quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PAISAGEM


Deito-me para amorenar
minha casca espiritual.
A natureza canta,
encanta com variados sons.
e no habitat dos animais,
encontro-me.
Sinto a variação
dos elementos coloridos
e a calma das águas.
Percebo meu corpo
envolvido na luz natural...
Busco espaço para encontrar,
naturalmente e
devolvo ao meu pensamento
a tranquilidade
ao meu olhar.
Contínua busca eternizada
em movimentos instantâneos
e fortalecida nesta paisagem.
25/05/2012
Vanize C. Corradini

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

VÁCUO



Quero ter a visão da águia,
que em seu alto voo
busca o ninho mais precioso.
Quero estar livre de barreiras
e soterrar o que incomoda minh’alma.
Quero voar, libertar a emoção
e viver um amor sem limites.
Quero na profunda sabedoria
encontrar o verdadeiro anjo do amor,
que exala sinceridade
e fale a mesma linguagem.
Quero dormir tranquila
e ao seu lado sentir pura presença,
exalando luz e paz.
Quero uma alma que me aqueça
e em minha intimidade ser melhor.
Quero cabalisticamente encontrar esta parte
Separada de mim e m e unir,
em harmonia transcendental.
E nessa busca constante,
encontro e percebo:
- Os anjos de cima somente nos livram.
Sou grata, graciosamente feliz,
por livramentos intangíveis
e por curas inexplicáveis.
Agradeço a verdade que aparece,
Mesmo no desagrado de corroer meu coração,
já amando.
Agradeço pela vida, pela paz,
pelo vácuo que me faz olhar além de mim.
Vanize Claussen 18/06/12

LÍNGUA


                                                                          
Língua que fala e fere
É língua que não tem pudor
É felina, astuta e mata,
É língua que não tem amor.
Quer dizer, porém não diz,
Apenas se contradiz
No espetáculo que é falar
De qualquer maneira
Sem se importar.
E assim a língua assusta,
Afasta, atrapalha a convivência
E nos deixa sem clemência.
Mas o que fala a língua
Pode também ser de paz
E aumentar a auto-estima
Cada vez mais,
Só depende do coração
E da língua que tem emoção.

VANIZE CLAUSSEN CORRADINI
               21/07/2007

ÁGUAS DA IMAGINAÇÃO



Preciso estar em meu quarto,
sob o retrato
vivificado de amor.
Não posso
esconder-me do tempo,
nem ter um lamento,
apenas preciso cantar,
traçar letras no espaço
e sideralizar o tormento
de imagens distorcidas,
mas que sairão limpas
no sabor de teu beijo.
Teu afago em meu corpo
anestesia minha alma, e,
me faz lembrar
A esperança do amor.
Assim vou cantando
este movimento interno,
deixando falar,
me debulho de imagens,
me visto de palavras
e caminho sobre
águas da imaginação
ardida e quente,
como fogo,
incendiando o coração.
O amor nascendo,
num simples instante.

Vanize Claussen 05/08/2012

VENTO


Se meu voo fosse igual
a pipa que voa,
estaria voando
ao seu encontro
na esperança,
de mais uma vez,
ser chamada
a enamora-me de ti.
Mas a vida não espera,
corre alerta à todos os lados e,
desse jeito,
vamos trabalhando
na correria do vai e vem,
onde em pequenos momentos,
nos encontramos,
nos entorpecemos do amor.
Criador, criatura,
na faminta de arte
de amar e do amor.
Espetáculo de vida,
onde desabrocha a união
do amor mais puro!
E na rabiola balançando,
o espetáculo do encontro
entre céu e terra,
entre azul e mar,
na procura desesperada
do encontro fortuito
entre nuvens espaçadas
no vento de si mesmo.
Pregadores no varal,
balançando,
o telhado envidraçado
na busca de ver
e com clareza escolher:
fonte de iluminação,
paz, envolvente espaço
onde tudo é perfeito.

Vanize Claussen 

31/10/2010

domingo, 25 de novembro de 2012

CAMINHO DO MEIO



Saboreando a vida,
vou seguindo,
prestando atenção
a cada riso, cada som,
cada espetáculo
de pedaço de chão,
espaço de pessoas vivendo,
onde números, vozes,
andares, jogos, bonés,
damas e movimentos
de botão de mesa,
vão absorvendo
meu tempo de ver
os ensinamentos da vida,
que brotam na experiência
de busca constante,
expressão de vida,
onde tudo e nada
são a mesma coisa,
onde criança e adulto
se encontram
e o caminho do meio,
acontece.
Vanize Claussen 13/07/12

AZEDUME



Hoje o dia está com gosto
de fruta azeda,
e o amargo
soa como um estrondo
no coração...
Mas a consistência
é de aprendizado,
daqueles que metem medo,
mas fazem acontecer
a grande virada da vida.
E, nesse azedume,
estabeleço o fio do amor,
apesar do tombo,
sinto-me fortalecida,
espiritualmente em paz.
Rompeu-se a mentira
e instalou-se a verdade,
num turbilhão de imagens,
tão grandes, que tudo
vai passando devagar e, 
a força interior aumenta
profusamente, pacificamente,
restaurando todo meu ser vivo.
Vanize Claussen 18/06/12

VIDA


 O momento é de espera
que desespera e lateja,
faz dilacerar meu útero
como pedra batida.
É muito pouco estar, conter...
É preciso muito mais
para não esconder,
deixar o coração falar.
Tempo, aprendendo,
eterna construção de idéias,
formas diversas...
até a conclusão que não é total,
pois ao eterno está ligada.
Vida é... tudo isso vida,
que desabrocha, que espelha
e vai saindo da boca do estômago
até o final das córneas.

Vanize Claussen 28/11/1987

(Quando mais precisamos estar com alguém, ele desaparece, pois o sentido é estar em si mesmo)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

GOTAS



O vidro reflete o brilho de gotas,

estilantes,

onde,

através da janela,

os olhos d’água

incendeiam a noite

de se ver, em luzes,

nos prédios em frente.

O poste,

com seu farol

reluzente,

também acenam

gotas deslumbradas

de sol,

onde o poema

distorce pra cantar

na chuva que aquece

meu pensar.

Ah! Delícia de tempo!


Vanize Claussen 

12/07/12

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