terça-feira, 20 de setembro de 2016

QUERER INQUIETO

Solto-me,
absorvo alma
e encanto.
Vou goderando
vento,
temperamento,
brisa inquietante,
descortinada de luz
entranhas de útero,
ressurgindo,
aumentando,
solavanco,
e voltando...
São pensamentos,
verdades,
vontades,
saídas,
tesão.
Volátil experimento,
sedento,
partindo,
voltando,
com alegria,
coração.
Amor inquieto,
que sobrevoa
entoa canção.
E,
na leveza da brisa,
construção,
casa nova.
Cheiro de madeira,
alicerces fortes,
chegando,
 cantarolando,
invadindo,
abrindo comportas,
antes tortas,
agora leves.
Breve ruído,
acetinado,
lindo,
formigando luz.
Ah! Querer inquieto!
Vem ficar comigo!

Vanize Claussen
20/10/2016




sexta-feira, 16 de setembro de 2016

SALTO ALTO


O medo que te provoco,
 fascina e entontece,
de não saber 
onde e quando
 falar.
Mas a brisa da manhã
 aquece em pensamentos,
onde, nem sonhos
podem torturar
meu ser interior.
Seu salto eloquente
nas águas,
onde a idéia
veio a galope ,
te trouxe feridas,
que antes,
não tinhas na alma.
Agora, 
em meu salto alto,
ainda que despreze
a minha vida,
digo-te:
Sei que irá procurar-me.
E quando me achar,
se espantará,
por ser tarde.
Linda e alegre estarei,
bebendo os melhores 
vinhos,
e sendo apenas feliz
por ser quem sou
e estar de Salto Alto
na vida.

Vanize Claussen
06/07/2012


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

MOVIMENTOS


Como movimentos de plumas
São os momentos eternos
De um sonhador
Que experimenta o gosto,
Sabor vivo do amor,
Na presença singela
De toque e cores,
Como anjos que flutuam
No correr da vida.
Presença etérea e real,
Como se Deus falasse
Ao nosso ouvido canções.
Ah! É sentido de sentir
O abraçar do carinho do sol.

Vanize Claussen
31/08/2004



sexta-feira, 2 de setembro de 2016

MARÉ ABERTA

Condição,
fatores externos,
comunicação...
solto vento e vou,
o barco,
que aportava,
vai seguindo a maré.
As ondas,
esguias,
levantam o humor,
vão tropeçando água,
vão cantando ar.
As asas se aprontam,
se distraem,
e alçam acima céu
o horizonte infinito.
São ferozes alturas,
fugazes passagens,
vida acontecendo,
dentro.
Os entulhos,
perdidos 
ao profundo mar.
Agora é brisa,
volante voo,
cantante voz,
doce certeza,
felicidade,
paz.
Louca aventura,
que atrela as emendas
na tremenda esfera
terra de ser ar.

Vanize Claussen
02/07/2016



sexta-feira, 26 de agosto de 2016

FRAGRÂNCIA PERDIDA

Os rótulos
queimados e rotos,
envolviam
discrepâncias
de um ouvido surdo.
O que se dizia mudo,
alterava em palavras
visões de outrem,
fazendo imaginar
coisas de sua mente.
Insanamente,
num tom discreto,
colhia situações,
desenvolvia opções.
A noção perdida,
despida na sua
própria trama.
O desejo jogado,
fadado ao clima.
Tempo de não ver.
Incendiando,
entediado,
forçava esquecer.
mas a agulha,
palheiro inquieto,
o fazia ver, reviver.
O choro da perda,
imposição interrompida
da fragrância perdida.

Vanize Claussen
09/08/2016



segunda-feira, 8 de agosto de 2016

FORTALEZA INTUITIVA

Nas discordâncias da vida,
somos frutos
de um caminho,
onde idéias brotam
inteiramente
na mente,
realizando cores,
amores
que de uma vida
se encontram
mas não conseguem se unir.
Por enquanto...
Mas a imagem
entontece,
pelo grau da graça,
uma luz envolve
e traz a tona
a verdade.
Iluminação em imagens,
que do amor,
acontecendo,
mesmo longe,
fortalece a alma
e desvanece
em brisa, luz
e ação física.
Mais cedo ou tarde,
acontecerá,
tremulo,
em bases de pedra,
que da rocha 
amplia a paisagem
à uma vida praiana,
à uma vida serrana.
Fortaleza intuitiva
de mensagem divinal
que transcorre
em minhas mãos,
numa forma de luz,
vibrante de certeza
que o que lá habita
aqui também está.

Vanize Claussen
13/02/2013




quarta-feira, 3 de agosto de 2016

VIBRAÇÃO

Hoje,
desatino as corredeiras do tempo,
invoco entoações distantes
de brisa, céu e mar,
cantando discretos ensejos
de permanência indescritível,
na descomunal
impermanência de tudo.
Os raios azuis cintilantes,
regressam em versos
ao plasmático mundo
das minhocas cerebrais inquietas.
Dissolvo as crisálidas
das espessas nuvens
que descobertam a vida,
onde à deriva se foi
estonteante, cantante,
num factual solfejo
de palavrinhas soltas.
Ah! Tempero insano!
Onde o espaço profundo
segue segundos, desejos
de correr e parar,
olhar e divagar,
expandir na complacência
dessa ausência inquietante
as solturas onduladas
da alma vibracional
encantando o prazer,
rubra de contemplação.
E, nos meios,
nos anseios de estar,
descortinando a água,
o corpo quente,
nos fractais desenhados,
revivo a placenta,
intensamente renovo
o olhar da eternidade,
o sabor das uvas,
que dos vinhedos,
perfume trazem,
catarse-ando o amor.
Olho e vejo.

Vanize Claussen
19/03/2016


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