atormentou por dentro,
parecendo um escremento escuro,
vindo de um coração inquieto.
A calma dissolveu o instante
de uma espera vazia de amor,
porém dizente de amar.
Apenas, observo.
Espero o tempo de diálogo real.
Sou mulher de saber o sabor da vida em mim.
O desafio está aceito,
tenho esse direito.
Porém,
nossa rima antiga,
talvez passada a ferro e fogo,
tenha sido uma miragem
ou talvez apenas aprendizado.
Não há como definir o encontro,
não há como querer tudo
e talvez nada dar.
O que tenho é meu escudo,
minha forma de andar,
minha forma de querer sonhar
e realizar meus projetos.
Sou artista,
escritora,
faço tudo o que quero...
não espero nada além,
apenas o bem que me repassa.
Não transpasse minha alma,
por vingança ou ilusão,
sou apenas uma flor
que desabrocha o coração
a cantar com o que tenho.
Ensinar, talvez, eu possa.
Mas prefiro aprender e entender
tudo isso que passa a frente.
Os moinhos já rodaram,
não sei se eles ainda o fazem.
Um coração partido com ações
distorcidas no tempo passado,
se resguarda, se acalma,
para entender o que se foi.
Acalma a alma,
coração inquieto,
e arruma seu templo
para que se abra uma flor.
O momento é o tempo
de estalar os dedos
e acreditar no amor.
Porém,
minha alma,
cansada de naveganças deslisadas
nas virtudes esquecidas,
já não consegue acreditar
que as corredeiras daquele riacho
ainda estão vivas.
Oh! Divino Templo em mim!
Atenta-me de luz
para que eu veja pureza,
que eu enxergue a rica verdade
da alma e de amar!
Pois, jaz,
não tenho pressa,
mas apenas pesar.
Vanize Claussen
12/06/2022
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