quinta-feira, 29 de março de 2018

NAVEGAR

Vejo a brisa,
leveza, paz...
a vida restaurada
na inventiva viagem.
Além-mar,
vagando nas cores,
os amores perdidos,
dissolvidos.
Agora,
tempo,
amar apenas
o que traz paz.
Seguir em frente,
soltar-se,
ir além daqui,
onde o toque da arte
transforma a alma,
orienta o voo.
O vento,
no som das árvores,
me transforma em semente.
Agradeço ao universo.
Quero semear mais,
dissolver o passado,
viver presente
o presente da vida.
Ser feliz sem importar.
Sutileza, doar
nas saudáveis passagens
do banco de luz.
Reluzir estrelas
nas janelas cantoneiras,
flores de todas as cores,
rosas de variados tons.
A alegria de estar
feliz por amar,
amar por ser feliz.
E a cicatriz?
Jaz afundada
nas profundezas sagradas
do mar da alma.
A calma, a brisa...
leveza e paz.

Vanize Claussen
11/01/2018


sábado, 10 de março de 2018

MEUS OLHOS

Recordo,
dentro em mim,
nas montanhosas
correntezas
de sabores inesquecíveis,
os efeitos sutis
das graças infinitas.
O espiritual
sobrevoando as águas,
levemente brilhante,
levando-me
como num tobogã
de imagens da infância.
São mazelas de cheiros,
de toques,
de sagacidades,
onde revoam feito 
pássaros iluminados
as azuladas montanhas
de colorações variáveis.
Água da chuva,
vento sutil,
chegando qual criança
através do plástico bolha
cheio de luz.
Uma revoada de idéias
incendiando a imaginação
das crateras latejantes
das tintas na tela.
Ah! Tempo de visões,
onde tudo e nada
se encontram 
na plataforma da vida.
Gigante,
grande temperatura
voltando através
dos meus olhos.
Visão infinita,
correnteza de paz
e fagulhas desse amor.
Assim nasce meu coração,
novamente.

Vanize Claussen
10/03/2018





quinta-feira, 8 de março de 2018

INFANTILIDADES

No varal da estrada,
o tempo parou,
deslizando,
como uma brisa de nós.
Pendurados,
na relva macia,
as gotas,
brilhantes delicados,
formavam verdades...
uma a uma,
correndo,
para lá e cá,
rindo de se estrebuchar.
Ah! Crianças...
todas assim!
Então o experimento veio,
sentado de filós azuis,
cortante sensação,
de pólen na boca.
A abelha,
titicante fiel,
gritava,
querendo estacionar.
Mas os pássaros de tecido,
formavam barreira 
e deixavam 
as infantilidades passar.
Foi um dia frio,
amornado de incertezas,
debruçado de sensação
de prato vazio.
Mas a correnteza,
escudeira de corações,
fomenta luz.
E o teatro vagante,
posiciona-se,
vai dar a primeira tacada.
GOL.

Vanize Claussen
18/10/2018






domingo, 11 de fevereiro de 2018

FOLHAGEM ÚMIDA

Na ventarola escondida

da pátina congelada,
serpenteando idéias,
como tufões discretos,
revejo sensações antagônicas.
O presente, frequente gemido,
colore a alma
entrelaçando passos.
As sandálias,
discretas,
vermelhas olham.
A vastidão espera,
as gaivotas sobrevoam...
areia, comida,
água gelada, salgada.
Sol latejando,
pele, frio...
Intensidade, oração.
Vibração de paz
nos pés inquietos
do brilho dilacerando água.
O mar abocanhou 
as pedras das soluções,
examinando luzes,
florais perfumes,
crianças, brincadeiras...
Essa reticência fugidia.
O vôo exala certeza,
apenas a folhagem úmida
encontrando amor.


Vanize Claussen

18/12/2017


COMIDA

Rúculas,
talvez trufas...
Horizonte infinito
onde o verso,
discreto,
come.
São mazelas perdidas,
flores escondidas
na sementeira do estômago
cheio de verdades.
Importam apenas colheres,
de azedinho fruta.
A beringela,
 abobrinha,
a cenourita...
Azedumes,
não mais.
Amargo na boca,
para que?
Se a comida saudável,
instável e feliz,
passeia alegre
dentro da cabeça.
Saudáveis ventos- flores,
cheios de cores,
seguindo viagem.
Ah! Tempo!
Preciso de alimento,
todos os dias,
de alma.

Vanize Claussen
11/02/2018


domingo, 10 de dezembro de 2017

TECIDO

Acertos,
soluções,
exaustão...
Divergências,
inteligência,
desgaste,
rotina...
Talvez,
espectral 
sentido
de movimento,
lamento,
novo experimento.
Nas dançantes
retirantes
centelhas de brisa,
lábios enxaguam
a tormenta lenta...
São facínoras,
repelidas
das entranhas
geridas
no arremate.
O tecido surrado,
já experimenta
o ferro quente.
Agora, 
jaz...
É apenas luz
onde nada 
pode atentar.
Somente o fogo,
na libertação 
embriagada,
salpica as estrelas
ondulando paz.
Assim,
dentro da embarcação
desgastada,
ruminam gotas
de água cristalina.
Agora,
somente viver
sem conter
liberdade.

Vanize Claussen
10/12/2017


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

TEMPO DA VIDA



O tempo é canção,
Coração de dentro,
Alma...
São varandas de ver

A clareza do amor.
A intenção,
Intensidade de carinho,
Cada vez maior.
A vida de minha vida,
Brotando espontânea
Na alma do tempo.
Menina flor
Com seu menino príncipe
Invadindo meu ser inteiro,
Numa poção mágica de cor.
Momento único,
Trajetória do criador,
Para toda família.
Espetáculo de sentir,
Na essência de ver,
O amor infinito,
Completando um ciclo,
Iniciando outro.
A vida, o tempo...
Movimento eterno,
Novas e saudáveis direções.
Conselho?
Nenhum...
Apenas 
o olhar vagando
Na busca de eternizar,
Dentro do tubo mágico,
A corrente do bem.
Filho de minha filha,
Seja bem vindo
Ao seio familiar.
Você é luz, amor...
Te amamos muito.
Caio, 
Cheio de alegria,
Vem trazendo
Nas pequenas mãozinhas,
O sabor doce da paz.
Gratidão pela sua vinda
Ao criador de tudo.

- Dedicado ao meu netinho Caio -

Vanize Claussen

25/10/2017








terça-feira, 15 de agosto de 2017

GÔSTO DE CAFÉ

É como se 
os pratos molhados,
solidificassem
as entranhas...
escorrendo assim,
as certezas.
O caminho nublado.
O caminhante,
ainda inquieto,
construindo sonhos doces.
O cortejo, enfim...
Casamento de ideais,
enluamento prateado,
colado ao pescoço do dedo.
Enquadramento,
porém,
as asas deles,
atentas,
voo individual,
lado a lado,
acontecendo real.
Os contornos exatos,
abertura plena,
toque infinito
de uma claridade:
estupenda,
umidificada.
Dantescos experimentais
enredos,
pinturas solidificadas
ainda inacabadas,
construções estruturais
seladas no olhar.
No passado,
montanhas íngremes
escorriam...
Agora,
planície,
saborosas realizações,
declarando corredeiras.
E nas intensas
subterrâneas águas mornas,
quase ferventes,
o saboroso
gôsto de café,
espumando na boca.

Vanize Claussen
15/08/2017


INTENSOS DE AMOR

Quero somente,
por favor,
um desenho
da cor de janeiro!
Seu corpo inteiro
de alma, pra mim!
Como se açucenas
inquietas
e borboletas infinitas
nos pousassem,
entrecortando,
voando...
em nossas breves 
almas afins.
Quero teu sorriso
dentro de minha essência
dissol-vento os terrores
anteriores.
Quero apenas estar,
sentir seu cheiro,
ficar ao lado,
leito branco de jasmim.
No aquecer das vírgulas,
nas reticências...
Quero na manhã
ver-te atento
ao tão longo
período de espera;
quero afagar-te
com o folego da loba,
dar-te a tranquilidade
da fênix ferroz
que mora em mim.
O extremo rumor,
que bate dentro...
tua vida na minha
para canções de finitude,
pois é tudo passageiro.
Vamos apenas renovar,
viver, beijar...
encontrar nas nossas almas
a essencialidade
que está além-matéria.
Que sejamos breves,
porém intensos e leves de amor,
por favor!

Vanize Claussen
7/8/2017


SUTILEZA

Soterro,
teu cheiro insano.
Deixo a maré subir
e olho o horizonte.
Os desejos,
 se foram
douradamente
como os passos na areia.
As águas,
nos sons prozaicos
do rock da vida,
elevam as casacas
jogando-as ao léu.
Olho e não vejo
tuas certezas.
Observo:
sabor de passado.
Agora,
somente o novo
contempla o velho instante,
de longe.
Aqueço-me
ao sol de brisa,
acerto as antenas,
recebo mensagens
e borboleteio
ao caos de teu intelecto
imperfeito.
Vagante na calmaria,
resolvo instantaneamente
passado mal resolvido.
Dissolvo,
aperto o passo e sigo,
abundantemente,
em frente.
Sou o leme,
o navio, 
as velas e o mar.
O que quero,
onde quero, 
vem me encontrar.
Relaxo e simplesmente
gozo nas entranhas
de minha alma ardente:
A SUTILEZA.

Vanize Claussen
25/07/2017



PRAIA ENCANTADA

O vento embala
e os cortes, as junções
vão entoando cores
dentro do universo,
discreto,
onde as ondas e maré,
importam menos,
agora.
Deixo-me levar...
Pelas estradas
de nuvens soltas,
onde a criança
no seu dom de sorrir,
eleva-me,
distrai meu pensamento
onde apenas a brisa
encanta as cordilheiras
da emoção.
O dourado da areia,
estremece a vida,
exalando paz.
vou construindo idéias,
soltando a imaginação
na fortaleza do tempo,
que, sem igual,
dissolve paisagens ruins
em boa esperança.
Novamente escrevo
pantufas líquidas,
onde a espuma
vai soltando versos.
E na imagem
de um vidro a esmo,
vou atraindo verdades,
resgatando certezas
em cactos passados.
O guarda-sol dos anseios
sai voando,
volatinando 
na praia encantada
dos sonhos.
Agora é brisa,
leveza,
hora das realizações.

Vanize Claussen
23/07/2017


BORBULHANTE

Sou colorência
de solturas fartas,
cantante de ondas,
linhas do imaginário
inquieto.
Pertenço aos versos,
palavras luares
e também as cores
fluorescentes,
latentes na alma!
Caminhante do tempo,
vou seguindo paisagens,
derramando colorido
nas impertencentes retinas.
Já não quero apenas 
goiabada,
mas desejo enqueijar-me
de certezas incertas,
onde os realces 
das luvas azuis,
cantam versos,
soltam rimas de sonhos.
E o doce
das asas das borboletas,
invadem,
semelhantemente,
qual brilhante
a alma pescadora
de idéias.
Borbulhante bebida,
adocicada,
que incendeia fortalezas,
trazendo imagens,
construindo escrita.
Onde tudo se consome,
junto, dentro
de um quadro vivo
de passagens interplanetárias.
Vagam e desembocam
na maré da fluência
do pensamento,
que comove, move...
Ah! Delícia de momento!

Vanize Claussen
21/07/2017


CAMINHOS

Em nossa existência, acontece ou não o interesse real sobre coisas ou pessoas, mas vezes apenas um interesse provisório.
Porém, sabemos que tudo aqui é provisório, um tempo...
Mas existe um liame de medida em tempo real de interesse, naquele momento, qual aciona uma máquina de emoções fadadas ao insucesso ou sucesso, dependendo da visão da persona que obtém a imagem.
Porque viver é um construir-se assemelhado a cacos inquietantes quebrados em tantos provisórios movimentos reais antigos.
E, para vivenciar novos momentos reais é necessário fortalecer-se, encontrar-se, saber-se, ver-se como num espelho a reflexão interior.
Na criação de um refletida a imagem de quem somos e buscamos ser, conseguimos a equação exata para a comunicação com outras equações reais, mesmo que seja o espelho colado de cacos.
A reflexão assemelha-se ao tempo de olhar a imagem refletida de nós para estarmos inteiros ao encontro de outros mundos.
Nossa vida reflete o que nas colheitas, muitas vezes insanas, armazenamos.
Nem sempre, durante o tempo previsto astralmente, evocamos o belo e lindo, mas dentro de toda essa emanação fluidificada de tempo, carregamos a imagem desses reflexos cristalizados, agrupados, engavetados na essência.
A quantificação já não importa, mas o mover-se adiante sim.
São centelhas, enxames, truculências, indefinições que moldam os passos abertos de nossas decisões.
Assim vamos, nesta construção indomável, através de anos físicos aqui, delimitando caminhos, escolhendo passagens e fortalecendo a seiva, aumentando assim o perfume: o nosso perfume.

Vanize Claussen
15/08/2017


Postagem em destaque

O CAMINHANTE