sábado, 8 de agosto de 2015

RETRATO

Os ruídos expiram, 
espassam,
espessas nuvens 
ao chão. 
Os rumores esguios, 
refrescam,
restauram,
águas claras,
intactas corredeiras. 
A visão humorista 
propaga, 
perdula,
penteia inexatidão. 
A clareira afoga, 
refoga,
retrato de uma paixão,
pendente, 
descrente,
na ilusão latente 
do olho cumprido,
escorregadio de sua mão. 
Um retrato perdido, 
esquecido, 
inconstante, 
incomodado
com minha leve visão. 
Até breve homenzinho... 
fui saindo de mansinho 
dessa sua rotação.
Que horas vai acordar? 
Talvez eu tenha um palpite...
Na hora da despedida 
de sua alma gêmea aqui. 
Até breve irmãozinho, 
tenha certeza que além 
vamos entender tudo isso,
que jaz na memória discreta 
dessa mulher poeta.

Vanize Claussen 
08/08/2015



MODIFICAÇÕES TEMPORAIS

Tudo paralisou,
escorreu entre os dedos,
nas entranhas do coração.
Tudo modificou,
expandiu,
diminuiu,
entortou,
dissolveu em migalhas,
daquelas que transformam,
expalham,
extraem de dentro
as experiências das emoções,
entre espinhos e abrolhos,
vão desmistificando os encontros e encantos,
e apenas sobram escolhas ,
aquelas que revigoram a alma.
Sorrateiramente escuto
as dores interiores
que ninguém vê,
só a luz da vida
pode dissolver a espessura
dos registros de vivências.
A natureza exalando,
me chamando,
me querendo inteira.
Vou sobrevivendo,
sobrevoando
as diferenças que aumentam
essa distância de carinho.
Preciso recarregar a alma,
o tempo passa...
Nada acontece por acaso.
Estou à deriva,
discorrendo palavras
numa intuição de que
tudo que preciso
também precisa de mim
e está vindo em minha direção.
A solução é esperar.

Vanize Claussen
08/08/2015

sábado, 1 de agosto de 2015

ALMA PASSEANTE

Das surpresas,
desatados os fios,
os nós, 
seguindo o som,
do chorinho carnavalesco,
transbordando estrelas,
observando botões amarelos,
a vida segue boa
nesse feriado completo.
E, discretamente,
resolvendo andores
de passarinhadas lembranças...
Restaurando internas,
inteiramente,
na vaguitude dos traços
o compasso do retorno.
O foco retrata 
a paisagem verde
que renasce dentro,
nas entrelinhas pensamentais.
A água observadora inquieta,
continua seguindo o fluxo.
Ah! Tempo ligeiro,
que faz meu amor demorar!
Traz para mim esse beijo
que anestesia musicalmente
a minha alma passeante,
andante de vida!

Vanize  Claussen
15/02/2015

sexta-feira, 31 de julho de 2015

PASSANDO

Tudo passa nessa vida,
passadeira,
passaralho,
passarinho,
passageiro,
passa quatro...

E tudo vai passando
em revoada de luz...
Até ferro passa roupa!
Quem diria então,
que a água não vai passando?


Tudo passa,

as vezes repassa,
transpassa
em momentos instantâneos
em movimentos presentes.


Nem o tempo,

nem mesmo o espaço,
podem impedir que passe,
o enlace num instante,
os segundos da vida,
de passagem por aqui.


Vamos passar então!

Desfiando nossos sonhos,
desfilando as idéias
e desatando o amor
num fomento de alegria.


Beijos, fui...

estou só passando.


Vanize Claussen

14/02/2015

ESTRELAS

Choques...
dissolvidos numa verdade,
insana, profana
de apenas viver,
deixar ir
para que venha...
Apenas,
sentir...
ao longe,
o vento,
o canto dos passarinhos
amanhecendo,
dentro.
Os sons realizantes
no cantar estonteante
de prosseguir,
sem medo...
apenas seguir em frente,
olhando estrelas.


Vanize Claussen

06/12/2014

IMPLACÁVEL

O gosto do sol
amanheceu o dia,
trazendo fortalezas invisíveis
e pensamentos realizadores.
O discreto ventar
acalora o corpo
da brisa quente da manhã.
São os primeiros momentos
habitantes da alma que acorda.
A claridade invade,
casa a dentro adentra
soltando raios de amanhecer.
A imaginação aflora  
dissolvendo ranhuras
das paredes mentais,
entrecortando fórmulas,
antes ditadas,
numa resolução definitiva.
Não há contradições,
mas uma certeza
que as amarelas paisagens
ficaram para traz.
Agora, o som passarinhal,
junto aos latidos,
nesta manhã de domingo,
em setembro,
soltam-me, tecem-me,
amortecem as entranhas
do meu amor...
e passam percebidos
no ressurgimento,
de passos firmes vou.
E assim, cantando,
vou navegando a vida
esperando a data incrível
que serei a rainha do amor,
implacável, impecável.
O vento não machucará,
a mente não mais reverterá.
Seremos uníssonos
no amor e na arte de amar.

Vanize Claussen
14/09/2014



SENTIDO

Hoje,
a estampa do tempo,
traz a brisa
do nevoeiro chegando.
Minha alma
sobrevoando a vida,
dissolve temores,
antes contidos.
Não tenho pressa
mas não arrasto tempo.
A solução acontece,
gradativamente,
no elemento inquieto
do coração apertado.
Solvendo as flores,
que entregues foram,
recebo rosas vermelhas
de teu amor inquieto,
mas perfeito para mim...
E a poesia vai saindo,
caminhando na estrada,
inquietando outros corações,
acalmando afins,
acalentando almas,
num abraço imparcial,
virtual e humano.
Assim o tempo grita
soltando pétalas da vida
nos momentos de amor.
Assim a rosa exala
o perfume do teu cheiro flor,
em mim.
Nasce agora a esperança,
no sentido de passagem,
aqui.

Vanize Claussen
12/09/2014

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