terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

DE TECIDO EM TECIDO

 O curioso tempo

desbloqueia emoções.

O passado,

enclausurado,

nas vertigens,

se esvai e vibra,

precioso,

nas entrelinhas

do coração.

Sou a chama que bate,

Sou o desejo da fonte,

Sou a estrela dos anseios.

Me estendo

nas aclimatações,

de tantos medos,

esquecidos,

perdidos...

medos de criança,

que não sabe

o que tem, 

no meio do escuro.

Percebo,

nas pequenas pausas,

que o amor

vence todas as batalhas.

Observando,

vou tecendo minha vida,

construindo,

pouco a pouco,

a identidade de ser.

Ainda invoco,

ao magnífico

e ao todo poderoso,

nesse universo infinito,

as certezas de estar aqui,

as incertezas de saber partir,

quando a hora chegar .

O movimento que faço

é igual doce de pote,

ainda se quer mais

para sentir o sabor.

Portanto,

vejo,

nas infinitas cores

de um pôr do sol,

as eternas experiências vividas

e as transformações

a todo vapor.

Também sou o esterco,

que a chuva molha

e faz nascer as plantas.

Sou a folhagem,

a aragem,

a ventania.

Quando preciso,

sou o riso.

Mas,

entre as linhas,

vou de tecido em tecido,

molhando minha alma de brisa,

cantando a arte da vida.


Vanize Claussen

18/02/2025







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