domingo, 28 de outubro de 2012

A TELA


Me deixo levar
nas águas da imaginação,
procurando não conter
as palavras que percebo.
Deixo fluir de mim
tudo aquilo que sou.
Sou vento, terra,
água e sol...
A cortina se abre
no espetáculo do que sou.
Percebo as linhas,
já não são mais confusas,
se dissolvem de alegria
pelo encontro de si mesma.
O céu se abre em versos
onde acontece,
na tomada do tempo,
a tempestade de idéias.
A criação vem a galope
e fazer já se torna
algo visível e palpável.
 Posso sentir
a imaginação
se transformando
em realidade,
basta apenas experimentar
o gosto do prazer
nas cores reluzentes
tombadas na tela.
O amor acontece
e somos feitos um do outro.
Elemento por elemento
se misturando em tintas
num quadro sem mistura.
A composição transforma,
num leve movimento,
toda caminhada de uma vida.
Agora é o prazer de pintar
E ser completamente feliz.

Vanize Claussen 
01/11/2010



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

PAIXÃO & AMOR


A paixão arde,

Sufoca, queima.

O amor acalma,

Esquenta, aproxima.

Quando apaixonados

Somos flecha suicida do amor,

Quando amando

Somos fogo interior de vida,

Onde nada abala.

A paixão nos desatina,

deprime, transforma...

Algo desconhecido, fora de controle.

Não enxergamos, a não ser,

Nosso alvo.

O amor sustenta,

Mesmo na distância,

Como a flor que não se importa

Com o frio do inverno.

A paixão quer mais,

Se não tiver, se irrita.

O amor fica em paz por amar,

 Não se detém em porta alguma,

Vai passando de fininho,

Devagar vai chegando.

A paixão arrasa, desaba, destrói

O que vê pela frente,

Enquanto não realiza seu fomento.

O amor nos salva, liberta as impurezas, traz felicidade.

Mesmo sem ter o que almeja.

Paixão e amor,

Sentimentos contrários,

Destinados a fins diferentes

E sobreviventes da humanidade até hoje.

12/06/2012

Vanize C. Corradini

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

TRANSBORDAR




Mulheres,
homens,
Vegetais ou não,
São simples,
Matéria viva
Que transbordam
Do outro lado
do ar...
       doar...
              do ar...
                     doar...

Vanize Claussen

CHUVA




Dentro
dos
meus
olhos existe
uma chuva,
que aguenta
com ela mesma
por que
existe.

Vanize Claussen

(Este Haicai faz parte da Agenda 2013 All Print Editora)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A OBRA


Vejo sobre a tela
A incerteza protagonista
Do amor,
Onde pedaços se rompem,
Cruzam e libertam
Profundezas da alma.
Nas curvas velozes
São injetadas cores,
Milhares delas fluem
Na superfície texturizada,
Formando poderosa proteção
De uma alma que reluz.
Ambiente gracificado, 
Resplandecido de êxtase,
Obra repleta, iluminada
De sabor com pedaços
Do lixo urbano,
Numa aventura,
Indescritível,
De música,
Como se cantasse.

Vanize Claussen Corradini

(Poesia dedicada a exposição dos trabalhos dos irmãos campana – CCBB/RJ 17/03/2012)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

EXPERIMENTAR

Experimento, 
tempo de chuva, 
calor das cobertas, 
risos na vizinhança... 
Música sertaneja fora do quarto,
 filha no computador. 
Mãe enrolada nas cobertas, absorta, 
as vozes da televisão.
 Água caindo forte, 
carros passando na rua. 
No aconchego do lar,
 na cama, escrevo, 
dissolvo palavras que me vêm a mente. 
Chá quente ao meu lado,
 na mesa de cabeceira,
 anestesia minha vontade
 de experimentar estrelas neste poema. 

 Vanize Claussen
 17/03/2012

ESCREVO

Na verdade escrevo, 
com alma, 
a calma que percebo da vida, 
nos deslizares do amor; 
o que recrio na forma 
de fazer poemas
 e encher o íntimo, 
soltando linhas
 buscando coração.
 Escrevo apenas,
 como canção.

 Vanize C. Corradini 17/03/2012

PERCEPÇÃO

Que eu encontre em você, 
mesmo na distância, 
na epiderme de alma,
 as linhas deste poema. 
E quando me fala em ‘calma’
 que seja arrebatador
 o pulsar do gozo, 
que anestesia meu corpo.
 Que seja leve o sopro
 no sonho da vida, 
mas que intenso fique
 em nossa percepção. 

Vanize Claussen 
 17/03/2012

SEDE

As folhas secas,
 os passos largos
 e a certeza do afago, 
e o calor do sol.
 Na floresta o poço, 
lugar de querer ficar a banhar-se, 
onde borboletas
 irradiam asas voadoras
 num colorido mágico,
 e o brilho reflete
 a luz do dia
 num poema vivo
 da água a molhar meu corpo, 
sedento, 
de natureza. 

Vanize Claussen
 17/03/2012

Cachoeira dos Frades - Teresópolis/RJ

HUMANO INTANGÍVEL

Como música, 
existe o toque, 
aquele que exala, 
expande a alma
 ao universo íntimo.
 Apena há encontro,
 onde, 
sem interferência, 
se deixa abstrair 
para a viagem profunda.
 Ah! Esse céu de imagens! 
Tudo transformando-se 
 e rapidamente evoluindo! 
O passo foi dado,
 fortificando ossos da imaginação,
 onde tudo é extremamente sagrado,
 e, o toque da criação nos transforma
 e acalanta em seu colo, 
para fluir no som profundo
 da imagem intangível de ser humano. 

 Vanize Claussen 
06/10/2012

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