sexta-feira, 31 de julho de 2015

PASSANDO

Tudo passa nessa vida,
passadeira,
passaralho,
passarinho,
passageiro,
passa quatro...

E tudo vai passando
em revoada de luz...
Até ferro passa roupa!
Quem diria então,
que a água não vai passando?


Tudo passa,

as vezes repassa,
transpassa
em momentos instantâneos
em movimentos presentes.


Nem o tempo,

nem mesmo o espaço,
podem impedir que passe,
o enlace num instante,
os segundos da vida,
de passagem por aqui.


Vamos passar então!

Desfiando nossos sonhos,
desfilando as idéias
e desatando o amor
num fomento de alegria.


Beijos, fui...

estou só passando.


Vanize Claussen

14/02/2015

ESTRELAS

Choques...
dissolvidos numa verdade,
insana, profana
de apenas viver,
deixar ir
para que venha...
Apenas,
sentir...
ao longe,
o vento,
o canto dos passarinhos
amanhecendo,
dentro.
Os sons realizantes
no cantar estonteante
de prosseguir,
sem medo...
apenas seguir em frente,
olhando estrelas.


Vanize Claussen

06/12/2014

IMPLACÁVEL

O gosto do sol
amanheceu o dia,
trazendo fortalezas invisíveis
e pensamentos realizadores.
O discreto ventar
acalora o corpo
da brisa quente da manhã.
São os primeiros momentos
habitantes da alma que acorda.
A claridade invade,
casa a dentro adentra
soltando raios de amanhecer.
A imaginação aflora  
dissolvendo ranhuras
das paredes mentais,
entrecortando fórmulas,
antes ditadas,
numa resolução definitiva.
Não há contradições,
mas uma certeza
que as amarelas paisagens
ficaram para traz.
Agora, o som passarinhal,
junto aos latidos,
nesta manhã de domingo,
em setembro,
soltam-me, tecem-me,
amortecem as entranhas
do meu amor...
e passam percebidos
no ressurgimento,
de passos firmes vou.
E assim, cantando,
vou navegando a vida
esperando a data incrível
que serei a rainha do amor,
implacável, impecável.
O vento não machucará,
a mente não mais reverterá.
Seremos uníssonos
no amor e na arte de amar.

Vanize Claussen
14/09/2014



SENTIDO

Hoje,
a estampa do tempo,
traz a brisa
do nevoeiro chegando.
Minha alma
sobrevoando a vida,
dissolve temores,
antes contidos.
Não tenho pressa
mas não arrasto tempo.
A solução acontece,
gradativamente,
no elemento inquieto
do coração apertado.
Solvendo as flores,
que entregues foram,
recebo rosas vermelhas
de teu amor inquieto,
mas perfeito para mim...
E a poesia vai saindo,
caminhando na estrada,
inquietando outros corações,
acalmando afins,
acalentando almas,
num abraço imparcial,
virtual e humano.
Assim o tempo grita
soltando pétalas da vida
nos momentos de amor.
Assim a rosa exala
o perfume do teu cheiro flor,
em mim.
Nasce agora a esperança,
no sentido de passagem,
aqui.

Vanize Claussen
12/09/2014

terça-feira, 30 de junho de 2015

ASAS

O barco está na margem, 
onde a claridade se instalou em brisa leve.
O dia caminha
encantos jamais experimentados antes.
São os feixes do horizonte
que vão se abrindo em névoa
 prateada e dissolvendo 
os murmúrios inquietos da noite.
Os passos úmidos desenlaçam 
as corredeiras e solfejam 
inquietos andarilhos 
pela manhã de inverno, 
entoando aquecidos
 dentro de uma espessa bota preta. 
Caminham em direção
a grande queda da cachoeira,
onde se encontram poucos turistas 
e ninguém ao menos percebe aquele 
ser inquieto que caminha apressadamente.
O dia ainda rompe irritadiço 
pelo pulsar do horizonte que lhe atrela,
 mas levemente o sol 
vai entoando seu espetáculo para todos.
As grades que estão bloqueando,
apenas deslisam pelo vácuo interno.
as asas se abrem
e o voo acontece.

Vanize Claussen
30/06/2015

sábado, 27 de junho de 2015

APENAS FLOR

Estou à deriva,

desencadeando latas vazias,

e abrindo espaço em mim.

Sou configuração certa,

descartando colheitas erradas,

apenas estou seguindo o rumo

de preparação do amor.

Ah! O amor,

que tantos querem viver,

e tantos dissolvem ao ter!

O amor bendito,

o amor escrito pelas estrelas,

na alma dos sensíveis.

Quanta sedução, alguns!

Quanta distração, outros!

Mas a destreza de olhar,

na eternidade alma de ser,

faz-me abrir as entranhas

do caminho interior.

Sinto-me afagada,

lavada, revestida,

situada na luz 

da essência de ser,

apenas flor.




27/ 06/2015

domingo, 31 de maio de 2015

CLARIDADE

Entrei no vagão do limite, 
Joguei as redes ao chão, 
Deitei no ar das idéias
E  caminhei sobre o ar. 
Dissolvi das entranhas
Insoluções vagarosas
E renovei o armário
Cantando flores. 
Apenas olhei o infinito, 
Percebendo-me nua. 
A rua petrificada, 
Imaginando versos, 
Sem lamentos. 
As cores invadiram, 
As janelas respiram
E  o vento levou os espinhos.
Agora, 
Os versos boiam na luz, 
Engravidando correnteza, 
Indo além dos trilhos. 
Solturas sem medo,  
Com, apenas, relevância 
Em si mesmo,  na música. 
Ah!  Quanta claridade!


Vanize Claussen 
31/05/2015



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