terça-feira, 15 de agosto de 2017

GÔSTO DE CAFÉ

É como se 
os pratos molhados,
solidificassem
as entranhas...
escorrendo assim,
as certezas.
O caminho nublado.
O caminhante,
ainda inquieto,
construindo sonhos doces.
O cortejo, enfim...
Casamento de ideais,
enluamento prateado,
colado ao pescoço do dedo.
Enquadramento,
porém,
as asas deles,
atentas,
voo individual,
lado a lado,
acontecendo real.
Os contornos exatos,
abertura plena,
toque infinito
de uma claridade:
estupenda,
umidificada.
Dantescos experimentais
enredos,
pinturas solidificadas
ainda inacabadas,
construções estruturais
seladas no olhar.
No passado,
montanhas íngremes
escorriam...
Agora,
planície,
saborosas realizações,
declarando corredeiras.
E nas intensas
subterrâneas águas mornas,
quase ferventes,
o saboroso
gôsto de café,
espumando na boca.

Vanize Claussen
15/08/2017


INTENSOS DE AMOR

Quero somente,
por favor,
um desenho
da cor de janeiro!
Seu corpo inteiro
de alma, pra mim!
Como se açucenas
inquietas
e borboletas infinitas
nos pousassem,
entrecortando,
voando...
em nossas breves 
almas afins.
Quero teu sorriso
dentro de minha essência
dissol-vento os terrores
anteriores.
Quero apenas estar,
sentir seu cheiro,
ficar ao lado,
leito branco de jasmim.
No aquecer das vírgulas,
nas reticências...
Quero na manhã
ver-te atento
ao tão longo
período de espera;
quero afagar-te
com o folego da loba,
dar-te a tranquilidade
da fênix ferroz
que mora em mim.
O extremo rumor,
que bate dentro...
tua vida na minha
para canções de finitude,
pois é tudo passageiro.
Vamos apenas renovar,
viver, beijar...
encontrar nas nossas almas
a essencialidade
que está além-matéria.
Que sejamos breves,
porém intensos e leves de amor,
por favor!

Vanize Claussen
7/8/2017


SUTILEZA

Soterro,
teu cheiro insano.
Deixo a maré subir
e olho o horizonte.
Os desejos,
 se foram
douradamente
como os passos na areia.
As águas,
nos sons prozaicos
do rock da vida,
elevam as casacas
jogando-as ao léu.
Olho e não vejo
tuas certezas.
Observo:
sabor de passado.
Agora,
somente o novo
contempla o velho instante,
de longe.
Aqueço-me
ao sol de brisa,
acerto as antenas,
recebo mensagens
e borboleteio
ao caos de teu intelecto
imperfeito.
Vagante na calmaria,
resolvo instantaneamente
passado mal resolvido.
Dissolvo,
aperto o passo e sigo,
abundantemente,
em frente.
Sou o leme,
o navio, 
as velas e o mar.
O que quero,
onde quero, 
vem me encontrar.
Relaxo e simplesmente
gozo nas entranhas
de minha alma ardente:
A SUTILEZA.

Vanize Claussen
25/07/2017



PRAIA ENCANTADA

O vento embala
e os cortes, as junções
vão entoando cores
dentro do universo,
discreto,
onde as ondas e maré,
importam menos,
agora.
Deixo-me levar...
Pelas estradas
de nuvens soltas,
onde a criança
no seu dom de sorrir,
eleva-me,
distrai meu pensamento
onde apenas a brisa
encanta as cordilheiras
da emoção.
O dourado da areia,
estremece a vida,
exalando paz.
vou construindo idéias,
soltando a imaginação
na fortaleza do tempo,
que, sem igual,
dissolve paisagens ruins
em boa esperança.
Novamente escrevo
pantufas líquidas,
onde a espuma
vai soltando versos.
E na imagem
de um vidro a esmo,
vou atraindo verdades,
resgatando certezas
em cactos passados.
O guarda-sol dos anseios
sai voando,
volatinando 
na praia encantada
dos sonhos.
Agora é brisa,
leveza,
hora das realizações.

Vanize Claussen
23/07/2017


BORBULHANTE

Sou colorência
de solturas fartas,
cantante de ondas,
linhas do imaginário
inquieto.
Pertenço aos versos,
palavras luares
e também as cores
fluorescentes,
latentes na alma!
Caminhante do tempo,
vou seguindo paisagens,
derramando colorido
nas impertencentes retinas.
Já não quero apenas 
goiabada,
mas desejo enqueijar-me
de certezas incertas,
onde os realces 
das luvas azuis,
cantam versos,
soltam rimas de sonhos.
E o doce
das asas das borboletas,
invadem,
semelhantemente,
qual brilhante
a alma pescadora
de idéias.
Borbulhante bebida,
adocicada,
que incendeia fortalezas,
trazendo imagens,
construindo escrita.
Onde tudo se consome,
junto, dentro
de um quadro vivo
de passagens interplanetárias.
Vagam e desembocam
na maré da fluência
do pensamento,
que comove, move...
Ah! Delícia de momento!

Vanize Claussen
21/07/2017


CAMINHOS

Em nossa existência, acontece ou não o interesse real sobre coisas ou pessoas, mas vezes apenas um interesse provisório.
Porém, sabemos que tudo aqui é provisório, um tempo...
Mas existe um liame de medida em tempo real de interesse, naquele momento, qual aciona uma máquina de emoções fadadas ao insucesso ou sucesso, dependendo da visão da persona que obtém a imagem.
Porque viver é um construir-se assemelhado a cacos inquietantes quebrados em tantos provisórios movimentos reais antigos.
E, para vivenciar novos momentos reais é necessário fortalecer-se, encontrar-se, saber-se, ver-se como num espelho a reflexão interior.
Na criação de um refletida a imagem de quem somos e buscamos ser, conseguimos a equação exata para a comunicação com outras equações reais, mesmo que seja o espelho colado de cacos.
A reflexão assemelha-se ao tempo de olhar a imagem refletida de nós para estarmos inteiros ao encontro de outros mundos.
Nossa vida reflete o que nas colheitas, muitas vezes insanas, armazenamos.
Nem sempre, durante o tempo previsto astralmente, evocamos o belo e lindo, mas dentro de toda essa emanação fluidificada de tempo, carregamos a imagem desses reflexos cristalizados, agrupados, engavetados na essência.
A quantificação já não importa, mas o mover-se adiante sim.
São centelhas, enxames, truculências, indefinições que moldam os passos abertos de nossas decisões.
Assim vamos, nesta construção indomável, através de anos físicos aqui, delimitando caminhos, escolhendo passagens e fortalecendo a seiva, aumentando assim o perfume: o nosso perfume.

Vanize Claussen
15/08/2017


sexta-feira, 21 de julho de 2017

ESSÊNCIA DE TODOS

Entre a vida e a morte,
entre dizeres e prazeres...
Quanto tempo faz?
São eloquentes passagens,
discretas,
as quais,
dentro de um tubo
ou voando 
numa tartaruga gigante,
sou semelhante ao pó,
como você.
Então, para que a pressa?
O tempo,
num realce das cores
vai pintando a vida.
Esconder?
Insanidade.
A percepção é a inteligência
da alma.
E nos longínquos
espaços perdidos
de despedidas insanas,
vou costurando a calma,
pois o que é virá 
e ficará presente,
vivo, serpenteando
o prazer do amor.
Ah! Para que chorar?
A fortaleza está viva.
Seguir em direção
ao vento dos sonhos
demonstra:
Não há limites
para a felicidade!
A idade, nem importa,
porque a brisa louca
das constelações eternas
vagueiam por dentro
da essência de todos.

Vanize Claussen
21/07/2017


terça-feira, 18 de julho de 2017

FELICIDADE

Felicidade é a forma eterna, inteira,
que esquenta...
Sabor "não sei de que"
que brilha,
como se fosse uma partícula,
o mundo explodindo...
O sonho enxágua o pensar
que grita de dor,
estremece...
O sentir faísca,
um vento doido que enlouquece
de tanto amar.
Atrégua é instante
que acaba,
o vento novamente sopra
e o amor se faz presença.

Vanize Claussen
(Livro: Eterno Olhar - 2012)


segunda-feira, 3 de julho de 2017

REALIZAÇÃO

Descrevo-me,
entre as flores e folhas,
cavalgando
no jardim das emoções,
os anseios sonhescos
que exalam,
dentro...
Oh! Certeza
da incerteza de ver
realizações proseantes,
aqui e ali!
Antevejo,
sorvo,
derramo algúrias
dos recônditos inquietos,
exalo perfume
das montanhas distantes,
vejo aquilo que está
além das especiarias indianas...
Observo...
ao redor apenas 
beijos de retalhos
em pedaços esquecidos.
Agora,
realizações exatas,
física perfeita,
química real,
inigualável perfeição
entre as folhas escritas
e cores na tela.
Ah! A tempestade passou!
Agora apenas brisa.

Vanize Claussen
03/07/2017


segunda-feira, 3 de abril de 2017

VIDA DA VIDA

Formosa altura,
no pensamento esvoaça...
A musicalidade ecoa
em ventania emudece,
rosto límpido,
semblante aberto,
coração livre.
A movimentação
apenas estilhaça
a vidraça nua
da alma quente.
Atentamente,
na rua,
esvoaçante o lenço,
no pescoço,
conta história de vida.
Cada tempo
uma esperança,
momento único.
São fatias,
e cada pedaço,
um espaço de luz.
Inebriante velocidade
vai tomando,
entornando a sagacidade
nas linhas escritas do amor,
de amar.
A vida da vida,
chegando perto.
Som...

Vanize Claussen
03/04/2017


sábado, 14 de janeiro de 2017

ESVOAÇAR

Hoje,
tempo de estar aqui.
Silêncio dentro,
onde as passarinhais
idéias de vento,
sobrevoam o pensamento.
Entumecida,
instigada,
buscando,
intenção de alma.
Muito depois,
antes,
durante,
apenas gratidão.
Olhar de sentir,
pulsar do olhar,
coração bate.
Esperar e seguir,
Os dedos no teclado,
formatando emoções,
intenções de sabores
provocados internamente.
Esvoaça a mente...
breve voar que descortina
alma que sobe atenta
e desce inteira.
Formas coloridas
esbranquiçadas e rápidas
temperando corpo,
imagem, espaço, tempo.
Além do arco-íris
seguindo....

Vanize Claussen
14/01/2017


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