sexta-feira, 17 de junho de 2016

PARA SEMPRE

O vinho entontece,
dissolvendo algúrias,
sinais afins,
construindo formatos,
novas elucidações,
numa arte intensa,
sem limites.
São pedaços,
pedras,
rosas, 
flores azuis,
descortinando amores,
amor e tempo.
A imagem in-medida,
de um parâmetro irreal,
escondido,
para muitos.
Evolução,
certeza de continuidade,
incerteza da verdade,
mas consciente,
ausente x presente,
onde nem ventania,
nem chuva 
pode dispersar
ou apagar.
Sem lamentações,
somente viver,
momento,
sentir e ir embora,
apesar de,
para sempre estarei.

Vanize Claussen
17/06/2016





O TOQUE DO CARINHO

A liberdade
me acariciando a alma,
vai tomando,
dentre o lindo amanhecer,
a floração instantânea
do ato de viver.
São detalhes,
memórias,
lamentos,
talvez,
de um dia,
muito atrás,
ter esquecido de viver,
talvez: o amor.
Mas tudo se renova,
sempre,
como a Fênix.
São translúcidos
movimentos,
interiores,
renovando passagem,
recriando a infância,
a pureza de alma.
O toque do carinho,
vai dentro,
vai nascendo,
dia a dia,
numa vibração real,
da irrealidade
que nos percorre.
São os rais de sol,
os cabelos jogados,
os passarinhos cantantes,
a névoa gelada,
a vegetação natural, 
o musgo na pedra...
Quantas alegrias!
Quantos olhares!
O coração vibrante
apenas sente,
recebe e chora.

Vanize Claussen
17/06/2016

quarta-feira, 15 de junho de 2016

SURTOS LOUCOS


O olhar, 
pérola dos sentidos,
entontece,
enobrece
quando chega devagar
ao coração.
Tanto tempo,
tanta espera,
e agora tua lua, nua.
Olhando não sei o quê!
Paisagem perfeita,
a minha pele na tua.
Somente o Criador,
na sua certeza,
poderia permitir
tal façanha.
Ah! Tudo vai,
tudo vem...
E além mar,
estarei esperando
suas notícias.
O cortejo,
faz tempo,
se foi.
Agora,
enevoada espera,
que outrora,
viva,
somente escuta,
nas gavetas interiores,
os sentimentos remexidos,
disfarçados,
esquecidos,
enfeitiçados,
congelados ao fundo,
atrás do mundo.
E o olhar,
quente,
estarrecido,
perdido,
discordando a vibração
cantante do coração,
se foi,
estagnou,
parou nas diversas,
reversas,
fronteiras das amantes,
infinitamente muitas.
Retalhos em cada uma:
corda frouxa,
sapato aberto,
meia que não 
esquenta os pés,
retrato perdido.
Profundidade,
talvez um tico aqui,
outro ali,
de passagem,
apenas experimentar gostos.
Assim segue ainda,
pés descalços de pudor,
envolvendo,
prometendo,
embriagado de paixão,
nesta terra que 
não lhe pertence,
apenas o espera 
na hora fatal.
São truncados dias,
nublados perfumes,
mulheres carentes,
que lhe cabem.
Assim os dias,
nas estações perdidas,
de trabalho,
de vida,
retratam seu envolvimento,
cruel estágio sangrento,
que toca alma alheia,
sem lhe querer ficar.
Assim será seu destino,
que prometendo,
sem cumprir,
enganou-se a si mesmo,
dentro de seu funil 
de existência.
Pede clemência!
Deus,
por sua misericórdia,
irá te ouvir,
ou não.
Se existe retorno,
cuidado,
mais além,
depois do véu,
a cortina se abrirá.
Verá os surtos loucos,
provocados pela sua boca,
acariciando a minha.

Vanize Claussen
15/06/2016



segunda-feira, 13 de junho de 2016

TERRA É SEMPRE TERRA




Reticências que,
atraídas,
por parênteses,
me levaram 
a interrogação.
Somente a exclamação,
me restou,
enevoada de dois pontos,
que correndo ao encontro
das aspas,
perguntou:
Não está na hora 
de um ponto final?
E lateralmente,
a vírgula,
competindo com o ponto,
acabou sintonizando
nas estação musical
onde, 
os dois,
transformaram-se
e o ponto e vírgula
se formou.
Ninguém escapou,
depois do acontecido,
parecendo que o amor,
depois da interrogação
era um ponto final.
Mas não era,
estava apenas começando
a dizer dentro da alma
que mudanças acontecem,
e nos trazem calma.
Agora...esperar?
Continuar, talvez;
voltar, jamais.
O que está escrito,
vai ficando,
e o que está partido,
só por graça divina,
pode retornar.
Até que a morte nos separe.
Terra é sempre terra.

Vanize Claussen
13/06/2016



AINDA ASSIM, PASSO

No canto esquerdo,
teu olhar sobrevoa o meu,
discorrendo em gotas,
as mais belas canções,
que outrora,
enevoando meus anseios,
descortinava a mulher
que habita-me.
As gotículas encantadas,
são jogadas à terra,
transformando-se,
cristalizando-se,
no amor que habita em nós.
A distância,
sem cobrança,
sem temor,
sem promessa..
sem pressa de chegar.
Apenas ali,
observando,
vagamente,
o olhar enevoado
de água cristalina,
a percorrer, fugaz,
minhas cochas,
meus seios,
minha saliva louca,
que te procurava (insana)...
Agora jaz,
nas cortinas das montanhas,
no avião que sobe,
na brisa quente 
de um corpo homem,
que me aquece.
A viagem leva-me
e desenlaça a fêmea felina
que habita-me.
Sou apenas brisa,
força, caos, vento,
tempestade, criação...
Purifico-me,
desfazendo os nós,
dissolvendo perspectivas
e alterando caminho.
Em frente,
criador, criatura, 
sonhos a realizar.
Plasmo e recebo a Gratidão.
Sou feita de flores,
cores e paixão,
sou apenas essa louca luz,
(as vezes devassa),
disfarçada de vermelho.
Uma linha, apenas...azul.
Construção de longas vidas,
que agora,
apenas devolve o êxtase,
na proporção da imagem.
Passo e finge não ver,
ainda assim, passo,
sem medo de perder
quem nunca tive.
Amar vai além mares,
depois das casas,
dos lares.
Amar é um passo,
distraído,
de um olhar cantante de luz.
Ainda assim, passo,
passo a passo,
por não ver em tua força,
a força que estava em mim.
A mulher que te amou,
tão profundamente,
perdendo-se e que agora,
encontra-se experiente,
intocável e seguramente seca
para amar novamente.
Espero o tempo da semente,
renascer acontece sempre,
a brotação está chegando,
já vejo flores no caminho,
se encontrando às minhas flores.
Intimamente, floresço,
já sei onde quero ir.

Vanize Claussen
13/06/2016




domingo, 12 de junho de 2016

PRESENÇA

Não peça a enamorar-me por ti, 
Se não podes enamorar-te por mim. 
Então enamore-me, se podes, 
inteiramente dentro e fora, 
E que nas pequenas pétalas de rosas,  
esguichem versos de alma à alma.
Assim sendo, 
estaremos inteiros 
na profundidade de estar presente, 
Presença um para o outro.


Vanize Claussen
12/06/2015



segunda-feira, 11 de abril de 2016

FLORAÇÃO

A floração,
dentro,
aquece sentidos.
Ver é estação.
Sobrevoa a luz,
transformação.
Imagens,
brilhos,
água,
cores.
Sorrateiramente
invadindo a canção.
Céu-azul-colorido,
vento à proa,
rosto sedento
de imagens,
tempo paralisado.
Os contornos
da montanha,
paisagem delineada,
memória calada.
Momento único,
sentidos aguçados,
lembrança real
para o agora.
Esperança,
mudança breve,
nas entranhas 
corporais e espirituais.
Ação da criação.
Alegria de visão,
contentamento.

Vanize Claussen
09/04/2016


quinta-feira, 7 de abril de 2016

TRANSPARÊNCIA

Vento, folha, céu e mar...
Tudo isso provocando
uma extensão de mim.
Verdade intensa
numa paisagem
co- criadora do que sou.
Voo além do céu,
que incendeia,
incandesce,
acalma e liberta,
a alma
de tantos anseios.
Além daqui,
dimensões infinitas
aguardando o recolhimento.
Saltam desejos
de amar,
viagem de cores
pululando imagens,
perdidas,
querendo mais.
E na busca constante,
vamos dissolvendo cantares
em olhares de alma.
Transparência de luz.

Vanize Claussen
28/06/2011


COMPOSIÇÃO DE IDÉIAS

Burburinho,
frases soltas,
sons perdidos,
lentos...
Tão distante e perto,
indo além 
do que penso 
ou sei.
Imensidade de pensamentos,
ressaltam imagens,
pedaços articulados
da infância.
Gratidão e mensagens
que invocam certezas,
peças,
 de um quebra-cabeça,
infinito,
eterno.
E a visão? E depois?
Onde estaremos?
Detalhes apenas
de corpos no mundo,
aprendendo,
ensinando,
descobrindo mistérios.
Composição de idéias
que retornam
há um presente longe...
passando,
os olhos observam,
ouvidos atentos,
ruminando.

Vanize Claussen
28/06/2011


FASCÍNIO

Nada me prende,
tudo me fascina.
Sou andarilha da vida
e vou sair, 
voar
sobre a rotina,
descobrir o mundo
na viagem,
abstraindo do bem
para amar.
Apenas buscando,
 incessantemente,
a resposta.
Proposta tentadora
de construção,
parte em terra,
outra ar.
Culminância,
história,
certeza de encontrar,
fascínio de viver.

Vanize Claussen
28/06/2011


terça-feira, 8 de março de 2016

RETRATO

Solto-me,
disfarço o traço,
fotografo a vida,
percorrendo o tempo.
Dissolvo,
retrato,
paisagem,
contentamento...
Sorvo o vento,
dentro,
alma purificada,
mergulhada,
água salgada.
Contínua imagem,
fotografia paralisada,
tempo, templo,
passagem.
Movimento interno,
externo recado,
traço leve,
solto,
intenso,
para sempre
volitante de luz,
brilhante de paz.
Vida,
consciência,
temor, tremor,
latente amparo,
ação divinal,
restauração.
Parada,
caminho,
presença,
DEUS.
Gratidão.

Vanize Claussen
08/03/2016



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