sábado, 29 de julho de 2023
AS ANCESTRAIS
Centelhas
aprisionadas
chegaram e
chegam
através de
cada útero feminino,
das anteriores
às posteriores,
de todas
as que ainda virão
e
transbordarão
em seu
ventre-cápsula:
a VIDA.
Assim é a
passagem comprada
a uma
hereditariedade,
manifestada
nas entrelinhas
de mazelas
repassadas,
sujas ou
limpas,
através
dos pequenos chegados.
As
ancestrais femininas,
meninas de
outras épocas,
que em seu
ventre-folha,
passaram o
que sabiam,
receberam
o que entendiam.
As que
hoje ainda estão,
que ainda
vivem
da doação
de uma
maternidade-útero,
se
agraciem e sejam gratas
por
servirem de passagem
a outros
corpos ao planeta.
Assim é o
templo-corpo feminino,
que
atravessa de geração a geração,
gerando
vidas, gerando ideias,
gerando
estados de espírito.
Por muitas
vezes desprazer,
trazendo
reconstrução
aos
rebentos que lhe vieram,
possivelmente,
por um
amor
real ou momentâneo.
O
aprendizado é para todas
as que
vieram,
todos os
que vieram,
femininos
ou masculinos seres,
traçados
para se humanizarem.
O aprendizado
real,
está a
porta,
bastando
cada um deixa-lo entrar.
As
mulheres sábias,
desse
tempo ou templo anterior,
são
aquelas que souberam
sair dos
padrões emotivos
das outras
gerações femininas,
as quais
não conseguiram explorar
seu gesto
de maternidade,
ainda em
aprendizado.
O que
seria essa expressão?
Qual seria
a sensação
de apenas
aportar outro corpo,
que também
veio a aprender?
Sabendo-se
que nenhuma mulher,
mãe ou
filha,
ou filhos
meninos
saberiam o
caminho a seguir.
Onde
estaria a sequência
das laterais
ambiguidades
de dois
seres tão próximos
desde o
ventre?
Onde unidos,
em um só corpo,
estaria a
mãe,
iniciando
uma luz divina
a
percorrer suas entranhas.
Poderosa é
divina presença,
que nos
percorre corpo e alma!
Lateja em
mim!
Fortalece-me
como fonte de mais vida!
Onde eu
possa cantar,
essa
presença materna,
na minha
hereditariedade,
dentro de
minha existência divina,
com muito
amor aos meus filhos,
aos meus
netos,
enquanto
estiver aqui!
Que da
minha geração adiante,
os padrões
negativos
sejam
tomados
por
alegria e positividade.
Que
através dos meus rebentos,
onde o
amor percorre,
eu possa
sorrir por eles
e suas
conquistas.
Que eu
seja uma luz
na vida de minha posteridade!
Que tudo
que não pude fazer,
os sonhos
que tive,
seja
possível a eles
conquistarem
os seus!
Pois para
ser corpo-passagem
é justo deixar
o caminho
divino livre
aos
descendentes,
para que
encontrem
suas
próprias soluções
e seu
próprio enredo.
A vida é
um sopro lindo,
onde o
encontro
com
anteriores e posteriores,
é um
pequeno flash
da vida
quântica depois.
Eu tenho
gratidão a todas mulheres
que vieram
antes de mim!
Eu sou
grata a mulher que veio
através de
mim e todas que virão depois
através
dessa roda da vida!
Apenas
Gratidão!
Vanize
Claussen
27/07/2023
quinta-feira, 29 de junho de 2023
sábado, 17 de junho de 2023
CONTORCER
Quisera,
aos bugalhos menores,
esconder minha decepção.
Porém,
por discretas erupções,
dito a língua do silêncio.
Já não quero falar por tempo
de falar por falar,
mas quero, amiude, a palavra inteira,
farfalhando em meu estômago
de dançarina inquieta.
Apenas,
vou deixar solturas
onde as amarguras entraram.
Vou caminhar
vestida de passarinho
e colorir as árvores ao redor.
Não há tempo de decepções,
apesar do seu murmúrio.
Hoje existe o caminho inteiro,
passeando a minha frente.
Não escondo minha dor,
ela está latejando.
Mas posso amenizar
os contornos que fizeram
com a verdade que é real.
Sem tempo pra dissoluções,
pois quem faz,
faz por prazer ou inveja,
não importa…
Por isso,
meu tempo ficou pequeno,
discreto, sem contorno
pra se ver.
Agora,
depois dos embaraços,
outros abraços verdadeiros,
virão naturalmente.
Por vezes,
o fator consanguíneo
não é tudo.
Então, compreendo,
que quem muito doou,
receberá seu galardão.
Porém, aquele que veio,
machucou e entornou,
seu envenenamento,
em discretas palavreadas,
também recebe, por certo,
o mundo que elucubrou.
Sigo minha rota,
o divino dissolve a teia,
e a gigante aranha,
se mata, de medo.
Vanize Claussen
15/06/2023
TODOS E NENHUM
sexta-feira, 7 de abril de 2023
A VIDA É AGORA
O tempo passa
não escolhendo a hora,
apenas passa...
Quando percebemos,
já é outro janeiro,
e esquecidas ficam
as vibrações anteriores.
A vida é agora!
O tempo passa!
A natureza apenas
exala a vida
e nós somos
os buscadores da essência,
do perfume divino em nós.
Quando tudo isso começou?
Quando termina?
A vida é passageira,
discreta,
vai passando
sem que percebamos,
até mesmo,
o momento de partir,
não percebemos.
O plano físico é passagem,
experiência para depois.
Somos seres espirituais,
divinos,
nascidos do amor.
Somos feitos para amar.
O tempo passa,
e vamos somando
riquezas materiais.
Por que,
se tudo fica no planeta,
é do planeta?
Somos seres passageiros
de uma locomotiva individual.
Somos moradores de aluguel
nesta terra da humanidade.
Os próprios humanos
matam os humanos
de variadas formas.
Alguns querem o comando
de uma população inteira,
outros degradam a natureza.
Alguns matam por dinheiro,
outros por irresponsabilidade
no trânsito,
assim se foi uma amiga:
Margareth Peres Fonseca.
Assim se foi um amigo:
Waldir José do Couto...
Existem escritas as leis de trânsito.
Onde está a ação humana
para fazer valer essa lei?
Onde estamos chegando
com toda essa desumanidade
de correria contra um tempo?
Um tempo que passa para todos...
Choro as lágrimas dos que ficaram,
choro por todos aqueles que não tiveram tempo
e choro por tudo que há de vir nesta terra.
Choro por mim, por você, por eles...
não há mais tempo.
A vida é agora.
Vanize Claussen
07/04/2023
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023
OLHAR
O templo retilíneo,
esquecido pelas interlocuções
manejadas pelo vento,
onde as curvas insanas detectam
a coloração do olhar
na vontade de chegar,
informam,
de passagem,
a junção pré-existente
nessas almas andarilhas.
O coração lampeja,
discretamente,
as imperfeições,
antes faladas,
agora atreladas a sua alma vagante.
Não distante,
nem tão perto,
o movimento exala encontro
de passageiros ajustados
a nova fórmula de vida.
As feridas cicatrizadas
se romperam para sempre.
Agora é a hora
de entrar no barco
e navegar distâncias.
Agora é hora de assumir
o risco de ser quem
se quer ser.
A mudança contínua
alimentam os sonhos
das verdades internas.
Agora é só olhar
e viver presente.
Vanize Claussen
06/02/2023
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